GP China F1: Equilíbrio no top 3 aumenta a imprevisibilidade

Já há algum tempo que não encarávamos um fim de semana com tantas dúvidas quanto ao possivel desfecho de um GP.

As diferenças entre os homens da frente foram mínimas, o que evidencia um cenário de equilíbrio já há muito desejado pelas equipas e pelos fãs. A China tem sido um “terreno de caça” privilegiado para a Mercedes mas os apontamentos dos dois primeiros treinos mostram que a vantagem dos Flechas de Prata não é significativa.

As temperaturas mais amenas que se fazem sentir na pista de Xangai vão ser um factor a ter em conta na qualificação e na corrida. A qualificação deverá (teoricamente) pender para a Mercedes e para Hamilton, que costuma dar-se muito bem nesta pista, mas vai depender de como os pilotos fizerem a gestão das borrachas ao longo da volta lançada. Nesta pista não se pode exigir demasiado dos pneus nas primeiras curvas, correndo depois o risco de perder aderência nos sectores seguintes, o que pode colocar em causa um bom resultado. Os pilotos terão de saber apostar bem as fichas e fazer a volta mais rápida possivel sem exageros, algo que Hamilton tem conseguido fazer bem, mas descurar o andamento dos Ferrari com os ultra é um erro e basta ver a forma como Vettel conseguiu fazer render os macios na semana passada para entender que a Ferrari poderá ter uma boa base para uma boa performance com os pneus mais macios da Pirelli. Os Red Bull terão de compensar no sector 2 a falta de argumentos nas rectas, mas provavelmente quererão apenas ficar perto da frente e atacar a valer em corrida, sendo que foram os que mostraram ritmo de corrida mais interessante nos treinos.

Mas haverá também curiosidade em perceber a estratégia que as equipas vão usar na Q2. Tendo em conta a esperança média de vida dos pneus ultra-macios (dificilmente mais que 10 voltas), as equipas poderão usar pneus macios na qualificação 2 e assim ficar com mais opções estratégicas para domingo (os pilotos partem para a corrida com os pneus usados na Q2). E mais uma vez os ultras deverão ser olhados com alguma desconfiança. A diferença  entre os macios e os ultra-macios é na teoria de um segundo por volta mas neste traçado e nestas condições aparentam ser de 0.5 a 0.7 seg. Tendo em conta a diferença de desgaste, os macios deverão ser uma opção mais fiável. A estratégia vai certamente ser alterada mediante as movimentações dos adversários e todos vão estar atentos as tentativas de “undercut”, numa corrida que aponta claramente para as duas paragens.

Os tempos por volta com os ultra foram muito semelhantes com Verstappen, Ricciardo, Hamilton, Raikkonen e Vettel a caberem em pouco mais de 0.3 segundos. Os Red Bull pareceram tendencialmente mais rápidos com os macios mas a diferença também é curta. Os valores de comparação nos médios não são muitos, mas o ritmo da Ferrari e da Mercedes foi equiparado.

Outra nota de destaque é a velocidade de ponta. Os Toro Rosso foram dos mais rápidos no final da grande recta num top 10 onde não surge nenhum carro equipado com motores Renault.

Está tudo em aberto e espera-se um fim de semana bem animado.

FP2 SPEED TRAP: @BrendonHartley (currently P9) top of the shop 👏 #ChineseGP 🇨🇳 #F1 pic.twitter.com/JrI6bj0iTt

— Formula 1 (@F1) April 13, 2018