WRC, Rali da Córsega: Prognóstico arriscado
O Mundial de Ralis chega ao asfalto depois de dois triunfos de Sébastien Ogier e outro de Thierry Neuville. Os pilotos da M-Sport/Ford e Hyundai chegam à Córsega separados por apenas quatro pontos, e por isso espera-se uma boa luta entre ambos. No entanto, Ogier e Neuville estão longe de ser os únicos com condições de vencer na ilha que viu nascer Napoleão Bonaparte…
A ronda francesa do WRC em 2018 realiza-se novamente na Córsega, a casa espiritual dos ralis de asfalto e com estradas sempre sinuosas. Os três dias de rali estão agora mais ‘amigos dos pilotos’, com o novo formato que começa a norte, em Bastia, e termina no sul, em Ajaccio. O grande destaque do rali vai para o regresso do Cap Corse, a zona mais a norte da ilha francesa e que vai estar no rali pela primeira vez desde 1995. Em relação aos dois últimos anos, 63% do rali será totalmente diferente.
Existem dois desafios especiais este ano. A primeira especial é a segunda mais longa do rali, com 49.03 quilómetros, e, no último dia, numa ilha em que se sabe que as condições climatéricas estão sempre a mudar, os pilotos vão ter de escolher os pneus para a Power Stage cinco horas antes da disputar e muito longe do local onde será disputada a especial. O primeiro troço começa no meio das florestas de castanheiros da região de Castagniccia, no meio da ilha, passando pela imponente igreja de La Porta. No sábado, vão ter lugar duas rondas de três especiais e, no domingo, apenas duas.
Tentar prever como vai estar o tempo é sempre um desafio deste rali, com as equipas a terem equipas meteorológicas em locais estratégicos do rali. O que estas equipas dizem pode não influenciar os pneus à saída do parque de assistência, mas influenciar os pneus com que se começa cada especial. O desenho do rali é inteligente. A competição, no último dia, está assegurada porque apenas existem duas especiais, o que não permite aos pilotos uma primeira ronda de ‘reconhecimentos a alta velocidade’, e o tamanho da primeira especial do dia (55 quilómetros) não permite que os pilotos poupem pneus para a Power Stage. A FIA prometeu a implementação de novas regras para prevenir o controlo de tempo artificial, embora ainda não se conheçam as regulamentações precisas.
O nove vezes campeão do mundo, Sebastien Loeb, faz o seu segundo de três ralis planeados para o WRC este ano. Estão inscritos 92 pilotos no rali, o número mais alto no WRC desde o Rali da Córsega em 2015. Estes números incluem 25 pilotos inscritos no nacional e 37 pilotos em carros de duas rodas motrizes. Estão inscritos 14 WRC (11 oficias e três privados) e 14 inscritos no Junior WRC. Estão ainda inscritos 17 R5, com destaque para a estreia do novo Citroen C3 R5 por Stephane Lefebvre e pelo campeão francês Yoann Bonato. Existe também um recorde de sete R-GT (três Porsche 997s e quatro Abarth 124 Rallys). 24 dos carros inscritos seguem as regras francesas e não da FIA. O grande destaque vai para o facto da Citroen ter novamente apenas dois pilotos inscritos, Kris Meeke e Loeb, ficando Craig Breen de fora. O terceiro carro da M-Sport será pilotado por Bryan Bouffier, enquanto o terceiro Hyundai está novamente com Sordo.
M-SPORT QUER LUTAR PELA VITÓRIA
Não existiu nenhum problema técnico no México, mas a equipa ainda está à espera de saber se Daniel Barrett vai poder competir este fim de semana ao lado de Elfyn Evans, com Stuart Loudon a estar de prevenção. As estradas da Córsega estão a ser novamente asfaltadas e as afinações estão a ficar parecidas com as de Espanha. Dos cinco dias de testes planeados, a equipa perdeu meio dia devido a atrasos nas viagens da equipa. Ogier testou dois dias, Evans um dia e meio e Bouffier um dia. Ogier vai ter um novo carro (chassis 10), Evans o #8 (de Tanak na Australia) e Bouffier o #4 (de Suninen no México). O Focus RS com que Evans devia começar a fazer os reconhecimentos foi adiado para Portugal. Os “Ouvreurs” serão Jean-Joseph para Ogier, Evans terá o pai Gwyndaf e Jean-Marc Manzagol para Bouffier, já a equipa de meteorologia será a própria equipa e algumas pessoas espalhadas pela ilha. Um carro de rali foi mandado do México para o túnel de vento da Ford Performance em Charlotte, North Carolina. Ogier só esteve quatro vezes na Córsega, tendo vencido em 2016. Evans terminou em segundo, em 2015, enquanto Bouffier venceu em 2013, então no ERC, sendo o francês o piloto da M-Sport com mais presenças na ilha, sete.
