Toyota: Está de regresso um ‘gigante’ da história do WRC

Por a 14 Janeiro 2017 11:35

Os testes já terminaram e a Toyota Gazoo Racing está agora a poucos dias de regressar ao WRC e logo com o lendário Rali de Monte Carlo. Após dezassete anos de ausência, o maior construtor mundial de automóveis, a Toyota, está de regresso ao Mundial de Ralis. Curiosamente, o seu grande adversário no mundo das vendas de aurtomóveis, a Volkswagen, saiu de fininho…mas com o papo cheio de títulos. O que nos vai trazer a Toyota?

Rei morto, Rei posto! É no mínimo curioso que os dois principais players mundiais no que à venda de automóveis diz respeito, a Toyota e a Volkswagen, façam uma espécie de troca no WRC. Precisamente na mesma altura em que os alemães dizem adeus à competição, devido aos problemas causados pelo ‘dieselgate’, eis que chega a Toyota para dar sequência à rica história que já vem dos primórdios do Mundial de Ralis. Ironicamente, num ano em que os japoneses reconquistaram a liderança mundial de venda de automóveis, sai a VW, entra a Toyota. Dupla sucessão!

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Foi a Tommi Makinen e seus pares que foi dada a responsabilidade de reativar a senda de sucessos que neste momento conta com 43 vitórias em 121 ralis, três títulos mundiais de construtores e quatro de pilotos, e para que fique claro que o presidente da Toyota, Akio Toyoda, quer dar todas as condições a Makinen para ser pelo menos tão bem sucedido quanto foi enquanto piloto – ganhou quatro títulos mundiais – não houve pormenor que tenha ficado de lado, nem sequer o facto do Sr. Toyoda ter pedido que o carro fosse pintado com o vermelho ‘Mitsubishi’, honrando desta forma, Tommi Makinen e a concorrente marca japonesa, pelos seus títulos. Mas também não deixou de colocar pressão na nova equipa, ao dizer: “Não te esqueças da nossa ideia comum: Não gostamos de perder. Odiamos perder. Vamos vencer juntos”, um sentimento que ganhou ainda mais força com a imerecida derrota nas últimas 24 Horas de Le Mans.

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Trio finlandês

Não vai ser fácil o trabalho de Tommi Makinen e seus pares, já que até hoje só a Volkswagen fruto do seu brutal investimento no WRC, desenvolvendo o Polo durante cerca de dois anos antes da estreia, em 2013, chegou, viu e venceu. Nos últimos 16 meses, Makinen montou uma equipa que já conta com mais de 100 pessoas de dez nacionalidades.

Para esta primeira temporada do Yaris WRC, a Toyota vai apostar em dois pilotos com experiência internacional, ambos finlandeses. O piloto Nº1 da equipa é Jari-Matti Latvala, que vai ter como navegador Mikka Anttila. Latvala corre no WRC desde 2002, onde conquistou 16 vitórias, e espera “começar a ganhar corridas também com este carro o mais depressa possível”.

O antigo campeão europeu, Juho Hänninen, vai ser navegado por Kaj Lindström, e é o piloto que tem mais experiência com o Yaris, já que fez quase todo o trabalho de desenvolvimento. O terceiro piloto, que vai fazer a época primariamente como piloto de testes, é o jovem Esapekka Lappi, de 25 anos, atual campeão de WRC2, que vai ter como navegador Janne Ferm. A sua estreia, se tudo correr normalmente na equipa, está prevista para… o Rali de Portugal. Há ainda Teemu Suninen, que corre pago pela Toyota no WRC2, tendo também já rodado com o novo Yaris WRC em testes.

O novo Toyota Yaris WRC foi desenvolvido por uma equipa de engenheiros experiente, liderada por Tom Fowler (ex- M-Sport), a que se juntam Simon Carrier e Mikko Ruoho, que tentaram interpretar o mais liberalmente possível todas as possibilidades de desenvolvimento que os novos regulamentos técnicos permitem. Isto significa que o Yaris WRC tem um motor 1.6 turbo de injeção direta debita mais de 380 cv de potência e tem 425 Nm de binário. A transmissão inclui tração integral permanente com três diferenciais, dois mecânicos e um ativo, e caixa de seis velocidades com comandos hidráulicos. A suspensão é obrigatoriamente McPherson em ambos os eixos, tal como no WTCC. O peso do carro com pilotos é de 1190 kg.

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Regresso de Lehtinen

Jarmo Lehtinen, antigo co-piloto de Mikko Hirvonen, entre 2001 e 2015, é o novo Diretor Desportivo da equipa, e encara este desafio com grande entusiasmo: “A minha carreira é longa, mas sinto que este é um dos dias mais felizes da minha carreira, nova vida, novo desafio”, disse, no dia da apresentação.

A equipa está sediada em Puuppola, um pouco a norte de  Jyvaskyla, onde já existia a Tommi Makinen Racing, e como se pode calcular, não foi fácil juntar uma equipa tão a norte na Europa. A tarefa de encontrar gente especializada não foi complicada, mas convencê-los a deslocarem-se de armas e bagagens para o norte da Finlândia é que foi outra música.

A Toyota é uma marca ‘enorme’, e por isso é grande a responsabilidade de Tommi Makinen em levá-la onde o presidente da Toyota, Akio Toyoda, quer, mas o finlandês, que foi um grande pilotos de ralis, tem tudo a provar quanto à sua capacidade para liderar um projeto deste calibre. A fasquia que a Volkswagen colocou no WRC está muito alta, mas uma marca como a Toyota tem tudo o que precisa para fazer, no mínimo, o mesmo, mas para isso, precisa, tal como referiu Makinen na apresentação, de reunir um bom ‘pacote’, ter um bom carro, pilotos capazes de tirar o máximo do Yaris. Dentro de dias, o cronómetro já vai começar a ditar a sua lei, mas todos aceitam que a Toyota precisa de algum tempo, pois não é fácil repetir o que fez a VW, que só não venceu o rali de estreia em 2013, por causa de um ‘certo’ Sr. Sébastien Loeb…

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