Mundial de Ralicross arranca amanhã em Montalegre

Por a 2 Maio 2014 21:42

É em Trás-os-Montes que arranca o primeiro Campeonato do Mundo FIA de Ralicross. Montalegre mantém-se entre a elite da modalidade e recebe uma das competições mais espectaculares do desporto automóvel, com grandes máquinas guiadas por estrelas como Jacques Villeneuve, Petter Solberg, Timur Timerzyanov e ‘Topi’ Heikkinen…

Em boa hora, a FIA decidiu expandir a categoria principal do Ralicross para um Campeonato do Mundo. Continuando sob a influência do promotor IMG – uma empresa originalmente ligada do mundo da moda – o tradicional Europeu mantém-se para as classes Super1600, TouringCar e Supercar mas a grande novidade é mesmo o Mundial que arranca no próximo fim-de-semana, em Montalegre.

Portugal marca, assim, o início de uma nova era nesta espetacular modalidade disputada em pistas de terra e asfalto. O Mundial totaliza 12 provas e sairá do continente europeu apenas em duas ocasiões: Trois-Rivières, no Canadá, e San Luis, na Argentina. O Mundial e o Europeu terão ‘vidas’ paralelas já que as cinco provas que compõem este último também fazem parte da rota do Mundial.

Os regulamentos sofreram também algumas alterações, entre elas, na atribuição de pontos nas mangas de qualificação. O vencedor recebe 50 pontos e os restantes 45-42-40-39-38-37, respetivamente. No entanto, estes pontos servem apenas para a Classificação Intermédia, verificada no final das mangas de qualificação e que dão acesso à final, na qual serão atribuídos, para o campeonato, 8 pontos ao vencedor, ao invés de 6 pontos como na época transata. Nota também para o número limite de motores a utilizar ao longo da época: apenas três. A partir daí cada piloto é penalizado em 15 pontos no campeonato.

Com dois títulos em discussão, Pilotos e Equipas, este Mundial tem ainda outra novidade, a classe RX Lites. Segundo Martin Anayi, diretor geral da promotora IMG MotorSport, esta classe foi criada a pensar no futuro da competição, com o objetivo de reduzir custos e lançar novos valores. Os pilotos vão disputar um mínimo de cinco provas e os carros, todos iguais, têm 310 cv, tração às quatro-rodas e motor central.

O estatuto mundial dado este ano ao Ralicross deve-se principalmente à ação da IMG Motorsport, que pretende dar uma dimensão global à competição, transmitindo o evento em mais de 30 países ao longo de 2014.

Oficiais e privados

Numa competição que está a gerar grande interesse entre as marcas e pilotos, Ford, Peugeot e Volkswagen decidiram dar apoio oficial a equipas do campeonato. A Ford é desde há vários anos parceira da equipa sueca Olsbergs MSE, do ex-piloto Andreas Eriksson, que inscreve Andreas Bakkerud (4º classificado no Europeu em 2013, com duas vitórias, e Reinis Nitiss, atual campeão dos Super1600). A Volkswagen Motorsport fornece apoio técnico e institucional à equipa Marklund Motorsport, que tem o promissor finlandês Toomas ‘Topi’ Heikkinen, vencedor do Global Rallycross no ano passado, e o sueco Anton Marklund, filho do dono da equipa que constrói os Polo RX Supercar e que antes de Montalegre teve duas sessões de testes em Lousada.

A Peugeot apresenta-se neste mundial com a versão Supercar do Peugeot 208 T16, associada à Hansen Motorsport. O russo Timur Timerzyanov, atual bicampeão da Europa, é o ‘ponta de lança’ da formação de Kenneth Hansen, onde também correu o seu filho, Timmy Hansen. Também com modelos Peugeut, a britânica Albatec Racing Team convidou o ex-campeão do Mundo de Fórmula 1, Jacques Villeneuve, naturalmente um dos grandes ‘cabeças de cartaz’ do Mundial.

Outra natural candidata às vitórias na classe-rainha é a Petter Solberg RX Team, do antigo campeão do Mundo de Ralis, que terá a seu lado o compatriota Alexander Hvaal nos Citroën DS3 Supercar privados. Num carro semelhante estará o vencedor da ronda de Montalegre em 2013, o britânico Liam Doran, outro natural candidato ao título apesar de este ano a oposição ter sido reforçada em quantidade e qualidade. O português Joaquim Santos, num Ford Focus ST ex-Koen Pauwels, será o único representante português nesta categoria, apesar de José Fábrica (TourinCar), José Polónio e Mário Teixeira (Super1600) também alinharem na ronda portuguesa. Muitos e bons motivos, portanto, para não perder a prova transmontana, superiormente promovida pela autarquia local.

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