GP BÉLGICA: tal como na Hungria, chuva oferece “pole position” a Hamilton
Antes de começar a Q3 poderia dizer que Lewis Hamilton seria o autor da “pole position” e que Estaban Ocon e Sergio Perez ficariam na segunda fila da grelha? Na questão da “pole” no final da Q2, Vettel, Raikkonen e Hamilton estavam separados por um par de piscadelas de olhos, mostrando a Ferrari que ainda há ali uma centelhe de superioridade com um excelente Raikkonen a impressionar. Pelo caminho, Vettel recuperou para a Fórmula 1 o recorde da pista de Spa com o tempo absolutamente fantástico de 1m41,501s, destronando o Porsche 919 Tribute, o tal carro sem limites que a Porsche anda a usar para bater recordes não oficiais.
Aliás, na Q1 e na Q2, a Ferrari deu sequência ao domínio que exerceu nos treinos livres e que acabou, caso raríssimo!, com a liderança das tabelas de tempos nas três sessões de treinos livres. Na Q1 mandou Raikkonen com autoridade, na Q2 foi Sebastien Vettel a estar quase perfeito e a rubricar o melhor tempo de sempre nas Ardenas, mas com Lewis Hamilton e Kimi Raikkonen muito, muito perto. Ficava o sinal que com piso seco, seria difícil destronar os Ferrari. Confirmava-se, assim, a antevisão do AUTOSPORT, que a Ferrari estava na frente em termos de andamento face à Mercedes.
Mas a chuva estava prevista chegar ao traçado de Spa Francorchamps e desabou sobre o circuito no intervalo entre a Q2 e a Q3. Ainda saíram os pilotos com pneus de seco, mas piões e o piso já muito molhado, levou toda a gente para as boxes.
Se a RedBull não estava preparada ara a situação e montou pneus intermédios e mandou os seus pilotos para a pista com o carro afinado para seco, Mercedes e Ferrari estava precavidas e colocaram os seis carros nas boxes, alteraram a afinação em dois pares de minutos e devolveram-nos à pista com pneus intermédios para uma luta titânica pela primeira posição da grelha.
O primeiro a sair para a pista foi Hamilton que cometeu um par de erros nas primeiras voltas que fez com os pneus intermédios, deixando a Ferrari na frente mesmo com o piso molhado. Mas a chuva foi-se embora, a pista começou a secar e tal como sucedeu na Hungria, Lewis Hamilton lidou melhor com as condições do traçado e na derradeira e definitiva tentativa arrancou um tempo de 1m58,179s, suficiente para derrtar, uma vez mais, Sebastian Vettel.
“Foi uma das mais duras e complicadas qualificações da minha carreira. Não sei se a Ferrari conseguia, ou não, a pole em piso seco pois estávamos muito perto no Q2. Mas veio a chuva e ninguém sabia o que podia acontecer, pois nunca tivemos esta situação durante o fim de semana, o que tornou tudo muito complicado. Estou muito feliz que tudo tenha corrido bem no final” disse Hanilton no final da qualificação.
Batido pela segunda vez em piso molhado, o alemão da Ferrari não estava desiludido, pois sabia que não foi mais longe por um erro de gestão durante as derradeiras voltas da qualificação. “Não consegui melhor porque na derradeira volta estava a fazer tudo bem, mas fiquei bem cedo sem energia elétrica. Podíamos e deveríamos ter feito uma gestão melhor.” Mesmo assim, o Ferrari ficou a menos de 8 centésimos de segundo do Mercedes. “Podia ter corrido pior” lamentou-se Vettel, referindo que “é por isso que não estou triste com o resultado obtido. Nunca saberemos se conseguia bater o Lewis com o carro em estado perfeito ou se com piso seco conseguiria segurar o melhor tempo, mas temos um carro ótimo para amanhã para a corrida e tudo está em aberto.”
Mas a grande surpresa está na segunda linha, ocupada por Esteban Ocon e Sergio Perez! Como foi isso possível? Foi possível porque os dois Racing Point Force India mantiveram-se em pista até ao último suspiro da Q3 e Perez poderia, mesmo, ter lutado pela “pole position” caso na sua melhor volta não tivesse cometido um erro clamoroso no setor intermédio. Assim, foi Ocon quem fez o terceiro tempo, empurrando para o fundo da Q3 os dois RedBull.
“O terceiro e quarto lugares são fabulosos para nós” começou por dizer Ocon, lembrando que “a equipa passou por momentos muito complicados que já deixou para trás das costas. Foi um grande trabalho de equipa e só tenho de agradecer a toda a equipa. Consegui uma volta limpa e estou ansioso pela corrida de amanhã.”
Os britânicos têm uma expressão peculiar “from zero to hero” ou de nada a herói, já Kimi Raikkonen foi de herói com capacidade para lutar pela “pole position” a um amargurado sexto classificado na grelha de partida, atrás dos Racing Point Force India e do Haas de Romain Grosjean. Porquê?
Porque o finlandês ficou sem gasolina e na altura em que a pista estava melhor e Hamilton e Vettel fizeram os melhores tempos, Raikkonen estava na box, indefeso, sem carro para ir tentar a “pole”. Exatamente o mesmo que aconteceu aos dois RedBull de Max Verstappen e de Danuel Ricciardo. Tiveram a felicidade de entrar bas boxes mais cedo que o Ferrari de Raikkonen e reabastecer, mas uma volta de sete quilómetros não perdoa e ambos os pilotos nem conseguiram fazer voltas válidas na parte final do treino por terem saído já tarde das boxes.
Contas feitas, Kimi Raikkonen sai do sexto lugar, lado a lado com Romain Grosjean, enquanto Max Verstappen e Daniel Ricciardo vai sair do sétimo e oitavo lugar, ficando atrás desles Kevin Magnussen no outro Haas F1 e Pierre Gasly que, com a penalização de Valteri Bottas – que cumpriu a qualificação como se não fosse ser penalizado, algo estranho, há que o dizer, embora na Q3 fosse clara a intenção de oferecer um “reboque” a Hamilton, tentativa estragada por um pião do Bottas – assume o décimo lugar da grelha.
No aguerrido pelotão do meio, a superioridade que a Sauber estava a manifestar na Q2 com os seus dois pilotos, esboroou-se com a chuva e Leclerc não foi além de 13º e Ericsson no 14º lugar. A Renault não se entendeu com as exigências de Spa e terminou a sua função na Q2 ficando com o 15º e 16º lugares, respetivamente, para Nico Hulkenberg e Carlos Sainz.
Sem piedade, Spa mastigou e cuspiu os dois McLaren e os dois Williams que ficaram nas derradeiras posições muito, muito longe dos primeiros ligares do grupo intermédio, pois dos líderes ficaram a um calendário. Não vão ser últimos porque Valtteri Bottas e Nico Hulkenberg vão sair da última linha da grelha devido á penalização pela troca de motores.
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