WTCC: À segunda, Tiago Monteiro ‘caiu do pódio’
A ausência de Tiago Monteiro foi novamente uma das notícias de destaque antes da prova do WTCC, no Japão. Monteiro foi obrigado a faltar novamente à chamada, ainda em fase de recuperação das lesões originadas no acidente de Barcelona. Se na ronda chinesa o cenário não se alterou muito, graças a uma meteorologia adversa, neste fim-de-semana o inevitável aconteceu e Tiago caiu para o 4º posto.
A agenda para esta prova foi drasticamente modificada, devido a atrasos no transporte do material da China para o Japão, consequência do mau tempo que se faz sentir naquela zona do globo, entre outros motivos extra-automobilismo que nos excusaremos de referir. O atraso obrigou a organização a condensar o fim-de-semana, com apenas uma sessão de treinos livres no sábado e com os restantes compromissos agendados para domingo.
Outra das notícias de relevo na antevisão para esta ronda, foi a exclusão de todos os Honda Civic das corridas realizadas na China, por uso de injectores que não estavam dentro da legalidade imposta pelos regulamentos. É a segunda exclusão em dois anos por parte do construtor japonês, que no ano passado perdeu os resultados obtidos em Marraquexe por uso de um fundo plano ilegal.
Quanto à lista de inscritos, as novidades eram Kris Richard, vencedor do ETCC 2016, que foi para o Japão receber o seu prémio, a participação numa ronda do mundial de turismos, ocupando o lugar de Guerrieri, chamado à última hora para comandar a máquina de Tiago Monteiro, uma vez que Tarquini iria estar em Adria a participar no troféu europeu do TCR.
Ficou claro desde cedo que os Civic eram as máquinas mais fortes no traçado de Twin Ring Motegi, que para não variar, apresentava uma meteorologia pouco recomendável. Michelisz foi o mais rápido nas duas sessões de treinos livres e os seus colegas de equipa mostraram um andamento muito interessante. Os Volvo não se evidenciaram nesta fase mas esperava-se que se mostrassem na qualificação.
A tendência manteve-se em qualificação, com Michelisz a conquistar uma pole position acima de qualquer dúvida, seguido de Catsburg e Girolami, com Guerrieri e Michigami a fechar o top5. Bjork falhou a passagem à Q3 e ficava numa posição menos confortável para encarar as corridas. Nota de destaque para Kevin Gleason que fez o 10º tempo e com isso conquistou a pole para a corrida de Abertura (a primeira de um piloto norte-americano no WTCC) e para as prestações muito pobres de Coronel e Huff, fora do top10.
O cenário complicou-se para Michigami que foi penalizado por troca de motor (originada pelos problemas nos transportes, sendo que o motor que usou na China ficou por lá. A JAS teve muito trabalho estes dias pois teve de montar 2 carros de raiz devido aos referidos constrangimentos), assim como Catsburg e ambos teriam de largar do final da grelha para a primeira corrida do dia.
Gleason não aproveitou o facto de largar do primeiro lugar na corrida de abertura e foi surpreendido por um semáforo atipicamente rápido, caindo para o meio do pelotão. A liderança ficou entregue a Chilton, que tratou de aumentar a distância para Ehralcher, Bjork (com uma boa largada) Guerrieri e Girolami. Foram vários os toques durante a prova, com Michelisz a envolver-se com Girolami e Catsburg a dar um toque em Michigami, resultando em penalizações para ambos os Volvo. A corrida acabou em apoteose com a luta pelo segundo lugar com Ehralcher a levar a melhor, aproveitando as sobras da luta intensa entre Bjork e Guerrieri, com o argentino a ficar com o último lugar do pódio. Chilton teve uma corrida tranquila e venceu com todo o mérito.
Para a corrida 2 as condições atmosféricas pioraram e a chuva caiu com mais intensidade. Bruno Correia liderou o pelotão nas duas primeiras voltas, mas as condições de visibilidade deterioraram-se significativamente, com Michigami a ir parar à gravilha. A direcção de corrida enviou o Safety Car novamente para a pista que ficou até a volta 11, quando foram cumpridos os 75% regulamentares para atribuir os pontos.
Não foi o fim-de-semana ideal para Bjork, que esperava ter aumentado mais a sua vantagem na liderança do campeonato. 4º e 5º lugar não é mau mas o sueco poderia ter dado um passo mais significativo. O saldo é relativamente positivo para a Volvo ao nível das pontuações, mas em pista os S60 TC1 não apresentaram a mesma capacidade que os Civic.
Quem esteve em grande foi Norbert Michelisz, o melhor piloto durante todo o fim-de-semana. O húngaro foi sempre o mais rápido e só aquele toque de Girolami o impediu de brilhar na primeira corrida. Os Honda estiveram em bom plano, com Michigami a mostrar mais do que tem feito e Guerrieri com uma excelente estreia numa equipa de fábrica. Foi rápido, aguerrido e não se deixou intimidar pela novidade da situação nem pelo mau tempo. Foi a par de Michelisz o piloto mais em evidência nesta jornada. Com este resultado, Michelisz é segundo e não chegou a sentir os efeitos da exclusão.
Chilton é o líder do troféu WTCC, mas Bennani está ainda muito perto. Huff e Coronel merecem destaque negativo. Dois dos melhores pilotos do campeonato estiveram muito abaixo do esperado, provavelmente com afinações menos conseguidas (Huff foi dos mais rápidos em Ningbo, em condições semelhantes). 2017 está a ser um ano mau para o britânico da Munnich, que era claramente dos favoritos ao titulo, mas que raramente conseguiu materializar esse favoritismo em pista. Ehrlacher, brilhou novamente. O jovem francês está a ter uma época de estreia muito boa e restam poucas dúvidas em relação ao seu talento. Já testou com a Audi com vista a conseguir uma vaga no DTM e é claramente um jovem a ter em conta no futuro. Kris Richard teve uma estreia em condições desafiantes mas terá por certo aproveitado a experiência, tal como fez Manuel Pedro Fernandes, na ronda portuguesa.
Para Tiago Monteiro o cenário complicou-se. Está apenas a 28.5 pontos da liderança mas não se sabe ainda se já vai a Macau. Faltando duas rondas, as contas do título ficam seriamente comprometidas e apenas uma conjugação de factores poderia ainda recolocar bem o português na luta. Vamos esperar que Monteiro regresse já em Macau para lutar por uma liderança que era sua por mérito e que perdeu por uma infelicidade. O português é muito forte nessa pista, e será o mínimo a esperar, que possa lutar em pista, e não perca definitivamente o WTCC sentado no sofá…
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Parte final do fim ! Injusto para o Tiago Monteiro, mas merecido para a Honda ! Afinal de contas, fizeram por isso…