F1: Os sacos de gelo da Ferrari
A F1 é uma guerra tecnológica incessante. As equipas fazem tudo para terem vantagem em relação aos concorrentes e claro que essa busca custa dinheiro… muito dinheiro. Assim as equipas tentam esconder ao máximo os possíveis truques, de forma à vantagem poder ser o mais duradoura possível (e assim rentável) e para que outros não façam cópias (sejam elas integrais ou melhoradas) dos componentes em questão.
A Ferrari tem neste momento o melhor conjunto carro/motor da F1 e claro que com isso os olhos dos fãs e das outras equipas estão focados na Loria (nome que Vettel atribuiu ao seu monolugar este ano). Um dos aspectos que tem levantado suspeitas é a colocação de um saco de gelo seco em cima da câmara montada na entrada de ar superior dos carros da Scuderia.
A explicação oficial da Ferrari afirma que a colocação do saco de gelo serve para o arrefecimento dos sistemas das câmaras. As dúvidas surgiram pois a Ferrari foi a única até agora a utilizar esta solução sem que as outras equipas tenham levantado problemas em relação ao funcionamento das câmaras onboard.
Esta preocupação em manter as câmaras onboard surpreendeu e não convenceu, pois a Ferrari é das equipas que mais esconde o seu carro nas boxes, quer em testes quer nos fins de semana de corrida, pelo que esta preocupação com o entretenimento dos fãs pareceu algo estranho.
Outra teoria sugerida referia que a colocação do saco de gelo servira para arrefecer aquela entrada de ar o que ajudaria ao fornecimento de ar mais fresco ao motor (ar mais fresco equivale a mais oxigénio e portanto uma combustão mais eficiente). Mas os regulamentos técnicos referem que o ar que chega ao motor deve ser 10º C mais quente que a temperatura ambiente e esse parâmetro é fiscalizado pela FIA. Há no entanto excepções que incluem as primeiras voltas, as “outlaps” e “inlaps”, e voltas atrás do Safety Car. Podia pensar-se que a Ferrair tira partido dessas excepções para ter mais performance nas primeiras voltas do carro ( ou até para arrefecimento da MGU-H) mas os seus efeitos do gelo naquela zona não deverão ser de tal forma significativos que impliquem um ganho interessante.
A teoria que mais convenceu foi a que referia uma tentativa de esconder o jogo por parte da Ferrari. Com novos botões descobertos no volante do monolugar vermelho, muitos consideraram que era uma jogada para esconder as operações que os pilotos ou engenheiros possam fazer antes das provas.
O site racefans.net avança hoje com uma justificação. A decisão foi tomada em parte devido a um incidente em que a activação acidental de uma câmara apontada para a traseira do carro, o que resultou em imagens privilegiadas, nomeadamente das suspensões traseiras e motor, o que não agradou à equipa. No entanto, parece que o sobreaquecimento da câmara é mesmo o motivo principal. As câmaras tem uma janela operacional entre os 50º e os 120º C. Mas o calor proveniente do carro da Scuderia parece ser suficiente para provocar um shut down do sistema das câmaras. A preocupação com a câmara não se deve com os fãs mas sim com a própria equipa, que compra as imagens recolhidas à FOM para analisar dados recolhidos. O problema terá sido verificado pela primeira vez no GP do Brasil do ano passado, Charlie Whiting estará a investigar o caso.
Na F1 toda a vantagem é guardada com o máximo de cuidado e por vezes com estratégias originais. Adrian Newey costumava colocar os mecânicos a esconderem a asa dianteira quando introduzia novidades na… traseira do carro. A ideia é atrair atenções para um local, com alterações mínimas e assim fazer que a melhorias que realmente interessam e que devem ser escondidas o mais tempo possível passem despercebidas. Será este o caso? Para já tudo aponta para as razões práticas acima mencionadas, mas na F1 não se dá ponto sem nó.
This is the "magical" bag of dry ice that everyone has been talking about today 😅 #Ferrari pic.twitter.com/yH9ZjqOLL1
— Gianluca D'Alessandro (@Gianludale27) August 22, 2018
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