Porsche continua o desenvolvimento do LMP1… a pensar na F1
O anúncio da saída da Porsche no final deste ano do WEC, foi um golpe duro para o campeonato de resistência, mas pode ser uma excelente notícia para a F1. Os rumores da ida para o Grande Circo são cada vez maiores e para já o interesse é oficial, com a marca a tomar parte nas reuniões que pretendem delinear o futuro da modalidade.
A marca de Estugarda estava a meio caminho no desenvolvimento de um novo motor para o WEC, quando foi dada a notícia que a saída iria ser uma realidade. No projeto estava um motor de 6 cilindros, curiosamente como os da F1. Nos 4 meses de desenvolvimento do novo motor, o foco esteve essencialmente na parte do bloco onde se dá a combustão.
“Era claro para nós que se quiséssemos ficar no WEC teríamos de melhorar o nosso motor pois os 4 cilindros estavam a atingir o seu limite. Começamos com um 6 cilindros em abril e claro que queremos terminar o trabalho”, afirmou Fritz Enzinger.
O desenvolvimento será feito como cilindro único para já e só depois a marca dará ordens para continuar. Quanto a possibilidade de ser um motor para a F1, ninguém comentou essa hipótese. Para já, a vontade é de aumentar a eficiência termodinâmica dos motores da marca, que já conseguiu 40% nos seus LMP1, mas que quer chegar à marca dos 50% que a Mercedes tem nos seus motores de F1.
Os motores de F1 pós-revolução de 2014 são absolutamente fantásticos, sendo 30% mais eficientes do que os motores usados antes da era híbrida. 30% em F1 é muito, considerando que é um desporto que vive de pormenores. Isso implica que a eficiência atual de um motor ronda os 50%, no caso da Mercedes.
Teoricamente cada depósito cheio de um carro de F1 tem 1240 Kw de energia disponível. Neste momento, a melhor tecnologia apenas permite utilizar pouco mais de metade da potência disponível.
Outro número que merece reflexão… Em 2013, o sistema KERS (recuperação de energia na travagem) pesava 107 Kg e tinha uma eficiência de…39%. Hoje em dia, o ERS (recuperação de energia térmica e cinética) pesa 20Kg e tem uma eficiência de 95%.
E há uns anos, alguém sonhou dizer que um 1.6L V6 seria capaz de debitar 900 cv? Para os amantes dos automóveis menos dados a este tipo de conversa, poderá ser aborrecido, mas são números que nos podem ser muito úteis num futuro a curto prazo, com a tecnologia a passar para os consumidores.
Agora temos de conviver com motores que têm menos alma é certo, mas que conseguem valores de eficiência que muitos achavam impossível há 10 anos e essa tecnologia está a ser aperfeiçoada para ser usada no dia a dia. O TJI é um exemplo (Turbulent Jet Injection), e é um sistema que injeta 97% da mistura de combustível/ar é na câmara de combustão normalmente, e os restantes 3% numa pequena câmara. É nessa câmara que se vai dar a ignição da mistura combustível/ar e depois da mistura incendiada, esta vai ser injetada para a câmara onde estão os outro 97%. Ou seja, a vela não incendeia a mistura da câmara, mas sim uma fração que depois será injetada na câmara para aumentar a eficiência da queima. Toda esta tecnologia poderá fazer parte da realidade dos automóveis de produção em breve e a Porsche quer ter uma palavra a dizer.
O interesse na F1 pode ainda ser disfarçado, mas parece certo que a marca dá passos concretos rumo a esse objetivo, mesmo que depois não se concretize. A vontade de rumar à F1 já é conversa antiga e a Audi (que pertence ao mesmo grupo) não avançou talvez porque nessa altura rebentou o escândalo das emissões, que ficou muito caro.
Agora com a Porsche sem WEC, e embora continuem a dizer que o foco está na Formula E, o que parece evidente é que este novo motor é uma das chaves do futuro e está a ter forte apoio por parte da estrutura da VW com Donatus Wichelhaus, um dos responsáveis pelo domínio absoluto da marca no WRC, a estar envolvido neste motor, que para já está apenas apontado como solução para os modelos de estrada da marca.
Se a Porsche regressar à F1, será para completar a ainda curta história da marca que apenas competiu em 31 GP com uma vitória em seu nome em 62, pela mão de Dan Gurney, em França. Há também mais uma pole e 5 pódios, mas são números que depressa serão batidos se a Porsche resolver assumir o desafio e mostrar o nível de eficiência que tem evidenciado no desporto motorizado ao longo de anos.
