CRÓNICA: A ‘raiva’ de Hugo Magalhães

“É difícil expressar o que sinto, talvez as lágrimas que me lavaram a cara durante a última ligação expliquem o que eu próprio não consigo explicar! Não foram lágrimas de alegria apesar de estar muito contente com mais uma prestação de grande nível, foram lágrimas de revolta por saber que somos capazes de lutar com os melhores com meios inferiores e continuamos desamparados e a ‘mendigar’ para fazer o que mais gostamos, foram lágrimas de raiva por viver num país em que as diretrizes do desporto motorizado estão mais baralhadas que um jogo de poker e nada se faz para ajudar os pilotos portugueses que andam cá fora. Infelizmente já senti isto com outros grandes pilotos e continuo a sentir o mesmo ao lado do Bruno”.

“Chegar à Grécia sem nunca ter feito o rali nesta zona, fazer duas passagens e mostrar este andamento é sem dúvida alguma um motivo de satisfação e alento para continuar porque o caminho certo é este. Apesar de todos estes bons indicadores saio daqui com um grande nó na garganta por nos ver arredados da vitória devido a um dia cheio de problemas que foram impossíveis de resolver apesar de todos os esforços da nossa equipa. Tenho de estar orgulhoso por levar de novo bem alto a nossa bandeira e por aquilo que fizemos, mas isto por dentro dói, sinto-me triste! Obrigado a todos os que nos ajudaram a estar aqui e continuam a acreditar que temos valor e a todos vocês pelo apoio! Continuamos a liderar e o número 1 continuará na nossa porta no Rali de Chipre!”