F1, Liberty Media aguarda luz verde da FIA
Há apenas um obstáculo para que o novo dono da Fórmula 1, a Liberty Media, possa completar a aquisição da disciplina. Esta semana os acionistas reuniram-se no Colorado para votar a aquisição da F1, com a empresa dirigida pelo magnata americano John Malone a conseguir a aprovação do negócio, incluindo a mudança de nome para ‘Formula One Group’.
Em comunicado a Liberty afirma: “Concluir a aquisição continua condicionada pela aprovação da FIA, a entidade reguladora da Fórmula 1”, mas a empresa diz que aprovação é provável de acontecer “antes do final do primeiro quartel de 2017”. De qualquer modo, este deve ser somente um pró-forma, pois sabe-se que a FIA convocou um Conselho Mundial extraordinário para discutir a questão, o que está precisamente a acontecer no dia de hoje…
FÓRMULA 1 VENDIDA À LIBERTY MEDIA: RECORDE O QUE SE SABE ATÉ AGORA
A Liberty Media vai comprar a Delta Topco, a empresa gerida por Bernie Ecclestone e pela CVC, que detém os direitos comerciais do Mundial de Fórmula 1. A Liberty Media, empresa norte-americana controlada por John Malone, um pioneiro na indústria americana de TV por cabo vai comprar a empresa e também assumir a a atual dívida da Fórmula 1 de 4.1 mil milhões de dólares. Chase Carey, Vice-Presidente Executivo da 21st Century Fox vai ser o novo Chairman do Grupo. Bernie Ecclestone deverá permanecer na sua atual posição de CEO da empresa, embora não o confirme para já, dizendo só que foi convidado para o fazer.
O guru do Marketing, Zak Brown acredita que a visão estratégica dos novos donos da F1, a Liberty Media, em oposição à visão puramente mercantilista da CVC será boa para os adeptos, que dessa forma verão ser aplicadas medidas na F1 que visam desenvolver a sua base de adeptos e contentar ainda mais os que já existem, ao invés de ler apenas sobre os enormes ganhos que a modalidade gera, que foi o que aconteceu desde 2006 até agora: “Liberty Media é um dos melhores compradores estratégicos que a F1 poderia ter. Penso que eles se vão centrar no crescimento da base de adeptos, e isso irá contentar os parceiros, as equipas e naturalmente as TVs que investem muito dinheiro na F1. E se a F1 crescer a esse nível será mais fácil encontrar parceiros, e mais parceiros terão disposição de investir. Será bom para todos”
Também a FIA já reagiu à aquisição da F1 por parte da Liberty Media, ao dizerem que “aguardam o momento de poder discutir com as partes interessadas as consequências deste acordo no que concerne à promoção da Fórmula 1. A FIA sabe da experiência que a Liberty Media tem no campo desportivo e espera poder trabalhar com a empresa para poder desenvolver ainda mais a F1, levando-a às novas gerações de adeptos por todo o mundo”
CHASE CAREY: O PLANO É LEVAR A FÓRMULA 1 “AO PRÓXIMO NÍVEL”
A Liberty Media confirmou a compra da Fórmula 1 e Chase Carey, que é o novo ‘chairman’ do Formula One Group – vai trabalhar ao lado do CEO, Bernie Ecclestone, que se mantém (algo que não é ainda certo) – diz que esta compra ai permitir o crescimento e o desenvolvimento da modalidade com o benefício das equipas e dos adeptos:
“Estou muito contente por me juntar a esta equipa que tem potencial para fazer muito. A Fórmula 1 tem tido um enorme sucesso, que muito se deve a Bernie Ecclestone, pois lidera este negócio há muitas décadas. Estou muito motivado para trabalhar com ele e acreditamos ser uma oportunidade para continuar a evoluir este negócio e levá-lo ao próximo nível. E a intenção é fazer crescer e desenvolver a F1 para benefício dos adeptos, equipas, parceiros e acionistas, incrementando a promoção e marketing da Fórmula 1 como desporto e como marca. Aumentar a distribuição de conteúdos, especialmente no digital, que atualmente tem muito pouco retorno. Evoluindo o calendário, estabelecendo uma panóplia maior de parcerias, incluindo patrocínios. E aproveitar a experiência da Liberty em eventos ao vivo e em monetizar, de modo a tornar os Grandes Prémios de Fórmula 1 os maiores de sempre”
Chase Carey é um ex-executivo da 21st Century Fox e o novo CEO do Grupo que agora comprou a F1 mas Bernie Ecclestone já disse ao Daily Mail que se não gostar do que pretendem fazer os novos donos da F1 “Diz adeus” Já ao The jornal Times, Ecclestone revelou “Foi-me oferecido um contrato para ficar e ajudá-los, mas vamos ver se quero fazê-lo”.
Independentemente disso, os novos donos já deixaram claro que a Europa é fundamental para a sua estratégia, explorando o potencial de “uma nova geração de adeptos” em novos mercados, referindo-se à América do Norte e Ásia.
