Nuno Matos: “Estamos novamente na discussão do título com duas referências da modalidade”
Numa altura em que o Campeonato Nacional de Todo-o-Terreno está numa pausa competitiva, o líder Nuno Matos analisa a sua temporada até ao momento e perspetiva a fase decisiva da competição. O piloto de Portalegre, que continua a ter Filipe Serra a seu lado, admite que vencer o título absoluto é um sonho de criança, depois de já ter sido campeão do T8, T2 e da Taça FIA de Bajas. Lidera o campeonato à entrada para as duas últimas provas da temporada e em luta direta com duas equipas fortes, experientes e com máquinas competitivas.
Era esta performance que esperava no início da época ou os resultados até agora superaram as expetativas?
Nuno Matos: De facto, estamos novamente na discussão do título frente a duas grandes equipas e referências da modalidade, como são o João Ramos-Vítor Jesus e o Miguel Barbosa-Miguel Ramalho. Mas para além desta luta, que tem sido sobretudo a três, há uma série de bons pilotos e máquinas que estou certo irão ainda ter uma palavra a dizer até ao final do campeonato e nas próximas épocas. Depois de termos sido vice-campeões o ano passado, pode parecer estranho dizer isto, mas a verdade é que estamos novamente a superar as nossas melhores expetativas. O ano passado por esta altura também éramos líderes, mas em Idanha e em Portalegre as coisas não nos correram como gostaríamos e acabámos por deixar fugir a liderança na última prova. Este ano tudo faremos para que a história não se repita!
Apesar de ter estado na luta pela vitória em todas as quatro rondas até ao momento, é justo dizer-se que os triunfos em Reguengos de Monsaraz e na Baja TT do Pinhal são a derradeira prova da vossa rapidez e da evolução do Opel Mokka Proto?
Penso que sim, especialmente a vitória na última prova, a Baja TT do Pinhal, uma vez que vencemos todos os sectores cronometrados, inclusive o prólogo. Nunca antes tinha vencido um prólogo, até porque me costumo defender um pouco nessas especiais, mas sem alterar nada a essa estratégia a verdade é que fomos os mais rápidos logo no primeiro dia, posição que não mais deixámos até final. Na prova de abertura, a Baja TT Rota do Douro, talvez muito por culpa das condições climatéricas, também liderámos e acredito que se não fosse o problema que tivemos poderíamos ter vencido. Mas também é justo dizer que já beneficiámos com problemas dos nossos adversários, pelo que acredito que a consistência aliada à competitividade e fiabilidade do nosso Mokka Proto têm sido as nossas maiores armas neste campeonato. Caso contrário, as vitórias em Reguengos e no Pinhal e os segundos lugares no Douro e em Loulé não teriam sido possíveis. No final do ano passado, pensei que seria difícil continuar a evoluir o nosso Opel mas temos conseguido melhorar o carro prova após prova sem fazer alterações radicais. Uma evolução que ficou comprovada nesta última vitória.
Depois dos títulos nacionais no T8, T2 e de um vice-campeonato absoluto, além da conquista internacional da Taça FIA de Bajas T2, pode afirmar-se que o título absoluto do CNTT é a derradeira ‘peça’ que está a faltar no vosso currículo?
Eu prefiro sempre pensar que, aconteça o que acontecer no futuro, aquilo que conseguimos até aqui é mais que motivo de orgulho para mim e para todos os que fizeram ou fazem parte da nossa equipa. Tenho muito orgulho no que conseguimos, principalmente em T8 e T2, naqueles que foram os primeiros anos no TT. Chegados ao T1, sabemos que tudo se torna mais difícil até porque aí os orçamentos também têm uma palavra determinante naquilo que conseguimos em pista. Seja como for, conseguimos a primeira vitória absoluta logo no primeiro ano na categoria e nas três épocas seguintes penso que só não conseguimos mais e melhor porque não tivemos a tal fiabilidade e competitividade de que falei anteriormente. Mas tudo isso é passado, quer os momentos muito bons que vivemos com vitórias e títulos conquistados, quer os momentos muito difíceis que passámos nos dois primeiros anos com o Mokka e onde cheguei a ponderar abandonar a competição. Por tudo isso, e porque sempre preferi nivelar as minhas expetativas por baixo, a verdade é que só o ano passado é que pensei verdadeiramente na possibilidade de vencermos o campeonato. Na altura pensei que provavelmente não voltaria a ter outra oportunidade, mas a verdade é que ela está aí novamente… Ser campeão absoluto seria sem dúvida o realizar de um sonho de menino, e a forma perfeita de fechar o meu 10º ano na modalidade!
Tendo já percorrido diversas etapas no Campeonato Nacional de Todo-o-Terreno, evoluindo em diferentes categorias, como analisa o atual momento da modalidade em Portugal?
Temos reconhecidamente o melhor campeonato da modalidade, seja pelo parque automóvel seja pelo elevado nível organizativo das suas provas e pela competitividade que fica à vista no facto de em 2015 termos ido para a última prova com três pilotos em posição de chegar ao título, ou este ano com três vencedores diferentes em quatro provas. Só posso fazer uma análise positiva e animadora. O único aspeto menos positivo que vejo é o facto de neste momento quer o T8 quer o T2 estarem a passar por um mau período devido ao reduzido número de equipas, o que naturalmente acaba por prejudicar a competitividade e interesse nessas categorias. Penso que é algo para o qual a nossa Federação deve olhar com atenção e tentar encontrar algumas soluções para travar esse fenómeno, uma vez que essas são geralmente as categorias de iniciação e para as quais são necessários orçamentos mais baixos. Sem competitividade no T2 ou T8 é difícil a um piloto ter o retorno e a afirmação necessária para poder dar depois outros voos. Ainda assim felizmente têm entrado novas equipas e novos valores, mas na sua maioria entrando diretamente para a categoria-rainha onde temos efetivamente muitos e bons pilotos. Como já disse, esses novos valores terão uma palavra a dizer no futuro. Tenho a convicção e a esperança que o nosso CNTT continue a ser uma excelente competição nos próximos anos.
Foto: Fotoconcepts
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