AS NOTÍCIAS DO DIA NA FÓRMULA 1
Num fim de semana em que Nico Rosberg ‘virou o tabuleiro’ do Mundial de F1, e está a começar a convencer muita gente que vai ser mesmo ele o Campeão de 2016, o AutoSport faz-lhe a resenha do dia das notícias de F1. Para além de algumas curiosidades sobre o GP de Singapura de F1, explicamos o que aconteceu a Valtteri Bottas para andar sem cintos a 300 km/h, porque Toto Wolff está encantado com Nico Nosberg, o novo patrão da F1, Chase Carey diz que “posso levar a Fórmula 1 a outro nível” e Fernando Alonso pode ir-se embora no final deste ano: “Tenho mais que fazer se os f1 não forem emocionantes de guiar”
OPINIÃO: NUNCA NICO ROSBERG ESTEVE TÃO PRÓXIMO DE LEWIS HAMILTON
A corrida que teve lugar no fantástico circuito de Marina Bay no passado domingo trouxe uma nova dinâmica ao campeonato, com Nico Rosberg a superar o companheiro de equipa e atual tricampeão do mundo Lewis Hamilton no comando da tabela classificativa. Não é a primeira vez que o alemão ocupa essa posição: chegou a dispor de 43 pontos de vantagem até o #44 quebrar esse ímpeto de forma impiedosa, com Lewis a aproveitar o seu superior andamento em provas como o Grande Prémio da Grã-Bretanha e Hungria, e os erros cometidos por Rosberg na Áustria ou Alemanha, para transformar um aparente pesadelo num avanço de 16 pontos.
Hamilton tinha conseguido dar a volta ao cenário antes da pausa de verão, indo tranquilamente de férias. Só que Nico Rosberg veio mais determinado do que nunca, somando três triunfos consecutivos desde o retomar do campeonato: 75 pontos contra os 51 amealhados pelo inglês, para um total de 273 contra 265.
Olhando apenas a triunfos, o alemão está também na dianteira: igualados em número de pole-positions (7), Singapura foi também a corrida em que se distanciou neste registo, contando agora com oito vitórias, contra as seis de Hamilton.
ROSBERG MAIS FORTE
O equilíbrio do campeonato e ‘descolagem’ de Rosberg poderá sempre ser atribuída ao péssimo início de campeonato de Lewis Hamilton, afetado por problemas mecânicos nas primeiras corridas de 2016. Mas também é verdade que o campeão do mundo não tem conseguido maximizar todas as suas opções, vencendo apenas três das sete corridas em que partiu da pole-position. Já Rosberg tem um aproveitamento de 71,4%, marcando o máximo de pontos à sua disposição em cinco das sete vezes que largou do primeiro lugar da grelha.
As estatísticas valem o que valem, mas não enganam. E há outro fator curioso sobre Singapura que pode indicar que este será mesmo o ano do filho de Keke Rosberg: desde 2008, apenas campeões do mundo venceram no traçado asiático – Sebastian Vettel, por quatro vezes, Lewis Hamilton, por duas vezes, e Fernando Alonso, por duas vezes. A excepção é mesmo o alemão, (muito) a tempo de entrar nestas contas no final do ano, até porque na história da Fórmula 1 nunca houve um piloto que não se tenha sagrado campeão depois de vencer oito Grandes Prémios.
2016 representa ainda o melhor ano de Rosberg na Fórmula 1 e o melhor desde que tem Lewis Hamilton como companheiro de equipa: em 2014, o inglês foi campeão com 11 triunfos, contra 5 do germânico, e em 2015 com 10 vitórias, contra as 6 de Rosberg. Se olharmos apenas para o ponto em que se encontravam até o Grande Prémio de Singapura, vemos um registo de 7-4 (2014) e de 7-2 (2015) a favor do britânico. Não há dúvida de que o cenário é outro, e que efetivamente, como Lewis Hamilton disse no final da corrida, a luta entre ambos nunca esteve assim, com pendor para o alemão, neste ponto da temporada. Será que Rosberg irá continuar neste momento de forma ou poderá Lewis Hamilton dar a volta ao resultado nas seis corridas que faltam?
