Lewis Hamilton teve um fim-de-semana perfeito em Montreal, ganhando a partir da pole position e liderando de principio a fim, assegurando a liderança isolada do Mundial e continuando a sua série impressionante de pódios, pois até hoje terminou todos os Grande Prémios que competiu entre os três primeiros
O jovem piloto inglês começou a ganhar o GP do Canadá logo na primeira curva, quando resistiu aos ataques de Heidfeld e Alonso e manteve a primeira posição, enquanto o seu companheiro de equipa falhou o seu ponto de travagem e caiu para a terceira posição, depois duma espectacular passagem sobre a relva. Com Heidfeld atrás de si Hamilton não teve dificuldades em aumentar a sua vantagem, pois sabia que era uma questão de tempo até Alonso superar o piloto da BMW – quanto mais não fosse durante os reabastecimentos – e tentou ganhar o máximo de tempo possÃvel face ao Bicampeão do Mundo.
Tendo a felicidade de reabastecer pela primeira vez imediatamente antes do Safety Car entrar em pista, Hamilton ficou na posição ideal para conseguir o primeiro triunfo da sua carreira e mesmo se daà para a frente as sucessivas neutralizações da prova lhe retiraram por quatro vezes a vantagem que tinha sobre Heidfeld, nunca perdeu a concentração, não cometeu o mais pequeno erro e ganhou com enorme autoridade logo numa pista onde nunca tinha competido.
Dedicado ao pai Como é natural a felicidade de Lewis Hamilton era enorme no final da prova, dedicando este seu primeiro triunfo em Grandes Prémios ao seu pai Anthony: «Sem ele eu nunca teria chegado aqui. Ainda não falei com ele, mas vi-o do pódio e ele tinha lágrimas nos olhos. Sei bem que ele está a sentir porque teve uma infância complicada, perdeu a sua mãe quando era muito novo e agora está a ver a sua pequena famÃlia a sair-se bem e isso enche-o, obviamente, de orgulho e satisfação.»
Falando da corrida o piloto inglês admitiu que, «o momento mais complicado foi na primeira curva, pois não arranquei muito bem e tinha o Heidfeld a tentar passar- me por dentro. Tapei-o mas tive de travar cedo e foi ai que vi o Alonso por fora, o que me fez pensar que ia perder a primeira posição. Mas ele seguiu em frente e acabou por atravessar a segunda curva mesmo à minha frente, mas sem nos tocarmos. Daà para a frente foi uma questão de manter a concentração e evitar erros, e desse ponto de vista acredito que as situações de Safety Car até penso que jogaram a meu favor.»
Hamilton tem agora oito pontos de vantagem sobre Alonso no Mundial e poderá gerir essa vantagem em Indianapolis – outra pista que não conhece – mesmo se pelo que vimos ontem jogar á defesa não faz parte do seu dicionário! E ainda bem que assim é, porque se trata dum dos maiores talentos da história da Fórmula 1 e esta precisa é de pilotos de ataque. Alonso arriscou e perdeu Tal como em Barcelona, Fernando Alonso quis arriscar tudo na primeira curva e voltou a perder. Mais do que a queda para a terceira posição, com o seu erro na primeira travagem, foi o facto do seu MP4/22 ter ficado
menos eficaz em travagem daà para a frente – não sabemos se devido a problemas de travões, ou por ter perdido alguma peça que dá apoio aerodinâmico, na sua passagem sobre a relva – acabando por sair de pista em mais quatro ocasiões, o que só pode ter acontecido por problemas técnicos.
No final o piloto espanhol sofreu ainda a humilhação suprema de ser passado pelo Super Aguri de Takuma Sato, quando não pode discutir a travagem para a chicane com o japonês, terminando apenas na sétima posição no final duma corrida que quererá esquecer rapidamente.
Acidente de Kubica ensombra o dia
Para a BMW o dia de ontem foi de emoções muito contrastantes. Logo no inÃcio da corrida os alemães ficaram em êxtase com a passagem de Nick Heidfeld para a segunda posição e a ganhar vantagem sobre Fernando Alonso, o que superava os sonhos mais ousados de Mario Theyssen e companhia.
Mas isso passou para segundo plano quando Robert Kubica sofreu um pavoroso acidente a meio da 28ª volta e todos temeram pela sua sobrevivência. O polaco estava a tentar ultrapassar Jarno Trulli na ligeira esquerda que antecede a travagem para o gancho, mas um desentendimento entre os dois levou a que um ligeiro contacto atirasse o BMW para fora de pista, quando Kubica já estava a fundo em sexta velocidade, a cerca de 280 km/hora. O BMW F1.07 passou sobre o corrector e começou a levantar voo quando entrou na relva, e bateu quase sem perder velocidade no muro que delimita a pista naquele ponto, ressaltando para o meio do asfalto, e capotando por duas vezes. Kubica ficou inconsciente logo no primeiro impacto e a imagem do polaco imóvel no habitáculo do seu F1.07, com o carro alemão semi-capotado, sobre o lado direito, deixou todos os presentes no circuito a temerem o pior.