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Isto é muito bonito, no entanto, duvido muito que a Porsche regresse à F1 como equipa, acredito mais que seja apenas como construtor de motores como faz a Honda, e como a Porsche já fez com o fantástico TAG Turbo encomendado por Mansour Ojeh para a Mclaren nos anos 80, ou com um famigerado e pesado V12 3.5 que foi usado se não estou em erro, pela Footwork/Arrows no início dos 90 e que foi um fracasso completo. No entanto, como fan de F1 e da marca, espero bem que se concretize, porque será mais um motor na F1 feito… Ler mais »
Qualquer equipa que queira ser competitiva tem de fazer duas coisas: começar como fornecedor de motores e quando estiverem seguros da sua posição no mercado (e da competitividade entre os diversos fornecedores de motores) então comprar uma equipa com boa estrutura e transformá-la na “sua” equipa. Entrar na F1 directamente como fez a Toyota, por exemplo, não resulta, porque os resultados sempre vão demorar a chegar e se nem o motor é competitivo (por falta de experiência), então vão sofrer e quando começarem a chegar os resultados a marca viu que já perdeu tantos milhões que inevitavelmente quer retirar-se para… Ler mais »
Vê-se pela equipa oficial da Renault, está a milhas da Red Bull. Para o ano vão continuar a milhas da Red Bull e também da McLaren.
A Renault comprou a Benetton em 2000, passando a participar como Renault oficial em 2002, ganharam os títulos de construtores e pilotos em 2005 e 2006. Por isso não percebo porque usou esse exemplo. Não é por agora estarem com problemas que não vão voltar ao topo. Veja-se a Mclaren, já em 2013, mesmo com o motor Mercedes só passaram vergonhas, 2014 ainda mais e era somente o melhor motor do plantel (até uma williams com menos recursos fez maravilhas). Para obter resultados demora-se tempo, julgavam que a renault voltava a colar os autocolantes nos Lotus e começavam logo a… Ler mais »
De acordo. Por isso a Honda há uns anos comprou a BAR, que mais tarde deu a Mercedes que conhecemos hoje. Lamento que a Honda tenha “oferecido” a equipa a Ross Brawn, e acredito que tenha sido um problema político japonês (devido ao problema do terramoto), e hoje estão a pagar por isso, rastejando na cauda da F1, lutando por recuperar o tempo em que estiveram distantes da F1. Não vou falar da Mercedes porque já falei, mas podemos falar da Renault, que foi talvez a última equipa criada de raiz por um grande construtor a ter grandes resultados, embora… Ler mais »
É curioso como somos todos tão latinos e detestamos os germânicos e depois vamos a correr comprar os carros deles… ou babar-nos à sua vista. As ironias da vida!
Já que se inclui nos latinos (como somos todos)que detestam germânicos e depois vão a correr comprar os seus carros (eu não me incluo nos que se vão babar, porque senão seria mais “Pavlov’s Dog” que latino), diga-nos lá porque gostamos de carros, electrodomésticos e outras coisas que os alemães fazem, como ferramentas (eles também fazem alemãs, mas aí também não me vou babar, gosto muito da “prata da casa”). Já agora, em termos de carros, também gosto muito de algumas coisas que se fazem em Inglaterra, pouca coisa que se faz em Itália (esqueça lá os franceses), que por… Ler mais »
Que coisas tão patetas que você para aí diz. Bom, não percebeu a ironia, que mais hei-de eu fazer… Como dizem os seus estimados ingleses (que não são nada estúpidos, com aquela coisa do Brexit e tudo): oh well.
Caro so, se não percebi a sua ironia, talvez tenha sido por não se parecesse como ironia. Quanto aos meus estimados ingleses… Bom, são estimados por mim naquilo que fazem de bom (como toda a gente que faz coisas boas), no que toca a tudo o que tem a ver com automobilismo, Pubs, e música, também gosto do “landscaping” (e de algumas inglesas), quanto ao Brexit, de repente parece-me que estamos num site que tem a ver com política e não com desporto automóvel, mas afinal é o meu caro so, que está a expandir a coisa (mas sim, estão… Ler mais »
Acontece que todo a estrutura da Mercedes F1 é britânica, com tecnologia 100% (ou perto disso) britânica – do chassis BAR ao motor Ilmor! A Mercedes limitou-se a pagar para meter o logotipo numa tecnologia que nunca foi capaz de desnvolver! Pode ter uma boa gestão empresarial, um marketing agressivo, mas I&D, lamento, mas não!!! Falte-lhes o saber! Sabem é vender…
(continuando…) Faça-se no entanto justiça à Porsche – sempre foram uns ganhadores, e sempre souberam per si fazer isso!… Goste-se ou não, não são comparáveis aos outros alemães…
Fazem bem, porque a F1 não vai continuar de chinelos por muito tempo. Quando o cockpit for fechado a F1 passará a ser uma espécie de LMP1.