Olhando novamente para o passado, vemos que, em 2015, o inglês venceu no Japão, Rússia e EUA, enquanto o alemão fê-lo no México, Brasil e Abu Dhabi. Se a tendência se mantiver, 2016 será mesmo o ano do nº 6 da Mercedes.
F1: CURIOSIDADES SOBRE O GP DE SINGAPURA
Talvez em virtude do seu caráter extravagante, o circuito de Marina Bay foi profícuo em recordes e de situações, no mínimo, caricatas. Além do aparecimento de um comissário (surpreendido pela saída do safety-car na corrida de domingo), também um lagarto decidiu apresentar-se em pista (Singapura parece atrair este tipo de situações, já que o ano passado foi a vez de um adepto invadir o circuito). Mais a sério, destaque para a 22ª vitória (e 29ª pole-position) de Nico Rosberg, naquele que foi o seu 200º Grande Prémio – um feito igualmente festejado pela Toro Rosso. Para ser perfeito, só mesmo marcando a volta mais rápida da corrida, mas essa honra coube a Daniel Ricciardo, ao volante de um Red Bull – a 50ª vez que tal acontece desde que a equipa está na Fórmula 1. Se dúvidas houvesse quanto ao domínio da Mercedes em 2016, saiba ainda que o triunfo do piloto alemão representou a 10ª vez consecutiva que um “Flecha Prateada” subiu ao lugar mais alto do pódio esta temporada.
F1: VALTTERI BOTTAS SEM CINTOS A 300 KM/H!
O último Grande Prémio de Singapura ficou marcado por uma falha nos cintos de segurança do Williams de Valtteri Bottas, num momento em que o piloto viajava a mais de 300 km/h. Um dos suportes do dispositivo soltou-se sem razão aparente, e apesar de o problema ter sido solucionado numa ida às boxes, a quebra de segurança preocupa a equipa de Grove, que definiu o assunto como prioritário, “Temos que identificar o motivo para se ter soltado. É muito preocupante que tenha acontecido enquanto o Valtteri pilotava a essa velocidade”, reconheceu Rob Smedley, antigo engenheiro de Felipe Massa e atual Chefe de Desempenho da equipa fundada por Frank Williams. O caso não é inédito, com Bottas a sofrer um episódio semelhante no Grande Prémio do Brasil de 2014. Smedley, no entanto, insiste que os dois incidentes não têm correspondência: “Não penso que seja um problema semelhante, mas está relacionado com os cintos de segurança. Como sempre, temos apenas que proceder à análise correta e agir da forma mais rápida possível. O essencial é corrigirmos o problema para a Malásia e perceber o que aconteceu. Não tivemos qualquer problema esta temporada com os cintos de segurança, por isso é preocupante que algo assim tenha simplesmente acontecido”.
F1: TOTO WOLFF ENCANTADO COM NICO ROSBERG
O diretor desportivo da Mercedes está encantado com Nico Rosberg após o desempenho do alemão no Grande Prémio de Singapura: “Conheço o Nico desde 2013 e desde então este foi o melhor Nico Rosberg que alguma vez vi ao longo de um fim-de-semana. Temos a tendência para dizer que o Lewis tem um ritmo fantástico, e isso foi o que vimos no Nico este fim-de-semana – ele foi incrivelmente rápido”, disse Toto Wolff no final da corrida.
“Ele foi seis décimos de segundo mais rápido do que o segundo classificado na qualificação, algo que não estamos habituados a ver aqui, e ele fez a sua corrida da mesma forma. Fez um grande arranque, controlou o andamento e, do outro lado, o Lewis não teve um fim-se-semana tão bom. Faltaram-lhe voltas para encontrar o acerto correto do carro e não conseguiu escolher a direção correta”, concluiu.
