Romain Grosjean e a HAAS F1 Team fizeram história

Por a 22 Março 2016 17:45

Romain Grosjean e a estreante HAAS F1 Team fizeram história na Fórmula 1 com o sexto lugar do francês no GP da Austrália, os primeiros pontos da equipa na F1. Como seria de esperar, Gene Haas e Guenther Steiner não cabiam em si de contentes. Desde o GP da Austrália de 2002 que uma equipa de F1 não pontuava na estreia, e na altura foi a ‘poderosa’ Toyota, por intermédio de Mika Salo.

Após arrancar de décimo nono, Romain Grosjean, piloto da Haas F1 Team, terminou num impressionante sexto lugar, oferecendo oito pontos à equipa para o Campeonato de Construtores. Este desfecho afortunado, em parte, deveu-se ao infortúnio do colega de equipa de Grosjean, Esteban Gutiérrez, que foi obrigado a abandonar a corrida num acidente espetacular que envolveu o piloto da McLaren Fernando Alonso. Na 17º volta, quando se aproximava à Curva 3, Alonso movimentou-se pelo lado de fora do Gutiérrez na tentativa de o ultrapassar. A roda frente/direita de Alonso tocou na roda traseira/esquerda do Gutiérrez. O impacto lançou Alonso para um voo e enviou Gutiérrez para um pião que terminou na escapatória de gravilha. O carro do espanhol acabou encostado a um muro sobre um dos lados e completamente desfeito de onde Alonso saiu pelo seu próprio pé. Gutiérrez rapidamente foi verificar o seu colega de profissão e ambos abandonaram sem lesões a cena do violento acidente.

Com detritos a cobrir a pista, os comissários mostraram a bandeira vermelha. O pelotão regressou à via das boxes, onde pararam, e a única coisa que as equipas podiam fazer aos seus carros era trocar os pneus. A sorte bateu a porta da Haas F1 Team e esta abriu-a. Depois de arrancar para a corrida com pneus macios, a equipa aproveitou a situação de bandeiras vermelhas para trocar os pneus do carro de Grosjean para o composto médio. Apesar dos médios não terem tanta aderência como os macios, também não se desgastam tão rapidamente. Quando a corrida recomeçou, Grosjean logrou realizar a restante distância sem regressar às boxes. A estratégia dele passava por fazer durar os pneus e ser mais rápido que os seus adversários. Foi bem-sucedido e apenas cinco pilotos terminaram à sua frente, e todos eles pertenciam a equipas de corridas com décadas de experiência. O sexto lugar valeu seis pontos, colocando a Haas F1 Team no quinto lugar do Campeonato de Construtores.

“Muita gente contribuiu para isto, portanto, temos que agradecer a todos, começando pelo Guenther Steiner (o chefe de equipa), que colocou tudo no lugar e sempre puxou por mim para que eu experimentasse este desafio. As pessoas da Ferrari têm sido excelentes. Ajudaram-nos muito. A Dallara ajudou-nos a construir o chassis. Temos um grande patrocinador na Haas Automation. É tudo fantástico. Há uma nova equipa de Fórmula 1 e é uma equipa de Fórmula 1 americana, portanto, estamos muito orgulhosos. Não acredito que vamos estar a este nível todos os dias, mas foi bom para nós. Obviamente que o chassis, a aerodinâmica o motor, tudo funcionou. Isso é muito importante. Foi por isso que decidimos trabalhar um ano extra nesses aspetos técnicos. O carro é uma plataforma estável. De certa forma, já o sabíamos desde (os testes) de Barcelona. Tivemos algumas questões técnicas, mas penso que a base do chassis será muito boa para nós.”

“O Grosjean teve um enorme desafio. Tomaram a decisão de realizar trinta e nove voltas com pneus médios, foi puxar os limites. Basicamente, ele não desgastou os seus pneus no início e, por isso, conseguiu fazer trinta e nove voltas com eles. Penso que, já perto do final, ele estava a conseguir aproximar-se dos tempos do piloto que circulava no seu encalço. Estratégia de pneus, poupar pneus, são essas o tipo de coisas que tornam um piloto numa lenda. O Romain deu o seu melhor e fez tudo o que pôde para manter o lugar e funcionou. Quando o Nico (Hulkenberg) estava atrás dele pensei que talvez ele o apanhasse, mas ele defendeu-se bem e, na verdade, conseguiu até a ganhar algum tempo. Perto do final esteve a poupar gasolina, mas assim que ele chegou às últimas voltas e atacou um pouco mais, o carro respondeu muito bem. Isto são corridas. É para isto que vivemos, é fantástico. Mas aviso-vos, haverá dias maus, portanto, vamos celebrar este”, disse Gene Haas, felicíssimo.

