F1: O recente ‘declínio’ da Williams

Por a 19 Outubro 2017 15:48

A Williams é uma das equipas mais míticas da F1. O seu fundador inspirou muitos com a sua força e quem já teve a oportunidade de ver o documentário sobre a Williams entende facilmente que Sir Frank não será por certo o melhor chefe de equipa que passou na F1, mas certamente o mais tenaz. É uma lição para todos, que mostra que a fórmula, 1% de talento 99% de trabalho e dedicação funciona até num mundo cruel como o da F1.

A Williams viveu os seus anos de ouro nos anos 80 e 90 e até 2004 era uma das equipas mais fortes do plantel. A partir de 2005 os resultados começaram a piorar e de 2005 a 2013 não ficaram uma única vez no Top 3 final. Em 2014 com a entrada em vigor dos novos regulamentos o cenário mudou de figura e a Williams apresentou-se competitiva, muito graças também ao motor Mercedes (o que não justifica tudo, pois em 2014 a McLaren usou motores germânicos e ficou em quinto).

2015 voltou a ser um ano positivo, com um novo terceiro lugar conquistado mas em 2016 a equipa perdeu novamente fulgor, caindo para quinto no final da época, suplantada pela Force India. 2017 está a ser ainda pior e a equipa tem neste momento apenas 66 pontos, contra os 147 da Force India.

O que estará na raiz deste abaixamento de forma? O motor não será certamente pois a equipa continua a ser fornecida pela Mercedes que se mantêm como a melhor opção ao nível das motorizações. O problema parece residir na aerodinâmica do carro.

Claire Williams foi clara no ano passado quando afirmou que o chassis desse ano não produzia o apoio aerodinâmico desejado. O FW39 parece uma versão adaptada do antecessor aos regulamentos de 2017, tendo sido o carro que menos soluções inovadoras apresentou no início da época e o que menos evoluiu durante o ano. Felipe Massa queixou-se do ritmo de desenvolvimento do carro e admitiu que apenas em 2014 as evoluções foram chegando a um ritmo ‘saudável’. Nos restantes anos as evoluções foram poucas, algo tardias e nem sempre com os resultados que se desejariam. Este ano novamente não se esperam melhorias uma vez que o foco está já em 2018.

Em 2014 a equipa reforçou o seu departamento de aerodinâmica com dois engenheiros (um da Red Bull e outro da Lotus F1, equipas que provavelmente produziam os chassis mais competitivos da altura) numa evidência clara que a equipa precisava de melhorar nesse aspeto. Mas de 2014 em diante os Williams sempre ficaram conhecidos por preferirem retas, e os resultados sempre foram tendencialmente melhores em pistas cuja exigência na aerodinâmica eram menores, uma fórmula que resultou bem em 2014 muito também pela dificuldades que os teóricos candidatos aos lugares do pódio enfrentavam.

A baixa de forma tem sido gradual e Paddy Lowe tem um grande desafio pela frente. Não parece que seja falta de talento nos departamentos técnicos mas o facto é que a Williams não tem produzido chassis capazes de lutar por mais que o 4º/5º lugar e foram ultrapassados pela Force India. que apresenta de forma regular soluções interessantes e inovadoras.

Outro fator que estará na génese do abaixamento abrupto em 2017 será os pilotos. Lance Stroll é definitivamente um piloto ainda ‘verde’, que cometeu muitos erros no início do ano mas que tem evoluído bem, notando-se ainda a pouca experiência. Já Felipe Massa é dos mais experientes na grelha mas este ano tem apresentado um rendimento abaixo do esperado e tem apenas dois pontos de vantagem sobre o seu colega de equipa. E a isso não será estranho a vontade da equipa em trocar de piloto (pelo menos as movimentações que têm sido feitas mostram isso).

O terceiro fator a ter em conta é a falta de orçamento. A Williams não se pode dar ao luxo de gastar como as equipas de topo e embora a marca Williams seja hoje em dia muito mais que F1, não é ainda capaz de criar as condições para ter orçamentos de topo.

2014 foi um ano que deixou os adeptos da F1 felizes. A Williams voltou e conseguiu recuperar da saída de Patrick Head, uma peça fundamental na engrenagem da equipa até 2011, ano da sua saída. Claire Williams tem feito um trabalho muito bom, atraindo pessoas capazes como Symonds, Smedley e agora Lowe, tendo também conseguido convencer a Martini a regressar à F1.

Nesse ano fizeram 303 pontos mas a queda tem sido gradual e este ano dificilmente conseguirão chegar aos 138 do ano passado. Mais ainda, a Renault e a McLaren vão apresentar-se muito mais fortes e a Force India não deverá querer baixar o nível. 2018 será um ano importante para a equipa que precisa de apresentar um chassis muito mais competitivo e uma dupla de pilotos que garanta pontos, sendo que Stroll está já garantido. Será a Williams capaz de voltar aos bons resultados?

Caro leitor, esta é uma mensagem importante.
O Autosport já não existe em versão papel, apenas na versão online.
E por essa razão, não é mais possível o Autosport continuar a disponibilizar todos os seus artigos gratuitamente.
Para que os leitores possam contribuir para a existência e evolução da qualidade do seu site preferido, criámos o Clube Autosport com inúmeras vantagens e descontos que permitirá a cada membro aceder a todos os artigos do site Autosport e ainda recuperar (varias vezes) o custo de ser membro.
Os membros do Clube Autosport receberão um cartão de membro com validade de 1 ano, que apresentarão junto das empresas parceiras como identificação.
Lista de Vantagens:
-Acesso a todos os conteúdos no site Autosport sem ter que ver a publicidade
-Desconto nos combustíveis Repsol
-Acesso a seguros especialmente desenvolvidos pela Vitorinos seguros a preços imbatíveis
-Descontos em oficinas, lojas e serviços auto
-Acesso exclusivo a eventos especialmente organizados para membros
Saiba mais AQUI
Subscribe
Notify of
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
últimas FÓRMULA 1
últimas Autosport
formula1
últimas Automais
formula1
Ativar notificações? Sim Não, obrigado