F1: “POSSO LEVAR A FÓRMULA 1 A OUTRO NÍVEL” – CHASE CAREY
A fazer a sua primeira visita a uma corrida enquanto novo líder da Fórmula 1, Chase Carey prometeu em Singapura que irá levar o desporto a “outro nível”, sugerindo que é possível melhorar o trabalho feito por Bernie Ecclestone e manifestando que o seu interesse na modalidade esteve ligado ao facto de sentir que “podia fazer a diferença”:
“Pareceu-me interessante e pensei que podia fazer a diferença num negócio que liberta grandes oportunidades. Havia a oportunidade de fazer algo muito especial. Sem tirar o mérito a Bernie, que teve um enorme sucesso – todos admiram o negócio que ele construiu – penso que existe outro nível para onde podemos levar a Fórmula 1. Esta foi uma oportunidade que me entusiasmou quando me foi apresentada”.
Carey também prometeu que os novos acionistas Libery Media irão investir na Fórmula 1 para ajudar a fazer crescer os lucros da competição, sugerindo ainda corridas em populares cidades norte-americanas, como Miami, Los Angeles e Nova Iorque.
“É muito cedo para ter um plano concreto, mas iremos claramente ter um plano para desenvolver o mercado americano e estarmos presentes no mercado correto. Existe uma grande audiência por desvendar nos Estados Unidos. Não quero criticar os esforços do passado, porque não os conheço. Mas a Fórmula 1 é uma grande marca premium e isso significa para mim que queremos estar em locais como Los Angeles, Nova Iorque ou Miami. Idealmente nas grandes cidades do mundo”, concluiu.
F1 – ALONSO: “TENHO MAIS QUE FAZER SE OS F1 NÃO FOREM EMOCIONANTES DE GUIAR”
Fernando Alonso continua a olhar de lado para as alterações aos regulamentos da F1 e já veio deixar um aviso à navegação: “No próximo ano, os carros vão ser mais velozes, vão exigir mais fisicamente dos pilotos. Espero contudo que a F1 volte a ser atrativa para os pilotos. Se mesmo assim continuarmos numa filosofia de mais de poupar do que atacar, então vou pensar se continuo ou não”. O piloto espanhol que já classificou os atuais monolugares de “chatos” tem contrato com a McLaren, mas continua a insistir que se os carros da Fórmula 1 continuarem como estão com as mudanças que se anunciam no regulamento para 2017, ele vai procurar outros caminhos.
Em declarações à rádio espanhola Cadena Ser, o bicampeão do mundo, com 35 anos de idade, reiterou que a possível saída da F1 não significará o fim da carreira. “Sempre disse o mesmo nos dois últimos anos. Acho os carros de hoje menos atrativos. A sensação ao pilotá-los não é a mesma que a F1 proporcionava nos meus dez primeiros anos na categoria”.
Para Alonso hoje em dia os pilotos “passam a corrida toda a poupar pneus, combustível e a ir contra o instinto natural de um piloto, que é extrair o máximo do carro”, afirmou.
O piloto espanhol da McLaren não dúvidas que: “As novas regras vão exercer um papel fundamental. Se os carros forem divertidos de guiar e sairmos deles com aquele sentimento de surpresa que a F1 sempre teve, então sentimos que nos divertimos independentemente dos resultados. Por isso creio que nos próximos 12 meses, vamos ver em que condições vamos estar e eu vou ver se estarei disposto a continuar. Precisamos esperar para ver”.
