Dança das cadeiras na Fórmula 1

Por a 14 Setembro 2016 18:08

São quatro as equipas que tem os seus line up de pilotos absolutamente confirmados para 2017. Neste momento, fazemos o ponto da situação relativamente às restantes sete…

Mercedes, Ferrari, Red Bull e McLaren são as únicas quatro equipas com as suas duplas de pilotos perfeitamente definidas para 2017, mas todas as outras têm, pelo menos, um lugar em aberto. São, portanto, muitos os lugares em aberto na F1 do próximo ano, número mais do que suficiente para uma excelente ‘silly season’. Para além da Mercedes, Red Bull, Ferrari e McLaren, que estão ‘fechadas’ para 2017, com um lugar em aberto estão a Force India e Toro Rosso, e com dois, a Williams, Renault, Haas, Sauber e Manor…

Tudo confirmado

Na Mercedes, Lewis Hamilton prolongou o seu contrato até 2018 enquanto Nico Rosberg teve que suar um pouco mais. Tinha contrato até ao final deste ano, mas as prestações do início desta época valeram-lhe novo vínculo, que já foi assinado e estende-se agora também até 2018.

A Ferrari todos os anos tem permitido especulação relativamente ao contrato de Kimi Raikkonen, mas apesar de muito se ter falado quando aos possíveis pilotos da Scuderia em 2017, os italianos decidiram manter o finlandês mais um ano. Pilotos como Ricciardo, Bottas, Grosjean (até se falou em Rosberg), etc., têm que esperar mais um ano… Sebastian Vettel tem contrato, é intocável, para já.

Na Red Bull, depois da promoção de Max Verstappen no GP de Espanha, a Red Bull tem agora uma dupla de sonho. Muito se falou da possível saída de Daniel Ricciardo no final deste ano, mas não sendo impossível, é agora mesmo muito improvável.

Quanto aos homens de Woking, finalmente Ron Dennis já decidiram colocar Stoffel Vandoorne ao lado de Fernando Alonso, em 2017, com Jenson Button a fazer um ano sabático, podendo regressar em 2018 caso Alonso se vá embora. Uma decisão esperada, mas não nestes moldes, pois pensava-se que Button iria correr no ano seguinte em qualquer outro lado. Não vai acontecer…

Um lugar disponível

Com pelo menos um lugar disponível estão a Force India e Toro Rosso. Por vontade de Vijay Mallya, a Force India mantinha a sua dupla, mas Sergio Pérez está a ponderar mudar. Mas pode não ser para já, porque segundo rezam as crónicas acordou mais um ano de contrato com a Force India, ficando de olho no lugar que Kimi Raikkonen poderá deixar vago no final de 2017. Uma opção estratégica que pode fazer sentido. O problema é que num ano muita coisa muda na F1.

Nico Hulkenberg está confirmado, mas o mexicano já contrariou Mallya, e diz que conjuntamente com os seus patrocinadores, irá decidir se fica ou muda. As hipóteses são Williams e Renault. Depois do ‘fiasco’ McLaren, Pérez tem agora uma escolha difícil para fazer, pois isso pode determinar o rumo da sua carreira e o seu futuro a médio prazo.

A Toro Rosso poderia incluir-se no lote das equipas com dois lugares em aberto, já que continuam insistentes os rumores que referem a possibilidade de Carlos Sainz se mudar para a Renault, algo que não é muito provável. Possível, mas muito pouco provável, pois o espanhol está bem posicionado para esperar por uma vaga na Red Bull. Não é habitual ter um piloto três anos em Faenza, mas o espanhol tem feito por merecê-lo. Ainda mais porque Daniil Kvyat está com um pé fora da F1, não lidou bem com a despromoção da Red Bull, e se não der grandes sinais de vida nas próximas corridas, não há muito que possa fazer, isto se o seu futuro já não estiver traçado. A Toro Rosso tem uma forte opção, Pierre Gasly, atualmente segundo na GP2 Series.

Dois lugares em aberto

É na Williams, Renault, Haas, Sauber e Manor que existem mais dúvidas, e apesar de haver equipas que até podem manter a dupla, o mais provável é que as alterações sejam grandes em qualquer uma delas. No caso da Williams, Valtteri Bottas vai quase de certeza permanecer mais um ano. Se a Williams melhorar é uma boa equipa para estar. Adequada à sua valia como piloto, não há mais lugares disponíveis. Portanto, o mais provável, salve alguma surpresa é o finlandês esperar por um carro melhor de Grove em 2017. A surpresa pode ser Renault, no que seria uma aposta no futuro por parte do finlandês pois ninguém duvida que a Renault está a trabalhar para regressar onde esteve em 2005 e 2006. Quanto tempo é que isso pode demorar, é a pergunta que vale muitos milhões!