Pouco a pouco as informações acerca do estado de saúde do talentoso piloto de Leste foram emergindo e para surpresa geral o seu próprio manager, Daniele Morelli, conseguiu chegar à fala com Kubica quando este ainda estava no centro médico do circuito. Segundo o italiano, «o Robert está consciente e pareceu-me bem, pois trocámos algumas impressões e ele estava muito perto da sua disposição normal».
Segundo fontes do circuito Robert Kubica foi transportado para um hospital da cidade com suspeitas de fractura na perna direita, mas o facto do polaco ter sobrevivido a um impacto tremendo sem sofrer lesões demasiado graves demonstra que ao menos na segurança dos monolugares a FIA está a fazer um bom trabalho.
Ferrari derrotada em toda linha
Ferrari fosse tão competitiva como a McLaren, os F2007 nunca pareceram capazes de entrar na luta pela vitória e o dia acabou com Raikkonen a recolher apenas quatro pontos para a Scuderia, que está a perder rapidamente o contacto com a McLaren nos dois Campeonatos. Mesmo quando tiveram pista livre à sua frente nem Massa nem Raikkonen tiveram andamento para se aproximarem do BMW de Nick Heidfeld, o que é preocupante e demonstra que a Ferrari não tem conseguido desenvolver o seu monolugar ao mesmo ritmo das suas principais rivais. Raikkonen voltou a cometer alguns erros, parecendo sofrer lapsos de concentração em momentos-chave da corrida.
O finlandês acabou por terminar na quinta posição, mas perdeu o contacto com Wurz e Kovalainen nas últimas voltas, pois estava em dificuldades com os travões. Se a nÃvel interno conseguiu reduzir a distância para Massa, no Mundial não se mostrou capaz de liderar a equipa depois do brasileiro ter sido desclassificado. Massa desclassificado Após ter sido batido na qualificação por Kimi Raikkonen, Felipe Massa conseguiu dar a volta ao texto logo nos primeiros momentos da corrida, quando passou o seu companheiro de equipa. depois só passou Alonso quando este errou pela terceira vez na entrada da
primeira curva, mas a partir daà as coisas começaram a complicaram-se para o brasileiro.
Tendo esperado que o “pit lane” abrisse depois da primeira situação de Safety Car, Massa não se apercebeu que o sinal vermelho na saÃda das boxes estava aceso e, tal como Fisichella, passou-o sem olhar, mas as novas regras são mesmo complicadas – porque é que a entrada das boxes está aberta e a saÃda fechada? – e o brasileiro acabou por ser desclassificado. Isto depois de 26 voltas em que esteve em pista… para o boneco.
O resultado da corrida de ontem foi mesmo o pior possÃvel para a Scuderia, que tem Massa já a 15 pontos e Kimi a 21 pontos de de Hamilton no Mundial, diferenças que começam a ser difÃceis de recuperar. Pior ainda é a situação no Mundial de Construtores, onde a vantagem da McLaren já é de 28 pontos. Daà que o próximo fim de semana seja crucial para a Ferrari e só uma dobradinha poderá colocar a Scuderia no caminho da necessária recuperação de pontos face à McLaren.
CLASSIFICAÇÃO
1 | Lewis HAMILTON | McLaren | Mercedes | 70 | Â 1h 44m 11.292s |
2 | Nick HEIDFELD | BMW Sauber | BMW | 70 | +04.343s |
3 | Alexander WURZ | Williams | Toyota | 70 | +05.325s |
4 | Heikki KOVALAINEN | Renault | Renault | 70 | +06.729s |
5 | Kimi RAIKKONEN | Ferrari | Ferrari | 70 | +13.007s |
6 | Takuma SATO | Super Aguri | Honda | 70 | +16.698s |
7 | Fernando ALONSO | McLaren | Mercedes | 70 | +21.936s |
8 | Ralf SCHUMACHER | Toyota | Toyota | 70 | +22.888s |
9 | Mark WEBBER | Red Bull | Renault | 70 | +22.960s |
10 | Nico ROSBERG | Williams | Toyota | 70 | +23.984s |
11 | Anthony DAVIDSON | Super Aguri | Honda | 70 | +24.318s |
12 | Rubens BARRICHELLO | Honda | Honda | 70 | +30.439s |
ab | Jarno TRULLI | Toyota | Toyota | 58 | Acidente |
ab | Vitantonio LIUZZI | Toro Rosso | Ferrari | 54 | Acidente |
dsq | Felipe MASSA | Ferrari | Ferrari | 51 | Não respeitou sinais vermelhos |
dsq | Giancarlo FISICHELLA | Renault | Renault | 51 | Não respeitou sinais vermelhos |
ab | Christijan ALBERS | Spyker | Ferrari | 47 | Acidente |
ab | David COULTHARD | Red Bull | Renault | 36 | Cx. Velocidades |
ab | Robert KUBICA | BMW Sauber | BMW | 26 | Acidente |
ab | Adrian SUTIL | Spyker | Ferrari | 21 | Acidente |
ab | Scott SPEED | Toro Rosso | Ferrari | 8 | Colisão |
ab | Jenson BUTTON | Honda | Honda | 0 | Cx. Velocidades |