F1: LEWIS HAMILTON SOUBE LOGO NA PRIMEIRA VOLTA QUE NÃO PODIA BATER NICO ROSBERG
Ainda a digerir a perda do comando do campeonato, Lewis Hamilton admitiu que logo na primeira volta soube que não podia bater o rival e colega de equipa Nico Rosberg:
“Assim que chegas à primeira curva, a possibilidade de venceres a corrida quando és terceiro classificado… As hipóteses de isso acontecer são muito, muito reduzidas. Estava apenas a procurar melhorar a minha posição”, revelou o britânico no final da corrida, estabelecendo nesse momento como objetivo procurar superar Daniel Ricciardo e minimizar dessa forma os danos. No entanto, os problemas de travões que foram transmitidos aos pilotos durante a corrida (e entretanto refutados inexplicavelmente por Paddy Lowe) impediram-no de fazer melhor:
“De imediato comecei a ter este problema nos travões, e assim que o safety-car recolheu ao pitlane comecei a vê-los ir embora. Não havia nada que pudesse fazer”, disse Hamilton, negando qualquer hipótese para ultrapassar Ricciardo ao longo das 61 voltas da corrida: “Não houve qualquer hipótese porque se ela tivesse existido eu teria-a aproveitado, garantidamente”.
F1: LEWIS HAMILTON SEM EXPLICAÇÕES PARA RECUPERAÇÃO DE NICO ROSBERG
Lewis Hamilton diz que não há nenhuma explicação óbvia para Nico Rosberg ter conseguido recuperar a liderança do campeonato e transformado a luta do título em seu favor nas três corridas já decorridas após a pausa de verão.
O desempenho de Hamilton desde a ‘rentrée’ foi dificultado com a penalização sofrida em Spa pela substituição do motor e um mau arranque em Monza, mas em Singapura o atual tricampeão teve problemas mecânicos e com o acerto do seu carro, nunca conseguindo se aproximar do ritmo de Rosberg em todo o fim-de-semana.
O alemão conta com três triunfos consecutivos e oito pontos de vantagem na luta pelo campeonato, e aparenta estar na mó de cima. Questionado sobre quando é que o jogo pode virar novamente a seu favor, Hamilton manifestou não ter resposta:
“Não faço ideia. Não sabemos se conseguirei, ou quando é que isso irá voltar a acontecer. Mas ainda faltam seis corridas para o fim do campeonato, portanto temos que continuar a lutar e esperar pelo melhor. Não tenho uma resposta concreta porque todos os anos a situação é diferente. É como as coisas são. Numas corridas ele faz um óptimo trabalho e noutras cabe-me a mim. O Nico simplesmente fez um trabalho excepcional este fim-de-semana, e eu não. O que preciso para regressar à frente? Apenas alguns fins-de-semana, algo que já tivemos no passado. É a combinação de vários aspetos que se juntam e que, em última análise, fazem um fim-de-semana perfeito”, concluiu.
F1- PADDY LOWE: “NÃO EXISTIRAM PROBLEMAS DE TRAVÕES”
Durante o GP de Singapura foi possível através da transmissão televisiva ouvir desde o muro das boxes da Mercedes transmitir ao vencedor da corrida, Nico Rosberg, para gerir os travões, pois algo poderia vir a acontecer no monolugar do piloto alemão.
No entanto após a corrida o diretor técnico da Mercedes, Paddy Lowe, veio a público negar que tenham existido problemas tanto no monolugar de Nico Rosberg como de Lewis Hamilton. “Foi tudo uma questão de gestão. Não existiram problemas com os travões. O carro mais veloz que concebemos não permite que o piloto trave a fundo em todas as voltas, por isso é preciso existir uma gestão dos travões do mesmo modo que existe uma gestão dos pneus e do combustível”.
Apesar de não ter existido qualquer problema, Nico Rosberg admitiu que não foi fácil gerir a situação nas últimas voltas, onde a ameaça de Daniel Ricciardo foi uma realidade. “O facto de ter sido necessário gerir os travões faz com que exista uma penalização em termos de desempenho, o que torna as coisas mais difíceis. A isto juntou-se o facto de não me ter sentido tão confortável com os pneus macios em comparação com os supermacios. No entanto nunca deixei de dar o máximo como sempre se faz na Fórmula 1”.
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