Já Felipe Massa, já anunciou a sua saída da F1 no final da época. Para o seu lugar há diversas hipóteses, e a mais plausível é a promoção de Lance Stroll à F1. Não é certo, mas muito provável, pois sabe-se a vontade que o ‘pai’ Stroll tem que isso aconteça. Como hipóteses bem menos prováveis estão Paul di Resta e Alex Lynn, que está na GP2. Descontente com a Sauber, Felipe Nasr é outro nome cogitado, mas se a Williams quer regressar novamente mais à frente, como esteve em 2014, por exemplo (logo atrás das ‘grandes’), terá que ter um duo à prova de ‘bala’ e acertar no carro. Missão que não se afigura nada fácil…

Na Renault, as possibilidades são inúmeras, e entre os dois atuais pilotos, só Kevin Magnussen parece ter hipóteses de permanecer, ao contrário de Jolyon Palmer. O inglês tinha contrato para este ano, e não fazia sentido à Renault pagar a sua rescisão. Tendo em conta o que o inglês tem feito em pista, são mínimas as possibilidades de permanecer em Enstone. De resto, falava-se em Sergio Pérez, Valtteri Bottas, Felipe Massa, Jenson Button, Carlos Sainz e Esteban Ocon. Na Renault, tudo pode acontecer não sendo descabido uma dupla completamente nova. Como se pode calcular, Felipe Massa, Jenson Button, já estão fora de hipóteses. A decisão dos franceses foi adiada ‘sine die’, significando isto dizer que vão esperar para terem mais poder negocial quanto aos pilotos. Isto também pode significar que não estão à espera de ter um carro de topo já em 2017, porque se assim fosse estariam a apostar em pilotos também de topo. E não parece que isso esteja a suceder.

A época de estreia da Haas na F1 está a ser positiva, muito por ‘culpa’ de Romain Grosjean, que esteve excelente no início de época, mas depois começou a sofrer com a falta de competitividade do carro. Isso não impediu que fosse cogitado para o lugar de Kimi Raikkonen na Ferrari mas quando a Scuderia prolongou o vínculo do finlandês ficou claro que Grosjean se deverá manter com a Haas em 2017. Já Esteban Gutierrez, tem tido uma época muito difícil, maioritariamente devido a problemas técnicos no seu carro. Manter os pilotos faz sentido, isso dará estabilidade à equipa, mas o nome do líder da GP3 Series, Charles Leclerc, que, como Gutierrez, está na órbita da Ferrari, pode ser uma hipótese.

Depois de ter sido vendida, a Sauber tem agora que arrumar a casa, resolver todos os muitos problemas que tem tido ao longo destes últimos anos, ao ponto da sua líder no terreno, Monisha Kaltenborn, quase ter sido presa. Os pilotos não são para já uma prioridade, mas como é disso que estamos a falar, Marcus Ericsson deverá ficar, até porque os seus patrocinadores parecem ter ligações aos novos proprietários. Quanto a Felipe Nasr, pode ficar na Sauber, mas está também a conversar com a Haas.

Quanto à Manor, entrou em 2016 com uma nova dupla, Pascal Wehrlein e Rio Haryanto, mas este último já cedeu o lugar a Esteban Ocon, já que os apoios do governo indonésio terminaram. Wehrlein deve permanecer na equipa a não ser que vá para a Force India, caso Pérez saia. Quanto ao francês, depende, não só da forma como se adaptar à F1, mas também do que conseguir fazer. Se brilhar, a Renault pode contar com ele, até porque o vencedor da GP3 do ano passado começou a época como terceiro piloto da Renault tendo posteriormente passado a ocupar a vaga de Wehrlein no DTM. Portanto, parece ter o futuro assegurado. Se porventura algum lugar se abrir, Haryanto pode tentar regressar e Alex Rossi é outra das hipóteses, pois está a dar nas vistas na IndyCar.

Pelo que se percebe, o mercado da F1 pode mexer muito até ao final do ano, e como é hábito, neste xadrez complexo, uma ‘peça’ pode ter como consequência vários outras mexidas menos esperadas…

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8 anos atrás

[…] Dança das cadeiras na Fórmula 1 […]

*RPMS*™
8 anos atrás

Mais um bom artigo por parte do AS, do qual sublinho e subscrevo esta pequena nota: “Sebastian Vettel tem contrato, é intocável, para já.” Cumprimentos

Kimi Iceman
Kimi Iceman
8 anos atrás

E no meio desta “dança” toda está o Bernie, a abanar o capacete para fora da F1.

noteam
noteam
8 anos atrás

O lugar na Renault é sem dúvida o mais aliciante, para um piloto como o Sainz ou como o Ocon podia ser interessante, ou seja, tornarem-se numa espécie de líder de uma equipa que tem certamente muita margem de progressão, eventualmente não tão interessante para o Perez, que por esta altura da sua carreira quererá uma equipa que lhe garanta competitividade imediata. Se o Perez decidir sair, fica aberta também uma vaga muito interessante a ocupar na Force India, eu gostava de ver o Rossi na F1 novamente, na Force india seria difícil, pois ainda não mostrou o suficiente para… Ler mais »

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