Condução autónoma está prestes a mudar o nosso modo de vida

Por a 11 Novembro 2016 14:12

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O Fórum Nissan para a Mobilidade Inteligente, que juntou recentemente vários especialistas no Pavilhão do Conhecimento – Ciência Vida, em Lisboa, produziu importantes conclusões relativamente ao que irá suceder com o fenómeno automóvel num futuro próximo, sendo que as principais passam pelo que já é quase um dado adquirido, a condução autónoma está prestes a mudar o nosso modo de vida. É já claro que os automóveis 100% elétricos vão dominar as estradas nos próximos anos e Portugal posiciona-se para tirar partido desta oportunidade. Para além disso, a condução autónoma está ao virar da esquina e a legislação tem um grande desafio pela frente, para se preparar a tempo para esta revolução tecnológica. Tudo isto foi discutido no fórum promovido pela Nissan Portugal, onde foi aberto um novo capítulo na história da Mobilidade Inteligente em Portugal.

A mobilidade elétrica vai dominar as estradas nos próximos anos. E isso representa, também, uma enorme oportunidade para Portugal, tanto do ponto de vista da sustentabilidade ambiental, como financeira. Em paralelo, a condução autónoma entrará no quotidiano e irá alterar profundamente a forma como nos deslocamos… e a legislação que a regula. Estas foram duas das mais importantes conclusões deste terceiro painel, “Condução Inteligente: Produtos, Condução Autónoma e Experiência do Cliente”, mereceu entusiasmadas participações por parte dos oradores presentes. Foi o caso de Gareth Dunsmore, Diretor de Veículos Elétricos da Nissan Europa, que apresentou a visão que a marca está a desenvolver para a condução autónoma.

Condução autónoma está ao virar da esquina

“O congestionamento nas cidades é algo que temos de melhorar. Mas também queremos atingir o objetivo zero vítimas de acidentes de automóveis”, sublinhou Gareth Dunsmore. Para isso ser possível, “a inteligência artificial vai fazer parte do nosso dia-a-dia. Muitos fabricantes já disseram que, em 2020, vão lançar automóveis totalmente autónomos e 2020 é já ao virar da esquina. Há vários testes a decorrer nos Estados Unidos e Europa, mas a legislação atual também tem desafios pela frente, uma vez que não está preparada para a revolução tecnológica que está a acontecer”, frisou.

A aposta da Nissan na condução autónoma já está a ter resultados: “Este verão, no Japão, lançámos um automóvel, o modelo Serena, com o sistema ProPilot, que representa o primeiro passo da Nissan na tecnologia de condução autónoma. O sistema permite conduzir sem interferência do condutor numa faixa da autoestrada. A procura tem sido maior do que o esperado. Ao contrário do que acontece com outras tecnologias de topo, mais de metade – 60 por cento – dos clientes do Nissan Serena compram-no com esta tecnologia”. Na Europa, avançou o responsável da marca, “o primeiro automóvel a ter a tecnologia ProPilot será o novo Qashqai, em 2017”.

O responsável da Nissan revelou ao Fórum a sua visão para o futuro: “Se o seu automóvel estiver ligado à internet, se tiver condução autónoma, o que é que o impede de o deixar – a si – à porta de casa, dar a volta e estacionar sozinho num parque subterrâneo, onde se ligará automaticamente à rede para carregar? É esse tipo de visão que pretendemos tornar realidade”.

Gareth Dunsmore aproveitou para informar que a Nissan acabou de introduzir o primeiro programa de automóveis elétricos usados, no Reino Unido, Alemanha e França. Em breve “vai poder comprar-se um veículo elétrico ao mesmo preço de um de combustão com 6 ou 7 anos. À medida que formos desenvolvendo o mercado de viaturas elétricas, vai haver cada vez mais automóveis 100% elétricos acessíveis”, concluiu.

Deslocação limpa só tem vantagens

Luís Natal Marques, presidente da EMEL, destacou na sua intervenção que a empresa municipal de mobilidade e estacionamento de Lisboa “não cobra estacionamento a quem possui um veículo elétrico” e que esse é o seu “contributo para a mobilidade e desenvolvimento sustentável”.

