F1: A Magia negra dos pneus

Entender os pneus e a forma funcionam é meio caminho andando para chegar a bons resultados na F1. A forma como as borrachas respondem aos diferentes chassis, assim como às temperaturas e ao asfalto dão dores de cabeça aos engenheiros.

No ano passado a Pirelli introduziu compostos novos e um pouco mais duros de forma a garantir a segurança dos pilotos e da própria marca. Com um aumento de 25% no apoio aerodinâmico (em média) e a diminuição dos tempos por volta, a força exercida nos pneus iria ser superior e houve necessidade de jogar pelo seguro uma vez que os italianos não tinham dados concretos  e o que fizeram foram testes com carros adaptados sem capacidade para reproduzir o comportamento das novas máquinas. O ano decorreu sem problemas e a Pirelli, com um ano de trabalho e com os dados recolhidos, pôde arriscar mais e introduzir compostos mais macios para 2018. Os macios do ano passado tornaram-se nos novos médios enquanto os outros pneus foram todos modificados. Houve também a introdução de um pneu híper-macio e de um super-duro.

A diferença de tempos entre os médios e os macios foi calculada em 0.4 seg, enquanto a diferença dos macios para os super-macios é de 0.6 seg. O maior passo foi dado nos híper-macios que são 0.8 segundos mais rápidos que os super-macios. As borrachas mais duras são chamados de compostos de emergência que serão apenas usados em casos específicos mas tendo em conta os comportamentos vistos até agora dificilmente irão para a pista este ano.

Ora estas diferenças de tempo dependem das condições que os carros enfrentam. E a Mercedes, tal como a Red Bull e a Ferrari estão a ter problemas em entender os pneus. A Mercedes tem apresentado uma performance em voltas rápidas muito boa, mas a Ferrari tem conseguido fazer melhor, e o carros da Scuderia funciona melhor em condições mais extremas (segundo os engenheiros da Mercedes). O problema da Mercedes actualmente é que não consegue colocar temperatura tão facilmente como a Ferrari e não consegue manter essas temperaturas. Por altura do Safety Car Lewis Hamilton queixou-se que os pneus dianteiros estavam demasiado frios e não tinha a aderência desejada.

Assim a Mercedes terá de encontrar soluções para dar resposta a este problema mas Wolff afirmou que não é de resolução fácil:

“Na Fórmula 1 nunca há soluções rápidas, mas já tivemos exemplos de que as coisas mudam muito rapidamente. Nos testes e em Melbourne, as pessoas previram que iríamos dominar o campeonato porque o carro era tão forte.  Três corridas depois não ganhamos até agora …Precisamos manter a manter a calma, trabalhar e chegar a algumas soluções. Tenho grande confiança na equipa.”

Até agora apenas a Ferrari parece ter uma máquina mais versátil e que trabalha melhor as borrachas e a Red Bull também parece estar numa boa posição embora sem a potência necessária para desafiar directamente a Scuderia e a Mercedes. Os Flechas de Prata não estão longe mas parece que ainda não encontraram a fórmula ideal para retirar máximo possível do seu carro. E como é muito complicado entender a 100% o comportamento dos pneus  será uma luta constante até ao final. Quem levar a melhor estará mais perto do título.