Ronnie Peterson: Quase quatro décadas sem o ‘Supersueco’

Apelidado como o ‘Supersueco’ Ronnie Peterson faleceu há 39 anos no Grande Prémio de Itália, em Monza. Era um dos pilotos mais cotado da sua época, pese embora não tenha conseguido sagrar-se Campeão do Mundo, conseguido 10 vitórias e 14 ‘pole-position’ nos nove anos que esteve na F1. Mas a sua reputação esteve muito além do que os números podem traduzir. É que apesar de passar muitas épocas na disciplina ao volante de monolugares pouco competitivos, Petersen conseguia evidenciar o seu talento. Nunca passando muito tempo a testar ou a tentar um acerto especial para o carro. A admiração que granjeou teve mais a ver com o que fazia de volante nas mãos, como conseguia aproveitar os caprichos do carro em seu favor, mesmo que isso significasse andar por vezes em derrapagens controladas, para gáudio dos fãs.

Entre os admiradores de Peterson figuraram alguns dos seus adversários, alguns deles campeões mundiais, como Jackie Stewat, que a dada altura comentou o talento do sueco: “Não acho que Ronnie tenha alguma vez a aplicação mental que um piloto de corridas precisa, mas admito tremendamente o seu talento natural. Quaisquer números, particularmente em 1973, não traduzem o que fazia Seguia-o numa curva e pensava: ‘Ó Ronnie desta vez tudo exageraste, tudo já foste, mas ele conseguia sempre segrar o carro. Nunca me surpreendeu por isso que os espetadores o adorasse – ele era entusiasmante de ser ver também do meu posto de condução”.

Regressado à Lotus em 1978, depois de dois anos na March e na Tyrrell, Ronnie Peterson voltou à formação de Colin Chapman sabendo de antemão que iria desempenhar o papel de segundo piloto, na ‘sombra’ de Mário Andretti, que também era um grande amigo do sueco. Champan achou que a equipa devia o campeonato a Andretti, o que acabou por favorecer o italo-americano num ano em que o Lotus 78 se afirmou como o conjunto dominado. Gozando de uma grande relação com Andretti, Peterson foi cúmplice da rota do americano, ficando-se por apenas duas vitórias, antes do fim de semana fatal de Monza. Além disso o sueco teve imensos problemas com o ‘velho’ Lotus 78, qualificando-se apenas em quinto para a prova italiana. Depois deu-se a tragédia, logo após a partida, feita com recurso a uma caixa manual que está a uma ‘galáxia’ de distância dos ‘launch-control’ dos atuais carros de F1. Uma série de colisões que só tiveram um resultado fatal para o sueco, e que levaram a acusações judiciais despropositadas a Riccardo Patrese. Um acidente múltiplo que envolveu também James Hunt e Vittorio Brambilla.

Transportado ao hospital, Ronnie Peterson não resistiria e sucumbiu aos ferimentos, apesar de ser relativamente novo. Tinha 34 anos anos. Apesar de não ter conseguido os títulos que Jackie Stewart ou Mário Andretti, o sueco raramente consegue o reconhecimento que merecia. Mas há quem diga que se não tivesse falecido provavelmente Peterson teria tudo uma oportunidade para vencer um campeonato ao serviço da McLaren.

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