Além disso, a empresa apostou em veículos elétricos como meio de locomoção dos cerca de 500 funcionários. Neste momento, já tem 24 automóveis elétricos entre os 65 que constituem a frota e a tendência é para aumentarem o seu peso. Porquê? “Uma deslocação limpa é mais económica e tem vantagens fiscais para a empresa. São vantagens que nos têm feito optar pela aquisição de veículos que nos permitem esta mobilidade limpa. Estamos a fazer a nossa parte”, concluiu.

Os quatro argumentos a favor dos carros elétricos

Henrique Sánchez, Presidente do Conselho Diretivo da UVE – Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos reforça que a mudança de paradigma na indústria automóvel já começou. Em quatro pontos, justificou porque é que os veículos elétricos vão triunfar: “Porque são mais eficientes, porque são mais económicos, porque exigem menos manutenção e porque têm um desempenho superior”.

“Há um conjunto de pessoas que ainda acham que o automóvel elétrico é o futuro. Para nós é o passado. Eu ando num automóvel elétrico há cinco anos”, disse, deixando uma mensagem para quem ainda tem dúvidas: “Quando as pessoas arranjam argumentos para não comprarem um automóvel elétrico, digo-lhes: no dia em que experimentarem vão ter de se esforçar para arranjar justificações que justifiquem a compra de um com motor de combustão”.

A Polícia de Segurança Pública (PSP) tem ao seu serviço automóveis elétricos há já alguns anos. As vantagens, elencou o comissário Sérgio Barata, do Gabinete de Planeamento e Controlo Logístico e Financeiro da PSP, estão nos vetores do “ambiente, redução dos custos de manutenção e de combustível. E como são silenciosos, por vezes dá muito jeito”, acrescentou. O oficial apresentou um estudo comparativo dos vários tipos de combustão, de acordo com o padrão de utilização dos carros patrulha da PSP. Neste, sublinhou que “os veículos elétricos são os que têm custo de consumo mais contidos e na manutenção, são imbatíveis”.

Um novo capítulo na história da mobilidade inteligente

Na sessão de encerramento do Fórum, Guillaume Masurel, Diretor-Geral da Nissan em Portugal, frisou: “Hoje demos início a um novo capítulo na história da Mobilidade Inteligente em Portugal. A construção do futuro faz-se com vontade de mudança. E eu vejo muita vontade de mudança nesta sala. Acredito que, se a esta vontade e iniciativa juntarmos os apoios e iniciativas legislativas dos governos, tanto a nível local, como europeu, esta mudança poderá acontecer rapidamente. Com a mobilidade elétrica conseguimos uma verdadeira oportunidade de construir um futuro melhor. O automóvel passa de custo a proveito, para famílias, mas também para empresas, criando novas oportunidades de negócio em áreas muito variadas. Em resumo, a eletricidade é cada vez mais “A” energia: mais eficiente, mais barata e mais fácil de usar”, concluiu.

Mobilidade elétrica é uma grande oportunidade para Portugal

O Fórum foi encerrado por Jorge Seguro Sanches, Secretário de Estado para a Energia. O governante recordou que “Portugal se assumiu, nos últimos anos, como um país exemplo na energia renovável. Não tendo recursos fósseis, aplicámos ao setor energético um ambicioso plano de promoção das renováveis, que nos permite dar grandes exemplos internacionais. Esta opção de futuro colocou Portugal no radar de muitos investimentos internacionais, quer no setor da energia, quer em setores industriais associados”.

O Secretário de Estado frisou que “estão ultrapassadas algumas das barreiras que na área da energia dificultavam a liberdade elétrica”. E exemplificou: “Qualquer consumidor pode instalar na garagem de um condomínio uma pequena box ou ponto de carregamento para a mobilidade elétrica e utilizar um cartão de qualquer empresa que comercializa energia, para o carregamento específico no condomínio. O consumo da eletricidade para a mobilidade elétrica é posteriormente deduzido do consumo do condomínio e pago, em separado”.

“A mobilidade elétrica constitui um dos muitos desafios que enfrenta o setor elétrico nacional. Mas é, seguramente, o que trará mais impacto à vida quotidiana dos consumidores. O sistema elétrico nacional não só está preparado para isso, como vai fazer todos os desenvolvimentos e esforços para estar adaptado aos novos tempos. É uma grande oportunidade para Portugal mostrar, mais uma vez, que os investimentos que fez no setor das renováveis fizeram todo o sentido, não apenas do ponto de vista da sustentabilidade ambiental, mas também do ponto de vista da sustentabilidade financeira”, concluiu.

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