CRÓNICA: Vida difícil de um adepto na Falperra

Luís Figueiredo é um leitor do AutoSport que se prontificou a escrever uma crónica sobre a sua ida à Rampa da Falperra, no passado fim-de-semana. Um texto que deveria ser lido por qualquer organização em Portugal.

“Qualquer pessoa que pretenda ir a um rali ou uma rampa visita sempre o site da organização para obter todas as informações sobre horários, percurso, acessos, entre outros. Esta organização pecou logo por aí. Um site mal estruturado, que tinha um mapa mas referente à zona das verificações. Ou seja, nada de importante para um adepto ou espectador! O mais incrível é que nem a imagem do percurso tinham. Tive de ir ao Google Earth para tentar perceber por onde tinha de ir de forma a encontrar o trajeto. Sendo de Barcelos conheço bem Braga, mas a Falperra nem por isso. Decidi ir pela partida, para ver o parque de assistência.

Chego ao local e vejo bastantes acessos cortados, ainda longe da partida. Vendo a hora do início aproximar-se e pensando que o acesso seria fácil, a polícia manda-me ir pelo ‘carreiro’. Vi pessoas a subir o monte e segui-os sem saber para onde íamos. Subimos o íngreme monte, e sem saber muito bem onde estava, decidi procurar um local para ficar. A descida era acentuada, cheia de pedras e buracos, presumo que uma pessoa mais idosa não conseguisse descer, tal o estado do piso. Consegui chegar ao local que tinha visto no Google Earth, mas era mau. Depois, como a prova esteve parada tentei arranjar outro spot mas as zonas eram todas muito fracas, com pouca visibilidade devido à vegetação. Tentei outro local, passei por um carreiro com 30 cm de largura e um precipício com mais de três metros de altura! Muito perigoso, e vi quedas. Não me espantou a queda do ciclista, já que o terreno e acessos estavam em bastante mau estado. 

Posto isto, eu pergunto: é difícil colocarem antes da partida um mapa informativo, devidamente sinalizado com numeração nas curvas para os adeptos se situarem? Os acessos até poderiam ser pelo monte mas sinalizados. Gostei de ver os treinos, mas no segundo dia já não fui. Fazer aquele percurso outra vez? Não. Só vi uma verdadeira zona de público. Sendo uma prova internacional, a falta de informação deixou muito a desejar. Acho que a organização não merecia a presença massiva de público que lá esteve no sábado. Espero que para o ano as coisas melhorem. A bem de todos nós que (ainda) gostamos de desporto automóvel em Portugal.”

Luís Figueiredo (leitor do AutoSport)

Foto: Zoom Motorsport