V de V visita Estoril este fim de semana

Por a 4 Novembro 2016 18:04

Como é habitual, o V de V tem o seu final da temporada no Estoril, onde os pilotos e equipas franceses aproveitam para fazer umas mini-férias, mas não vão ter tempo para descansar em pista, onde se esperam cerca de 80 carros e mais de 200 pilotos a lutar pela vitória

Como é tradição desde 2011, o Circuito do Estoril vai receber a prova de encerramento da V de V Endurance Series. A competição francesa é um exemplo funcional de como pode funcionar uma competição virada para gentleman drivers, pilotos ocasionais e estruturas técnicas viradas para entusiastas do desporto automóvel que procuram uma forma barata de se divertir ao volante. O V de V junta em pista no mesmo fins de semana sport-protótipos, GT, monolugares e clássicos, com grelhas combinadas de 80 a 100 carros.

A prova do Estoril volta a receber as provas finais do Challenge Proto e do Challenge GT/Turismo/LMP3, ambos com corridas de seis horas e coeficiente 1,5 de pontuação. Estas são as competições que costumam visitar a pista portuguesa regularmente, mas este ano há uma novidade no horário, com uma prova extra-campeonato do Challenge Monoplace, um campeonato para monolugares usados, oriundos das categorias de promoção de primeiro nível.

Divisão Proto

A categoria Proto é a que costuma atrair mais entradas. A competição principal do V de V é o campeonato de maior sucesso na Europa a usar sport-protótipos da regulamentação CN. Estes são carros de dois lugares, com peso de 570 kg, com motor Honda 2.0 debitando cerca de 260 cv de potência. A categoria é bastante apreciada nas provas de montanha, que também são populares em França. No V de V, costumam ter grelhas em redor dos 25 carros, quase todos de construção francesa. A Norma e a Onroak (Ligier) dominam a grelha, embora carros das italianas Tatuus e Wolf também seja usados. Modelos da marca Radical e outros sport-protótipos com motor de moto são autorizados, mas já desapareceram há muito da grelha. A maioria das equipas tem experiências noutras categorias, de gabarito internacional, incluindo a TFT (NASCAR Euro Series), CD Sport (Fórmula Renault), Graff (ELMS, GT3, F3) e IDEC Sport Racing (ELMS). Esta categoria chega ao Estoril com o título já entregue, já que apenas estão 60 pontos em jogo, e a tripla da equipa TFT (Ander Vilariño, Philippe Illiano e o veterano Alain Ferté) já tem 60,75 pontos de vantagem sobre o carro da DB Autosport. Além de Vilariño e Ferté, alguns pilotos mais conhecidos são Vincent Capillaire e Dimitri Enjalbert. Frédéric Sausset, o primeiro quádruplo amputado a correr em Le Mans, regressa ao Estoril depois de ter corrido na prova do ano passado, acompanhado do veterano Christophe Tinseau. E Jorge Domingues é um emigrante português em França que corre com as cores da bandeira portuguesa na decoração.

Divisão GT/T/LMP3

No sábado, correm juntos na mesma corrida protótipos LMP3 e carros de GT e turismo. Como os CN já têm grelhas preenchidas, os LMP3, iguais aos que participam na European Le Mans Series, e carros de performances semelhantes (Ginetta G57 e Pescarolo 02) correm em conjunto com os GT, mas têm classificação separada. Martin Hippe e Jakub Smiechowski, da equipa polaca Inter Europol, chega ao Estoril com apenas 30 pontos sobre Eric Trouillet, no carro da Graff. A Speed Factory, Panis-Barthez e Duqueine Engineering também participam, assim como a LNT, antiga vencedora da classe GT2 em Le Mans. Pilotos como David Hallyday, Peter Kox, Eric Debard e Lawrence Tomlinson também participam. As categorias de GT são várias de modo a abranger o máximo possível de carros. Essencialmente, GT3 e carros semelhantes novos correm em GTV1, GT3 antigos em GTV2, carros de troféu (Porsche, Ferrari, Lamborghini) em GTV3, GT4 e carros de troféu antigos em GTV4 e silhuetas V8, silhuetas V6 e carros de turismo noutras três categorias, embora estas últimas classes sejam raras. O Ferrari 488 GT3 da Visiom (com Jean-Paul Pagny, Jean-Bernard Bouvet e Thierry Perrier ao volante) já é campeão, pois tem 61,5 pontos sobre Mario Cordoni, num Ferrari da AF Corse. Outras equipas de topo que alinham nesta competição são a RMS, Solution F, IMSA Performance, Alméras e Classic & Modern Racing. Maxime Jousse, Raymond Narac e Andrea Montermini são dos nomes mais conhecidos à partida.

