F1: Pressão alta para Esteban Ocon

Por a 28 Janeiro 2017 15:07

Esteban Ocon demorou a chegar à F1, mas a verdade é que ainda não se cumpriram doze meses na disciplina e já está na Force India. Só que, aí a pressão vai ser bem maior que na defunta Manor, e Otmar Szafnauer, seu chefe na Force India já deixou claro que o jovem francês tem que “pontuar regularmente”. Logicamente que há aqui mão da Mercedes nesta passagem da Manor para a equipa de Vijay Mallya, mas o que se segue será bem mais complicado: “Estamos confiantes que o Esteban possa aprender rápido, é por isso que o escolhemos, pois já demonstrou ter talento para ser rápido em pouco tempo. Agora esperamos que possa desafiar ‘Checo’ (Sergio Pérez) rapidamente. Acho que o Esteban tem grande potencial para crescer e fazer um bom trabalho”, disse Szafnauer.

Este é o mesmo piloto com que falámos o ano passado em Zandvoort, e com ele tive uma curta conversa onde percebi a grande esperança que o jovem tem no futuro. Na altura, disse-me que “espero estar dentro de dois ou três anos na F1” Enganou-se redondamente! Nem um ano demorou. Em conversas com diversas pessoas, todas elas vislumbram no francês um piloto de grande futuro, e o facto de já estar na Force India, é a mais cabal prova disso mesmo.

Mas o que me fez manter mais atenção que o normal na carreira deste jovem desde o dia da nossa conversa, foi ter ficado a conhecer a sua história de vida, já que para chegar onde está, os seus pais venderam a casa de modo a terem dinheiro para financiar os primeiros passos da carreira do filho. Não há muita gente com a confiança suficiente para o fazer mas agora, mais do que nunca, percebe-se que os pais de Ocon perceberam cedo o que ‘estava’ ali. Há muitas histórias destas no desporto motorizado, muitas delas correm mal, mas felizmente para ele, tem nas mãos a oportunidade que procurava, e agora há que fazer pela vida.

Recorde a entrevista de há um ano e meio:

P: Neste momento, tu és um dos grandes nomes em termos de novos valores a despontar no desporto automóvel. Como foi a tua carreira até aqui?

R: Não sei se sou um dos grandes nomes a despontar no desporto automóvel, mas a minha carreira, até ao momento, está a correr bem. Ganhei o Campeonato Europeu de Fórmula 3 no meu primeiro ano, e isso foi um grande passo. Agora estou na GP3, e está a correr bem, já ganhei a minha primeira corrida.

P: Fala-me da história da tua carreira. Que idade tens? Conta-me como tudo começou…

R: Tenho 18 anos. Comecei no karting aos 5 anos e a competir aos 7 em França. Depois comecei a participar em competições internacionais quando tinha 12 anos, na categoria Júnior. Aos 15 anos cheguei à Formula Renault 2.0, onde tive um ano de aprendizagem. Em 2013, já com 16 anos, fiz uma segunda temporada, onde terminei o campeonato na terceira posição.

P: Agora tens 18 anos, e és um dos pouco pilotos que já pilotou um Fórmula 1 com esta idade, como é que vês esta situação?

R: Esta situação deve-se a todo o meu trabalho e ao da equipa. A Lotus ajudou-me muito, não só pagar a minha carreira, mas também no meu desenvolvimento como piloto. Depois dos resultados que apresentei colocaram-me num F1. Este ano a Mercedes e a Force India deram-me uma oportunidade de testar, o que é uma grande oportunidade para mim, posso ganhar mais experiência, o que acaba por ser aquilo que eu quero.

P: A primeira vez que pilotaste um F1 foi em Valência em 2013. O que sentiste ao volante de um F1?

R: Para ser honesto não senti nada de especial, é precisar estar concentrado para dar um bom feedback aos engenheiros, é preciso ser eficiente e realizar um bom trabalho. Apenas dei conta que estive ao volante de um F1 depois de terminar o teste.

P: E depois disso, o que estás a fazer agora? Estás envolvido com a Mercedes. Fala-me da ligação à Mercedes…

R: Sou um piloto de reserva do DTM. Posso trabalhar para eles até um certo ponto. Estou bastante agradecido por esta oportunidade pois, se não tivesse aparecido, este ano não estaria a competir.

P: Como é que esperas que a tua carreira evolua a partir de agora?

R: O meu objetivo é chegar à F1, mas primeiro tenho de fazer uma boa época na GP3, e depois logo veremos o que acontece.

P: Se as coisas decorrerem de um modo normal, quando esperas chegar à F1?

R: Eu tenho a esperança se ganhar este ano a GP3 (ndr, ganhou mesmo a competição), que chegue na próxima época. Seria o realizar de um sonho. Se as coisas correrem bem, no espaço de dois ou três anos espero estar na F1.

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