TOYOTA ESPERA MELHORAR FACE A 2017
A Toyota vai usar os mesmos três carro que usou na Suécia. A equipa melhorou as suspensões desde o último rali de asfalto (Monte Carlo). A Toyota continua as suas investigações, após os problemas com sobreaquecimento no México, assim como a falha do turbo de Ott Tanak e a falha do alternador de Latvala. Foram seis dias de testes na Córsega, com os três pilotos envolvidos, e com tentativas de adaptar aos vários tipos de tempo que a equipa pode encontrar durante o rali. Os “Ouvreurs” serão Gardemeister para Latvala, Kangur para Tanak e Hanninen para Lappi. Esta será a nona participação para Latvala, que venceu a prova em 2015, e venceu o Grupo N em 2005, tendo, ainda, terminado o rali por quatro vezes no quarto lugar. O melhor resultado de Tanak foi o sexto lugar, o que já aconteceu por três vezes, e Lappi tem como melhor resultado um segundo lugar entre os WRC2 em 2015. A Córsega não traz muito boas memórias ao diretor da equipa, Tommi Makinen, que, das oito vezes em que fez o rali, nunca conseguiu melhor do que o sexto lugar.
CITROËN ESPERA VOLTAR ÀS VITÓRIAS
Depois de um rali sem grandes problemas no México, a Citroen volta a ter apenas dois carros, os mesmos usados na Suécia, com Loeb a usar o mesmo que Breen usou na prova escandinava. A política da equipa para 2018 está restrita a dois carros por rali, com a excepção a serem os ralis em que o Sheikh Khalid Al Qassimi participe. Cada piloto participou em dois dias de testes. Stephen Whitford será novamente o ‘ouvreur’ de Meeke, e o antigo piloto da Citroen, Patrick Magaud, será o de Loeb. A Meteo France é a encarregada de dar as previsões à equipa. Antes do Rali da Argentina, estão planeados cinco dias de testes. Este envento fica ainda marcado pela estreia do C3 R5, que será pilotado por Stephane Lefebvre e pelo campeão francês, Yoann Bonato. Loeb não compete na Córsega desde 2008, mas venceu as suas últimas quatro participações no rali. Meeke já esteve no rali por cinco vezes, e, apenas em 2015 (em que foi quarto), terminou entre os 10 primeiros.
HYUNDAI QUER VOLTAR A VENCER
Dois carros novos para a Córsega: Neuville com o chassis 10 e Sordo com o chassis 11, enquanto Mikkelsen vai usar o mesmo carro que usou no México. A equipa planeou três dias de testes na Córsega, perto de Aleria, mas não foram cumpridos depois do acidente de Neuville, com o chassi 5 a terminar debaixo de uma ponte num rio. A equipa de batedores é a mesma de Monte Carlo (Bernt Kollevold para Mikkelsen, Bruno Thiry para Neuville e Enrique Ojeda para Dani Sordo). A Meteo France vai trabalhar com a equipa para dar as informações climatéricas. A equipa terá apenas seis dias em Alzenau antes de rumar à Argentina. Os pilotos da equipa têm conseguido bons resultados: Neuville venceu em 2017 e 2011 (com um Peugeot 207 S2000), Sordo (vai fazer o rali pela nona vez) conseguiu a vitória mais importante para a Mini (na versão S2000 em 2012), enquanto Mikkelsen venceu o WRC2 o ano passado.
MARTIN HOLMES
Horário (hora de Portugal continental)
DIA 1 – QUINTA-FEIRA, 5 ABRIL
07h00: Shakedown (Sorbo Ocagnano)
DIA 2 – SEXTA-FEIRA, 6 ABRIL
07h00: Partida de Bastia – Place Saint Nicolas
07h40: Assistência A (Aeroporto de Bastia – 15′)
08h50: ES 1 – La Porta/Valle di Rostino 1 (49,03 km)
10h09: ES 2 – Piedigriggio/Pont de Castirla 1 (13,55 km)
12h47: Assistência B (Aeroporto de Bastia – 30′)
14h12: ES 3 – La Porta/Valle di Rostino 2 (49,03 km)
15h31: ES 4 – Piedigriggio/Pont de Castirla 2 (13,55 km)
18h01: Assistência Flexi C (Aeroporto de Bastia – 45′
DIA 3 – SÁBADO, 7 MARÇO
05h10: Partida e Assistência D (Aeroporto de Bastia – 15′)
06h37: ES 5 – Cagnano/Pino/Canari 1 (35,61 km)
08h18: ES 6 – Désert des Agriates 1 (15,45 km)
10h08: ES 7 – Novella 1 (17,39 km)
12h31: Assistência E (Aeroporto de Bastia – 30′)
14h21: ES 8 – Cagnano/Pino/Canari 2 (35,61 km)
16h02: ES 9 – Désert des Agriates 2 (15,45 km)
17h39: ES 10 – Novella 2 (17,39 km)
19h10: Assistência Flexi F (Bastia airport – 45′)
DIA 4 – DOMINGO, 8 ABRIL
06h00: Partida e Assistência G (Aeroporto de Bastia – 15’)
08h23: ES 11 – Vero/Sarrola/Carcopino (55,17 km)
11h18: ES 12 – Pénitencier de Coti-Chiavari (16,25 km)
12h33: Final do Rali (Ajaccio, avenue de Paris)
14h00: Pódio (Ajaccio, place du Diamant)
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