“Quero deixar claro que os mercados estabelecidos, o berço e a casa da F1, a Europa em particular, têm importância crítica nesta estratégia. Temos que fazer crescer essas fundações. A mais longo termo, os mercados dos EUA e Ásia serão desenvolvidos, mas isso não é uma coisa que se fará do dia para a noite. Há como se calcula, muita gente a gostar de F1, e se utilizarmos as plataformas digitais para chegar a esses adeptos e outras ferramentas que ainda não foram exploradas agressivamente podemos construir uma nova geração de adeptos em locais que historicamente têm sido uma parte significativa da base de adeptos da F1”.
Portanto, para já o que se percebe é que os novos donos da F1 – tal como se esperava – vão trabalhar no digital como nunca foi feito na F1, mas muita coisa nova deverá vir com o tempo. O quê? É ainda muito cedo pois somente ontem se começou a trabalhar na complexa operação monetária.
APOSTAS, ‘PAY-TV’ E MAIS CORRIDAS SÃO ALGUMAS IDEIAS DA LIBERTY MEDIA
Depois de Chase Carey, a vez de Greg Maffei. O presidente e chefe executivo da Liberty Media deu uma ideia dos planos futuros da companhia para a Fórmula 1 e há notícias que se calhar não vão agradar aos adeptos, nomeadamente fazer crescer o número de fidelizações de televisão em sinal fechado.
“Existem oportunidades para fazer crescer o negócio, começando pelas receitas televisivas, a maior fonte de rendimentos. O Chase Carey é muito experiente nesta matéria. É difícil pensar em alguém melhor que tenha tido a oportunidade de gerir empresas de media e ativos diretamente ligados com o desporto, bem como a ligação entre ambas”, disse Maffei, que acrescentou: “Penso que existe uma oportunidade para fazer crescer a transmissão televisiva. Muito virá de mudar o paradigma de serviços gratuitos para serviços pagos a um preço competitivo, e isso foi o que aconteceu, por exemplo, no Reino Unido, quando a Sky comprou os direitos”.
O patrão da Liberty Media também comentou a falta de contratos publicitários na Fórmula 1: “Penso que temos cerca de 17 patrocinadores, e temos três pessoas a trabalhar na publicidade na Fórmula 1. É um grande contraste com a Major League Baseball, um negócio que conhecemos bem através dos Atlanta Braves. Aqui existem 75 patrocinadores, e apenas nos Estados Unidos. Portanto penso que existe uma oportunidade para crescer, investir na captação de novos parceiros e fazê-los crescer”.
Esse crescimento afeta também o número de corridas, com Greg Maffei a afirmar que o calendário pode crescer: “Temos 21 provas neste momento, mas penso que existe uma oportunidade para fazer com que esse número suba ao longo do tempo, em particular quando algumas das provas atuais já foram maximizadas com valores relativamente elevados. Penso que existe uma oportunidade para crescermos no número de provas e em locais que são potencialmente mais atrativos para acordos de transmissão de longa duração e igualmente ao nível da publicidade”.
Maffei diz que o caso óbvio no curto prazo é “a Ásia, e potencialmente a América Latina”. E que no longo-prazo as baterias devem ser apontadas “à América do Norte, particularmente os EUA, onde realmente estamos abaixo na audiência, receita e todos os aspetos”.
Os média digitais serão outro dos cavalos de batalha da companhia, incluindo a indústria dos jogos: “Algo que atravessa todos estes aspetos é o facto de menos de 1% das receitas provir do digital. Não existe realmente nenhum esforço organizado neste campo. E penso que existem muitas coisas que podemos fazer em redor dos jogos, Realidade Virtual e Realidade Aumentada. Existe uma quantidade enorme de vídeo e dados que já estamos a recolher em cada corrida e que depois não são processados de forma substancial para os fãs mais conhecedores, ou para oportunidades em redor de coisas como o jogo de apostas.”
O QUE CHASE CAREY E A LIBERTY MEDIA TÊM DITO SOBRE A FÓRMULA 1
Chase Carey esteve em Singapura onde visitou todos os chefes das equipas de Fórmula 1, explicando-lhes as suas ideias para a disciplina. Pelo meio, falou aos jornalistas, sendo que os tópicos mais importantes pode vê-los nos artigos que republicamos, para que não perca nada do que a ‘face’ da Liberty Media anda a dizer relativamente ao futuro da F1…
Bastou uma corrida para Chase Carey ter a certeza que o futuro da Fórmula 1 passa por fazer com que cada Grande Prémio seja bem mais volumoso no apelo, alcance e eventos paralelos às próprias corridas: “Têm de ser muito maiores, muito mais abrangentes e apelar a uma muito maior audiência ao longo de toda-a-semana”, referiu ao conceituado jornalista Christian Sylt. Decisivo nesta matéria será, tudo indica, o investimento da Liberty Media na empresa Live Nation, considerada pela nova detentora dos direitos comerciais da Fórmula 1 como a maior companhia do mundo de entretenimento e promoção de eventos ao vivo. “Penso que existe uma enorme oportunidade para tornarmos as corridas em algo muito maior do que aquilo que são hoje”, concluiu.
