GP Hungria: RedBull e Ferrari com Mercedes a ver?
A Fórmula 1 não para de nos surpreender e depois de onze fim de semana de competição, chegámos a um circuito onde a RedBull teria uma das mais fortes possibilidade de ganhar e… não há nenhuma certeza disso!
Contas feitas ás tabelas de tempos das duas sessões de treinos livres e analisando aquilo que cada equipa fez nas simulações de qualificação e nos longos períodos em pista, a RedBull e a Ferrari andaram entretidas a tentar ficar com os melhores tempos e a Mercedes inesperadamente longe, particularmente na simulação de qualificação.
O circuito desenhado ás portas de Budapeste tem todas as características que servem que nem luva ao chassis dos RedBull. Ver passar nas imagens os RB14 nas curvas 2, 4, 12, 13 e 14, é fabuloso, porém, os motores Ferrari funcionam, e de que maneira!, ali no Hungaroring e nas retas as diferenças são semelhantes – dizem os dados do GPS oficial – ás experimentadas em Hockenheim, ou seja, 0,3 segundos para os Mercedes e meios segundo para os RedBull. Curiosamente, alguns jornalistas presentes no circuito magiar referem um ruído diferente do motor, com alguns a dizer que parece que o motor está sempre próximo do limite e que a válvula de descarga liberta muito mais pressão, mas mais tarde. Se é verdade, ou não, é mais um dado para adensar a especulação sobre as propriedades do Ferrari V6 turbo.
Ora, o que dá tudo isto?
No primeiro treino livre, o mais rápido foi Daniel Ricciardo com 1m17,613s, na frente de Sebastien Vettel (1m17,692s, a 0,079s), Max Verstappen (1m17,701s a 0,088s), Kimi Raikkonen (1m17,948s, a 0,335s), Lewis Hamilton (1m18,036s, a 0,423s) e Valtteri Bottas (1m18,470s, a 0,857s). No segundo treino livre, a volta mais rápida foi para Sebastien Vettel com 1m16,834s, seguido de Max Verstappen (1m16,908s, a 0,074s), Daniel Ricciardo (1m17,061s, a 0,227s), Kimi Raikkonen (1m17,153s, a 0,319s), Lewis Hamilton (1m17,587s, a 0,753s) e Valtteri Bottas (1m17,868s, a 1,034s).
Se pegarmos nas tabelas de tempos de todas as voltas de todos os pilotos, verificamos que no primeiro treino livre o melhor com pneus ultramacios foi Daniel Ricciardo com o tempo, médio, de 1m21,971s, enquanto que com os pneus macios, o melhor foi Sebastien Vettel, cujo tempo médio foi de 1m20,855s.
O piloto da RedBull conseguiu fazer 13 voltas com os ultramacios, enquanto Vettel cumpriu 10 voltas com o mesmo jogo de macios. Neste exercício, os Mercedes estão mais perto: com pneus macios Valteri Bottas fez um tempo médio de 1m21,230s, com os ultramacios, foi Hamilton quem ficou mais próximo com 1m22,626s, voltando a Mercedes a denotar algumas dificuldades em dominar a temperatura dos pneus traseiros. Aliás, Toto Wolff disse aos jornalistas que a Mercedes está “bem com pneus macios, modesta com os pneus ultramacios.”
Há muito tempo que não se via os treinos de sexta feira tão animados e com tantas voltas e pela primeira vez, em muito tempo, a dar resultados fidedignos. Justificação para isso? Primeiro a necessidade da Ferrari em provar que deveria ter ganho na Alemanha e que não quer dar hipóteses à Mercedes na Hungria para ajudar Vettel a recuperar pontos a Hamilton. Depois, porque se prevê chuva para o terceiro treino livre, pelo que o trabalho tinha de ser feito, todo, na sexta feira. Finalmente, porque a RedBull tem na Hungria a melhor hipótese de vencer até final do ano e a Ferrari está empenhada em dar nova vitória a Vettel, como sucedeu em 2017.
Convirá não esquecer que a RedBull, quer dizer, Max Verstappen – porque Daniel Ricciardo tem de usar um motor do tipo A por ter tido problemas com um dos novos motores – irá usar o motor Renault Spec B já adaptado á gasolina da Mobil, fornecedor da RedBull, que lhe oferece mais um por cento de potência, qualquer coisa como 9 CV mais. O motor Spec A de Ricciardo também já está adaptado á gasolina da Mobil, mas com um ganho de potência mais modesto.
No meio do pelotão, destacou-se a Toro Rosso. Os carros da equipa de Faenza mostraram-se muito velozes num circuito que lhe serve às mil maravilhas a um chassis que gosta de curvas lentas e um motor Honda que parece ter generoso binário que rima bem com um traçado de travagem e aceleração. Impressionou ver que na simulação de corrida, Pierre Gasly, com pneus médios colocados no STR 13, ficou apenas a meio segundo de Kimi Raikkonen, ao volante de um Ferrari SF71H.
E dentro do pelotão atrás das três maiores equipas, as diferenças estão cada vez mais curtas. Entre o 7º e o 17º lugar, a diferença é de 1,1 segundos nas voltas de simulação de qualificação. Na simulação de corrida, a diferença é ainda mais curta: com os ultramacios a diferença entre Renault, Toro Rosso, Haas F1, Force India, Mclaren e Sauber, a diferença é de 0.784 segundos e até a Williams parece estar a entrar no carril certo, pois não ficou a calendários de distância.
Quanto á estratégia de paragens nas boxes, em 2017 a vitória foi de Sebastien Vettel com apenas uma paragem. Em 2018, não é fácil perceber se haverá uma ou duas paragens. Com uma corrida de 70 voltas e um circuito lento, parar uma ou duas vezes é quase, e repetimos, quase a mesma coisa. Indicadores? Vettel cumpriu 20 voltas com os ultramacios, embora a meio do turno tenha feito algumas voltas para refrescar as borrachas da Pirelli e voltar ao segundo 20 que consegui manter na primeira mão cheia de voltas. Foram visíveis as bolhas nos pneus ultramacios ao fim de poucas voltas e se a corrida for disputada debaixo de muito calor, será impossível fazer apenas duas paragens, a não ser que alguém consiga cumprir a Q2 com os pneus macios.
Referência, apenas, para os 5 mil euros de multa averbados pela Sauber-Ferrari, devido a uma roda traseira solta no carro de Marcus Ericsson, tal como sucedeu em Silverstone, e os 10 mil euros de multa aplicados a Nico Hulkenberg porque a Renault usou no carro 27 três pneus do jogo devolvido, eletronicamente, à Pirelli após os primeiros 40 minutos do primeiro treino livre.
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