O que Chase Carey e a Liberty Media têm dito sobre a Fórmula 1

Por a 23 Setembro 2016 09:45

Chase Carey esteve em Singapura onde visitou todos os chefes das equipas de Fórmula 1, explicando-lhes as suas ideias para a disciplina. Pelo meio, falou aos jornalistas, sendo que os tópicos mais importantes pode vê-los nos artigos que republicamos, para que não perca nada do que a ‘face’ da Liberty Media anda a dizer relativamente ao futuro da F1…

F1: CHASE CAREY QUER TORNAR CORRIDAS “MUITO MAIORES”

Bastou uma corrida para Chase Carey ter a certeza que o futuro da Fórmula 1 passa por fazer com que cada Grande Prémio seja bem mais volumoso no apelo, alcance e eventos paralelos às próprias corridas:

“Têm de ser muito maiores, muito mais abrangentes e apelar a uma muito maior audiência ao longo de toda-a-semana”, referiu ao conceituado jornalista Christian Sylt. Decisivo nesta matéria será, tudo indica, o investimento da Liberty Media na empresa Live Nation, considerada pela nova detentora dos direitos comerciais da Fórmula 1 como a maior companhia do mundo de entretenimento e promoção de eventos ao vivo.

“Penso que existe uma enorme oportunidade para tornarmos as corridas em algo muito maior do que aquilo que são hoje”, concluiu.

EUROPA E “LOCAIS HISTÓRICOS” DA FÓRMULA 1 SÃO FUNDAMENTAIS PARA A LIBERTY MEDIA

A chegada da Liberty Media à Fórmula 1 captou a atenção de todos os que seguem o desporto, trazendo consigo a nomeação do antigo presidente da 21st Century Fox Chase Carey como novo chairman do Formula One Group. Numa entrevista publicada no site oficial do organismo, o norte-americano admite que a América é importante, mas que os Grandes Prémios europeus também o são, contrariando um pouco o que Bernie Ecclestone tem feito nos últimos anos, voltando-se para países com muito dinheiro, mas sem tradição histórica. França, por exemplo, não tem Grande Prémio desde 2008, Spa-Francorchamps andou desaparecido em 2006, ano em que o GP de San Marino decorreu pela última vez,e até a poderosa Alemanha tem perdido fulgor, alternando Hockenheim com Nurburgring desde 2009.

Questionado sobre que motivos levaram um grande grupo como a Liberty Media a investir num desporto que não representa assim tanto para os americanos, Carey salientou o caráter global da empresa que representa, mas também que irá dar a cara pela Fórmula 1, e não pela Liberty:

“Bom, é uma companhia que tem as suas raízes na América, sim, mas faz negócios em todo o mundo. Mas agora tenho de falar por mim e não pela Liberty, já que a minha carreira tem estado dividida mais pela Fox and News do que pela Liberty. E no futuro irei trabalhar para a Fórmula 1 e não pela Liberty. Quanto ao motivo para investir num desporto que é muito dominado pelos europeus, a resposta é simples: os negócios tornaram-se globais e a Fórmula 1 é um desporto global. Portanto a era em que pensávamos em continentes e regiões é uma coisa do passado. A Liberty tem investido por todo o mundo, portanto a Fórmula 1 é apenas mais um ativo do seu portfólio.”

Sobre a importância de ir para os EUA e de manter as provas europeias, Carey revelou concordar que “os Estados Unidos são uma área de oportunidade para o desporto a longo-prazo, e que existe algo por desvendar. Mas também as Américas e a Ásia. Da mesma forma, será igualmente importante continuar a fortalecer a Fórmula 1 em locais históricos dentro da Europa. É aqui onde se encontram as fundações do desporto e nós certamente iremos crescer e aproveitar essa força histórica”.

F1 – CHASE CAREY: “A FÓRMULA 1 NÃO PODE SER UMA DITADURA”

Foi recentemente anunciado que a Liberty Media se vai tornar acionista maioritária do Formula One Group, ocupando uma posição que desde 2006 pertencia à CVC Capital Partners, que tinha Bernie Ecclestone como seu testa de ferro. A Liberty Media, é, como se sabe, uma empresa norte-americana controlada por John Malone, um pioneiro na indústria americana de TV por cabo.

No entender do novo ‘chairman’ do Formula One Group, Chase Carey, esta mudança de ‘gerência’ simboliza o fim de uma era na Fórmula 1. “Apesar das pessoas estarem provavelmente habituadas a esse cenário a F1 não pode ser uma ditadura. É um desporto que precisa de liderança e essa liderança significa que é preciso criar uma visão de modo a alcançar os objetivos que se pretendem no futuro” comentou numa clara farpa lançada ao homem que conduziu os destinos da F1 na última década, Bernie Ecclestone.

Jonh Malone deixou ainda uma receita de como deve ser geria da F1. “Não é possível que todos estejam sempre contentes, mas é preciso perceber o que cada um quer e depois então encontrar um caminho”.

