F1: Como Eric Boullier mudou a organização da McLaren

Foi há dois anos que o francês Eric Boullier se juntou à McLaren, após quatro temporadas de sucesso na Renault/Lotus. Obcecado pela organização e distribuição das tarefas, o francês reconheceu mais do que uma vez as dificuldades que tem sentido para trazer a equipa inglesa de volta ao lugar em que (quase) sempre esteve: no topo. “Levamos a cabo um trabalho para vencer, e é sempre frustrante quando não se pode lutar pelos lugares da frente “, referiu.

Questionado sobre a organização técnica da McLaren, o engenheiro francês defende o seu modelo, afirmando que a principal característica é a velocidade com que as coisas acontecem entre os diversos departamentos: “É um dos assuntos que mais trabalho me deu desde que cheguei à McLaren. Queria renovar esta área de forma profunda, e penso que agora tudo depende da velocidade. Temos três engenheiros de topo: Peter Prodromou, a cargo da aerodinâmica, Tim Goss, responsável pelo chassis e sistemas, e Matt Morris, que comanda a parte de engenharia. Cada um tem a sua própria responsabilidade , e por cima destas áreas há um grupo de trabalho que todas as semanas se reúne comigo e com o Jonathan Neale. Depois, há também pessoas chave como o Andrea Stella, que toma decisões sobre o caminho a seguir.

Boullier falou também sobre a chegada, em breve, de Jost Capito à equipa, que vai trabalhar ao mesmo nível do próprio Boullier, diretor desportivo, e de Ron Dennis: “O Jost vai trabalhar como diretor-geral, como o Ron e eu, embora eu continue a informar o primeiro diretamente. Nem sempre é fácil trabalhar com ele: tem um caráter muito forte. Mas é também extremamente competitivo, como eu, embora de uma forma distinta. Na maior parte das vezes estamos de acordo com o que se pode fazer.”

O antigo chefe de equipa da DAMS na GP2 quis ainda baixar as expetativas para 2017, embora garanta que caso a McLaren disponha de um nível semelhante ao da Mercedes em 2017, Fernando Alonso poderá lutar pelo título de campeão mundial com todas as garantias: “Nunca fixámos metas para o futuro, tendo em conta que não temos em mãos o desenvolvimento da unidade de potência, que está do lado da Honda. Mas podemos vir a ter algumas melhorias concretas. Se estivemos ao nível dos motores Mercedes, isso significará que o passo seguinte é sermos segundos. Mas se tivermos o memos poderio, sabemos que podemos lutar por triunfos, pódios e, provavelmente, pelo título”, concluiu.