Já para Romain Grosjean, o obreiro do primeiro ponto alto da equipa na F1: “Foi um grande dia de trabalho. Isto parece uma vitória. Para todos os rapazes que tanto trabalharam nas últimas semanas isto é inacreditável. Ontem não tivemos sorte, mas hoje tivemos alguma, com a bandeira vermelha. Ainda assim, conseguimos manter à distância um Williams (Valtteri Bottas) e um Force India (Nico Hulkenberg). Não tínhamos muito tempo de afinações no carro. Foi um caso de sair para a pista e ver o que aconteceria. É um sentimento inexplicável. Os rapazes efetuaram um trabalho fantástico e disse-lhes que este resultado é para nós como uma vitória. Primeira corrida e somos sextos. É um dia feliz”, disse. Já Estéban Gutierrez estava com um semblante diferente, mas de certo modo, aliviado: “Não foi a corrida que desejava. No entanto, o mais importante é que tanto o Fernando como eu estamos bem. O carro estava com um bom comportamento e os resultados demonstram que podemos ser competitivos. O Romain realizou um grande trabalho para a equipa. Conquistar pontos na nossa primeira corrida é fantástico. Agora já estou focado no Bahrein. Mal posso esperar por voltar às corridas” concluiu sendo corroborado por Guenther Steiner: “Antes de mais, o melhor de tudo é que o Esteban e o Fernando não têm qualquer lesão. Foi um infortúnio para nós, mas penso que o sexto lugar compensa e estou seguro de que o Esteban regressará forte no Bahrein. O Romain e a equipa realizaram um trabalho fantástico e quero oferecer um grande obrigado a todos os que trabalharam tão arduamente durante os meses que nos trouxeram até à nossa primeira corrida. Ontem disse que estávamos ansiosos pela corrida, mas terminar nos pontos é um sonho que se torna realidade. Agora temos que seguir em frente e pensar no Bahrein”.

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4 Comentários
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Não me chateies
Não me chateies
8 anos atrás

Só me faz lembrar de uma equipa que também pontuou na estreia, a Sauber, penso que fez 5º e 6º, Karl Wendlingler e JJ Lehto. A Toyota não conta, não era uma nova equipa, e foi um construtor.

Frenando_Afondo™
Frenando_Afondo™
8 anos atrás

O que mais surpreendeu na Haas foi o seu ritmo de corrida, estiveram ao níveld e outras equipas com bem mais experiência. Não foi o típico “oh, tiveram sorte porque 6 tiveram acidentes ou problemas e asism entraram nos pontos”. Não, conseguiram segurar atrás de si carros que deveriam ser mais rápidos. É certo que ainda lhes falta aquele “quê” para serem realmente uma equipa de sextos lugares com regularidade, mas tendo em conta que é uma equipa completamente nova, com chassi feito do zero… Estão de parabéns. A Manor que anda ali ano após ano a tentar chegar lá… Ler mais »

Pity
Pity
Reply to  Frenando_Afondo™
8 anos atrás

A grande diferença, para mim, chama-se pilotos. Enquanto a Manor optou por dois estreantes, porque a isso foram obrigados ($$$$), a Haas tem dois pilotos com experiência. Independentemente do valor dos pilotos, a experiência ou a falta dela, ainda faz a diferença.

rodríguezbrm
rodríguezbrm
8 anos atrás

Estão todos de parabéns, e aqui não deve ficar de fora a parte italiana, desde a Dallara até ao Steiner. Esperemos que o suíço marque mais pontos, pelo menos que discuta o 9º ou 10º lugares; repetir 6.ºs lugares, talvez seja muto otimismo (?). Sendo ele o piloto nº1 ( nestas coisas os americanos são pragmáticos, não o escondem), não via mal apostarem tudo nele nesta fase do campeonato –O carro do mexicano estava com um bom comportamento no fim, mas ao início a UM da Ferrari deu muitos problemas, à 2.ª volta já estava a 11,3 seg do Grosjean… Ler mais »

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