EUROPA E “LOCAIS HISTÓRICOS” DA FÓRMULA 1 SÃO FUNDAMENTAIS PARA A LIBERTY MEDIA
A chegada da Liberty Media à Fórmula 1 captou a atenção de todos os que seguem o desporto, trazendo consigo a nomeação do antigo presidente da 21st Century Fox Chase Carey como novo chairman do Formula One Group. Numa entrevista publicada no site oficial do organismo, o norte-americano admite que a América é importante, mas que os Grandes Prémios europeus também o são, contrariando um pouco o que Bernie Ecclestone tem feito nos últimos anos, voltando-se para países com muito dinheiro, mas sem tradição histórica. França, por exemplo, não tem Grande Prémio desde 2008, Spa-Francorchamps andou desaparecido em 2006, ano em que o GP de San Marino decorreu pela última vez,e até a poderosa Alemanha tem perdido fulgor, alternando Hockenheim com Nurburgring desde 2009.
Questionado sobre que motivos levaram um grande grupo como a Liberty Media a investir num desporto que não representa assim tanto para os americanos, Carey salientou o caráter global da empresa que representa, mas também que irá dar a cara pela Fórmula 1, e não pela Liberty:
“Bom, é uma companhia que tem as suas raízes na América, sim, mas faz negócios em todo o mundo. Mas agora tenho de falar por mim e não pela Liberty, já que a minha carreira tem estado dividida mais pela Fox and News do que pela Liberty. E no futuro irei trabalhar para a Fórmula 1 e não pela Liberty. Quanto ao motivo para investir num desporto que é muito dominado pelos europeus, a resposta é simples: os negócios tornaram-se globais e a Fórmula 1 é um desporto global. Portanto a era em que pensávamos em continentes e regiões é uma coisa do passado. A Liberty tem investido por todo o mundo, portanto a Fórmula 1 é apenas mais um ativo do seu portfólio.”
Sobre a importância de ir para os EUA e de manter as provas europeias, Carey revelou concordar que “os Estados Unidos são uma área de oportunidade para o desporto a longo-prazo, e que existe algo por desvendar. Mas também as Américas e a Ásia. Da mesma forma, será igualmente importante continuar a fortalecer a Fórmula 1 em locais históricos dentro da Europa. É aqui onde se encontram as fundações do desporto e nós certamente iremos crescer e aproveitar essa força histórica”.
CHASE CAREY: “A FÓRMULA 1 NÃO PODE SER UMA DITADURA”
Foi recentemente anunciado que a Liberty Media se vai tornar acionista maioritária do Formula One Group, ocupando uma posição que desde 2006 pertencia à CVC Capital Partners, que tinha Bernie Ecclestone como seu testa de ferro. A Liberty Media, é, como se sabe, uma empresa norte-americana controlada por John Malone, um pioneiro na indústria americana de TV por cabo.
No entender do novo ‘chairman’ do Formula One Group, Chase Carey, esta mudança de ‘gerência’ simboliza o fim de uma era na Fórmula 1. “Apesar das pessoas estarem provavelmente habituadas a esse cenário a F1 não pode ser uma ditadura. É um desporto que precisa de liderança e essa liderança significa que é preciso criar uma visão de modo a alcançar os objetivos que se pretendem no futuro” comentou numa clara farpa lançada ao homem que conduziu os destinos da F1 na última década, Bernie Ecclestone.
Jonh Malone deixou ainda uma receita de como deve ser geria da F1. “Não é possível que todos estejam sempre contentes, mas é preciso perceber o que cada um quer e depois então encontrar um caminho”.
CHASE CAREY: “POSSO LEVAR A FÓRMULA 1 A OUTRO NÍVEL”
A fazer a sua primeira visita a uma corrida enquanto novo líder da Fórmula 1, Chase Carey prometeu em Singapura que irá levar o desporto a “outro nível”, sugerindo que é possível melhorar o trabalho feito por Bernie Ecclestone e manifestando que o seu interesse na modalidade esteve ligado ao facto de sentir que “podia fazer a diferença”: “Pareceu-me interessante e pensei que podia fazer a diferença num negócio que liberta grandes oportunidades. Havia a oportunidade de fazer algo muito especial. Sem tirar o mérito a Bernie, que teve um enorme sucesso – todos admiram o negócio que ele construiu – penso que existe outro nível para onde podemos levar a Fórmula 1. Esta foi uma oportunidade que me entusiasmou quando me foi apresentada”.
Carey também prometeu que os novos acionistas Libery Media irão investir na Fórmula 1 para ajudar a fazer crescer os lucros da competição, sugerindo ainda corridas em populares cidades norte-americanas, como Miami, Los Angeles e Nova Iorque.
“É muito cedo para ter um plano concreto, mas iremos claramente ter um plano para desenvolver o mercado americano e estarmos presentes no mercado correto. Existe uma grande audiência por desvendar nos Estados Unidos. Não quero criticar os esforços do passado, porque não os conheço. Mas a Fórmula 1 é uma grande marca premium e isso significa para mim que queremos estar em locais como Los Angeles, Nova Iorque ou Miami. Idealmente nas grandes cidades do mundo”, concluiu.
Nuno Barreto Costa
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