Há 10 anos, um dos muitos ‘putos’ que a Red Bull tem trazido para a F1, brilhou a grande altura. Foi a surpresa do ano, triunfo de Sebastian Vettel no GP de Itália, numa corrida simplesmente brilhante à chuva, dando à Toro Rosso a sua única vitória em 239 Grandes Prémios. Desde aÃ, o alemão já soma 52 vitórias, mais uma que Alain Prost. à sua frente, só Lewis Hamilton com 67 e Michael Schumacher com 91.
Aqui fica o texto com que o AutoSport relatou a corrida:
O alemão só teve a seu favor o facto do arranque ter sido efectuado atrás do Safety Car, retirando-lhe a natural pressão da largada e protegendo-o de um eventual ataque de Kovalainen na primeira curva. De resto, fez apenas melhor do que os outros! Não cometeu qualquer erro, nem em pista nem do ponto de vista estratégico, ao contrário dos três candidatos ao tÃtulo e venceu com todo o mérito.
Lá porque os Ferrari e Hamilton estiveram sempre mais atrasados, não se pense que Vettel não tinha oposição séria por perto, pois Kovalainen estava a seu lado na grelha e é evidente que um McLaren é bem mais competitivo que um Toro Rosso. Só que o jovem Vettel fez a diferença, mostrando que, apesar de ter pouco mais de 21 anos, é já um grande piloto, capaz de ombrear com os melhores, quando tem material à altura.
Simples e eficaz Mas não se pode dar todo o mérito deste sensacional triunfo apenas a Vettel. Na verdade a Toro Rosso é uma equipa em crescendo de forma, reproduzindo na pista a personalidade do seu Director Técnico, o italiano Giorgio Ascanelli. O antigo engenheiro da Ferrari e da McLaren é dotado dum enorme espÃrito prático e é difÃcil encontrar no paddock alguém mais directo do que ele quando tem qualquer coisa para dizer.
Por isso preparou bem a estratégia antes da qualificação, ganhou a aposta na luta pela “pole position” e colocou Vettel em posição de lutar pela vitória em quaisquer condições atmosféricas, pois com duas paragens previstas, tinha mais possibilidades de acertar com o melhor momento para trocar também de pneus. Foi isso mesmo que aconteceu, com Vettel a ser simplesmente soberbo: «Andei sempre a fundo, nunca poupei nem os pneus nem o motor, pois queria manter a concentração e se tirasse o pé poderia cometer um erro. Só nas primeiras voltas arrisquei em demasia e tive um momento complicado, mas nas últimas voltas queria era procurar as zonas mais secas para rodar, mas sem desgastar muito os pneus intermédios, pelo que nas rectas procurava a água para os refrescar.»
Num dia em que Bourdais teve muito azar, pois arrancou uma volta e meia depois dos outros, Vettel não esqueceu a equipa na altura dos agradecimentos: «Hoje podemos todos deitar-nos, tarde é claro, orgulhosos do nosso trabalho. Toda a equipa fez um grande trabalho desde o inÃcio do ano e este fim-de-semana estivemos perfeitos, o STR3 tinha um belÃssimo acerto na chuva e no seco e nas boxes os rapazes fizeram um trabalho extraordinário. Muito obrigado a todos, pois somos uma grande equipa. Com 160 pessoas fazemos mais e melhor do que outros com muito melhores meios!»