CRÓNICA, WRC: A segurança no Monte Carlo e em Portugal
Bastou uma especial do WRC 2017 e uma morte de um espetador muito mal colocado na estrada para se levantar de imediato um coro de críticas a fazer uma analogia entre os novos carros do Mundial de Ralis e os Grupos B de 1986. Logo surgiu quem disse mal da FIA por ter dado mais ‘vitamina’ aos WRC e outros a comparar as duas épocas. Basicamente é o mesmo que comparar uma obra prima à prima do mestre de obras. O ano de 1986 foi um ano de excessos a todos os níveis no Mundial de Ralis, desde a brutalidade dos carros, à dificuldade dos pilotar e ao efeito que isso fez aos adeptos que nunca mais esquecerão um ano que teve tanto de extraordinário como irresponsável e mesmo estúpido. Só por absoluto milagre não aconteceria um acidente grave. E aconteceu mesmo com a gravidade que todos sabemos e as consequências que teve. Uma revolução nos ralis.
Este ano, é verdade, os carros são mais potentes, mais espetaculares e também mais difíceis de pilotar sendo por isso mais provável que existam mais saídas de estrada. Mas isso não significa que os habituais profetas da desgraça já possam esfregar as mãos pois têm mais hipóteses de poder inundar as redes sociais com o seu habitual ‘dizer mal de tudo o que mexe’ porque o ónus de possíveis acidentes em que estejam envolvidos espetadores terão muito menos probabilidade de acontecer se as organizações não forem como esta do Monte Carlo. Este ano, o ACM criou um ‘manual’ de ‘conselhos’ aos espetadores, apertou um pouco a malha nos troços, mas mesmo assim – independentemente do que sucedeu com o infortunado espetador, pois esse caso foi completamente ‘fora da caixa’ (nunca será possível controlar toda a gente em todos os momentos) – viram-se comportamento muito complicados.
É certo que o ACM tal como aconteceu com o Rali de Portugal durante muito tempo é vítima do seu próprio sucesso mas se fosse possível comparar o que fazem as duas organizações a diferença era abismal. Quando o conceito das zonas espetáculo foi introduzido no Rali de Portugal pelo ACP não foi fácil aos adeptos aceitar esse espartilho, essa privação de liberdade mas esse é o preço a pagar pelos portugueses que não querem voltar a ver o que viram a 5 de Março de 1986. Os adeptos do Rali de Portugal hoje são um exemplo pois continuam a emprestar a sua emoção aos ralis sem serem necessários os comportamentos dos anos oitenta. Hoje, é muito mais difícil em Portugal poderem ver-se comportamentos como os que se viram em Monte Carlo, porque desde que o ACP decidiu levar o Rali de Portugal para o Norte foi colocada uma grande ênfase na necessidade do público seguir as indicações e se algo corresse mal, era grande o risco do rali sair do WRC e as pessoas perceberam a mensagem e são as primeiras a querer por cá o rali por muitos e bons anos. Em resumo, não faz qualquer sentido atribuir ao maior andamento dos carros o que aconteceu, o gelo negro tanto faz sair de estrada um carro de 2016, 2017 ou mesmo de 1980.
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Só mesmo alguém de má fé ou muito ignorante pode achar que a morte do espectador no monte carlo deste ano deve-se ao aumento da potência dos carros!!!! E neste caso o carro nem tocou no espectador!! A verdade é que tivemos uma prova com emoção como há muito já não tínhamos no WRC!!! Aqueles que proferiram aqui que a FIA estaria a dar um tiro nos pés com o aumento da potência dos carros (um conhecido piloto nacional referiu isso…), venham agoirar agora…
Quem foi esse piloto?
Acho que no Monte assim como na Catalunha, por vezes o publico abusa um pouco no sitio onde se colocam, assim como se abusa em Portugal de modo como afunilam toda a gente para as show zones!
Nem tanto ao mar nem tanto á terra!
Compreendo a forma rígida como se controla o público em Portugal. Se houver um incidente (outro) lá se vai a prova por uma porrada de anos. É melhor assim.
Completamente de acordo.Em Monte Carlo(estive lá em 2008)é”tudo ao molho e fé em Deus”.Em Portugal a segurança é rigida demais,mas temos que perceber que pode estar a continuidade do nosso rali em causa,e com os WRC’s de 2017,a probabilidade de um acidente grave,aumentou.
Caro rfz, infelizmente foi o carro que atingiu o homem. Na camera onboard, momentos antes de Paddon perder o controlo do carro, ve-se o flash da camera ( ou telemovel) mesmo na zona onde o carro bateu. Existe outra gravaçao, que se for vista no youtube, reduzindo a velocidade de reprodução, dá para perceber que o homem foi atingido e projectado pelo morro acima. Tem razão sobre o facto do aumento de potencia não ter nada a ver com esta situação.
Ao Sr. Abreu. Ora bem! Há uma coisa que devia ser salientada neste artigo, e que é o facto de ainda não ter sido tornado público se o espectador foi atingido pelo carro, ou estava pendurado e caiu em cima do carro. É importante apurar as responsabilidades, e também é importante perceber que se um espectador senta num calhau a 6 metros de altura e se desequilibra com o cagaço que apanhou, a culpa não é da equipa, da organização, do regulamento que permite construir o carro ou seja o que for do género. Mais uma vez temos jornalismo de… Ler mais »
O seu comentário a este artigo? Respect!! O seu comentário devia ser o artigo.
Obrigado pelo seu elogio, mas cuidado que pode ferir susceptibilidades. Há coisa de 3 semanas, o jornalista Sr. Abreu ameaçou-me de expulsão definitiva do site por alegada falta de respeito por quem trabalha.
Numa critica que fiz, disse que o Autosport tinha metido as “patas pelas mãos”, a coisa foi levada muito a peito e de forma literal, quando nunca foi minha intenção sugerir que a pessoa padecesse de alguma deformidade física, muito menos de natureza tão monstruosa.
Enfim, temos que ter muito cuidado com o que escrevemos.
Cumprimentos.
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