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Portugueses em pista

Gonçalo Araújo, Pedro Salvador e Manuel Fernandes são os portugueses confirmados na jornada de encerramento da V de V Endurance Series, alinhando ao volante de um Ginetta G57 inscrito pela Nova Race. Os dois pilotos da Speedy Motorsport vão tomar parte na corrida de seis horas de sábado, dedicada a GT e LMP3 e vão alinhar ao lado de Kris Wilson, gentleman driver americano, mas apesar da estreia com o carro e de não conhecerem o colega de equipa, Salvador admite que “esperamos poder lutar pelas melhores posições e assim continuar na senda dos bons resultados desta época”. Salvador recebeu um convite do diretor técnico da Ginetta, Ewan Baldry, explicando que “conheci o Ewan em 2007, quando corri com o Juno nos campeonatos nacionais entre 2007 e 2010. Depois reencontrei-o no V de V com a Escuela de Pilotos em 2014 e 2015”. A Ginetta adquiriu a Juno pouco antes do lançamento da categoria LMP3, com o G57 a ser uma evolução da especificação da categoria da ELMS, mantendo os 900 kg mas adotando um Chevrolet V8 que desenvolve 575 cv. O piloto de Chaves está ansioso por experimentar o carro e confirma que “tem uma relação peso/potência incrível e é talvez o carro mais rápido que alguma vez tripulei”. Quanto a Gonçalo Araújo, o antigo campeão nacional de Sport-Protótipos e da Radical World Cup vai alinhar ao volante de um Ginetta G57, da categoria PFV (protótipos semelhantes a LMP3) na corrida de seis horas de LMP3/GT, que tem lugar no sábado a partir das 13 horas.

Araújo vai estar ao volante do carro britânico inscrito pela equipa Nova Race (que tem vários projetos com a marca Ginetta na Itália e em países vizinhos), ao lado de Luca Magnoni e Checco Malavasi, que já competiram no V de V nas corridas de Mugello e Paul Ricard. Dependendo da adaptação ao chassis LMP3 movido por um motor Chevrolet V8, Gonçalo espera que as suas capacidades e conhecimento do traçado nacional possam contribuir para um bom resultado.

Gonçalo Araújo admite que “há algum tempo que pensava em alinhar numa prova do V de V, mas a ocasião não se tinha proporcionado. Estou entusiasmado com a oportunidade e espero ter uma rápida adaptação ao Ginetta para conseguir contribuir para outro bom resultado da equipa”. Ewan Baldry, engenheiro responsável pelo G57, acrescentou que “há algum tempo que seguimos o Gonçalo e é ótimo poder contar com ele para a prova final do V de V, pois poderá ajudar os pilotos regulares a conseguir um bom resultado”.

Formulo

A V de V tem um Challenge Monoplace para monolugares antigos, tendo o campeonato já acabado. No entanto, os monolugares vêm a Portugal para uma corrida tripla como Formulo. O campeonato já admitiu monolugares de F3, mas agora está limitado na categoria principal a F. Renault. A categoria secundária é para F. Renault pré-2010, admitindo outras categorias como F. Abarth e F. BMW ou monolugares com motor de moto, mas os carros da Renault monopolizam a grelha. Algumas equipas profissionais, como a RC Formula e MP Motorsport costumam alinhar. O campeão da categoria, Alexander Peroni, um jovem australiano de 16 anos no segundo ano na Europa, correu na F. Renault Eurocup no Estoril a semana passada. Mas a maioria dos pilotos são amadores que querem conhecer as sensações de conduzir um monolugar de forma barata, e sem intenções de progredir na carreira.

HORÁRIO

Sexta-feira, 4 de novembro

08h30 Testes privados

16h30 Formulo (qualificação)

16h55 GT/T/LMP3 (treinos livres)

Sábado, 5 de novembro

08h35 Formulo (corrida 1)

09h15 GT/T/LMP3 (qualificação)

10h25 Proto (qualificação)

11h45 Formulo (corrida 2)

13h00 GT/T/LMP3 (6h corrida)

Domingo, 6 de novembro

09h00 Formulo (corrida 3)

10h10 Proto (6h corrida)

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