F1: “POSSO LEVAR A FÓRMULA 1 A OUTRO NÍVEL” – CHASE CAREY

A fazer a sua primeira visita a uma corrida enquanto novo líder da Fórmula 1, Chase Carey prometeu em Singapura que irá levar o desporto a “outro nível”, sugerindo que é possível melhorar o trabalho feito por Bernie Ecclestone e manifestando que o seu interesse na modalidade esteve ligado ao facto de sentir que “podia fazer a diferença”: “Pareceu-me interessante e pensei que podia fazer a diferença num negócio que liberta grandes oportunidades. Havia a oportunidade de fazer algo muito especial. Sem tirar o mérito a Bernie, que teve um enorme sucesso – todos admiram o negócio que ele construiu – penso que existe outro nível para onde podemos levar a Fórmula 1. Esta foi uma oportunidade que me entusiasmou quando me foi apresentada”.

Carey também prometeu que os novos acionistas Libery Media irão investir na Fórmula 1 para ajudar a fazer crescer os lucros da competição, sugerindo ainda corridas em populares cidades norte-americanas, como Miami, Los Angeles e Nova Iorque.

“É muito cedo para ter um plano concreto, mas iremos claramente ter um plano para desenvolver o mercado americano e estarmos presentes no mercado correto. Existe uma grande audiência por desvendar nos Estados Unidos. Não quero criticar os esforços do passado, porque não os conheço. Mas a Fórmula 1 é uma grande marca premium e isso significa para mim que queremos estar em locais como Los Angeles, Nova Iorque ou Miami. Idealmente nas grandes cidades do mundo”, concluiu.

F1: CHASE CAREY E BERNIE ECCLESTONE CADA VEZ MAIS DISTANTES?

Nos últimos tempos veio a público a notícia de que o proprietário da Liberty Media (entidade que está prestes a adquirir a F1), John Malone, já entrou em conflito com Bernie Ecclestone. Segundo alguns rumores, Ecclestone pode estar muito perto de abandonar o seu lugar à frente dos destinos da Fórmula 1 e essa situação parece ter ganho mais força durante o fim de semana do GP de Singapura.

Ao que se sabe o novo ‘chairman’ do Formula One Group, Chase Carey, esteve reunido com os chefes de equipa no último sábado, sem a presença de Ecclestone, e deixou estes bem impressionados. “Gosto do Chase penso que tem a atitude certa. Podemos sentir que está muito interessado na F1. Vai trazer muita experiência proveniente dos Estados Unidos”, afirmou o diretor da Mercedes, Toto Wolff.

Quanto a Bernie Ecclestone apenas se sabe que esteve reunido com Chase Carey na sexta-feira, mas que não esteve presente durante a reunião com os chefes de equipa. Num momento em que existe alguma indefinição quanto ao seu futuro, o executivo britânico deixou escapar o que vai na alma. “Se as coisas tomarem um rumo que na minha forma de pensar não seja o correcto então tenho a certeza que vou desaparecer”.

F1: “A ÚNICA COISA QUE TENHO POR FAZER É MORRER E PAGAR OS MEUS IMPOSTOS” – BERNIE ECCLESTONE

A luta pelo poder na Fórmula 1 está a ganhar novos contornos, com o paddock a reconhecer uma tensão indisfarçável entre Chase Carey e Bernie Ecclestone. Embora o antigo diretor da Brabham tenha dito que iria continuar como chefe executivo durante mais três anos no momento em que o norte-americano foi apresentado oficialmente como novo líder do império por si criado, no GP de Singapura o discurso foi outro, com Bernie Ecclestone a deixar no ar que poderá ter voltado atrás nesse intento (ou sido obrigado por ‘forças maiores’), dizendo aos microfones da Sky um vago “vamos ver” quando novamente questionado acerca dessa possibilidade.

Outro sinal de que a relação entre ambos é desconfortável está no facto de em todo o fim-de-semana Chase Carey ter circulado pelo paddock, conversando com figuras de renome como Ron Dennis ou Niki Lauda, sem a companhia de Bernie Ecclestone, que normalmente faz questão de mostrar os cantos à casa aos seus principais convidados.

Antes de Singapura, as declarações que tanto a Liberty Media como Bernie Ecclestone tinham produzido davam conta da possibilidade de Chase Carey se tornar numa espécie de aprendiz do magnata britânico, aprendendo os meandros do desporto nos três anos que supostamente Ecclestone continuaria como chefe executivo. Só que numa entrevista recente publicada no site da Fórmula 1, Carey, de 61 anos, revelou “ser demasiado velho para ser um aprendiz”, enquanto Ecclestone, com 85, também deixou claro que não se vê minimamente forçado a transmitir o seu conhecimento.

“A única coisa que tenho por fazer é morrer e pagar os meus impostos. Fora isso não tenho de fazer nada”, disse, sobre a possibilidade de trabalhar de perto com o norte-americano. O facto de Carey ter utilizado a expressão “ditadura” para descrever o reinado de Ecclestone também não terá ajudado ao ambiente que se vive neste momento nos dirigentes da Fórmula 1, cabendo-nos agora aguardar pelos próximos episódios desta verdadeira luta de galos…

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