CRÓNICA: Diário de uma paixão chamada Rampa da Falperra
Depois da perspetiva de um adepto estreante na Falperra, o leitor Joel Pinto enviou-nos a sua visão da mais famosa rampa portuguesa. Uma visão apaixonada, própria de um aficionado que em tempos até fez parte do grupo de heróis anónimos que todos os anos ajudam a colocar de pé a prova bracarense.
“Despertou o relógio, seriam umas 6 da manhã mas o sono há muito que tinha fugido. A inquietação apoderava-se de mim. Afinal de contas, já faltava pouco para me fazer à estrada para mais uma Falperra. Todos os anos é assim. Infelizmente, por razões laborais, este ano só pude estar lá no domingo mas não a fazer o que mais gosto, que é estar de bandeira ou vassoura ou o que seja na mão a cumprir a missão de comissário de pista. Mas a ‘doença’ é de tal ordem que na sexta-feira, na minha hora de almoço, lá estava eu na Avenida para sentir um pouco do ambiente. Já deu para matar o vício…
No sábado, novamente na minha hora de almoço, toca a engolir qualquer coisa para enganar o estômago e dar gás para conseguir ver algumas partidas, para sentir o ‘frissom’ do paddock. O cheiro a gasolina de competição acalmou a ansiedade… Mas voltemos a domingo. Eram 6h20 e já estava a carregar o farnel previamente preparado e, claro está, a geleira atestada para me tirar o pó da garganta. Toca a arrancar e por volta das 6h40 já estava na reta das Taipas. É impressionante pois a essa hora já andava muita gente rampa acima, e não, não se queixavam dos caminhos. Só via sorrisos e boa disposição…
Tive que dar um salto à curva do Restaurante e era impressionante a moldura humana que já se encontrava lá (não deviam ser mais que 7h30). Toca a voltar para a chicane das Taipas e começar a sentir o cheiro a gasolina e de borracha queimada. Pouco tempo depois, lá estavam os heróis a subir desalmadamente cada metro de alcatrão, a lutar contra o cronómetro e a procurar cada centímetro de trajetória… Os excessos começam a acontecer… Um dos Alfa dos FEUP, numa subida mais aguerrida, perde o controlo e lá vai ele de encontro aos rails… duas vezes. Mas este era dos bravos e mal se encontrou de frente com a pista, toca a calcar o acelerador e siga! Soube que parou mais à frente. E o público, claro está, fez logo grande festa… A rampa é assim e na descida dos carros, já com o Alfa todo ‘remendado’, foi dos mais aplaudidos pela coragem…
O espectáculo da Rampa é este, é o madrugar para galgar monte, para ir para o melhor spot, andar com a geleira às costas por caminhos quase inacessíveis, ver uma quantidade indescritível gente, de máquinas diferentes a subirem a rampa, é aplaudir os heróis que as conduzem e aplaudir do primeiro ao último porque se não houver último… também não há primeiro. É sentir a adrenalina de ver as máquinas ali, a alguns metros de nós, é conviver com os amigos… enfim, é isto a Rampa da Falperra.
E no próximo ano lá estarei, com esta minha paixão…”
Joel Pinto (leitor AutoSport)
Foto: Zoom Motorsport
O Autosport já não existe em versão papel, apenas na versão online.
E por essa razão, não é mais possível o Autosport continuar a disponibilizar todos os seus artigos gratuitamente.
Para que os leitores possam contribuir para a existência e evolução da qualidade do seu site preferido, criámos o Clube Autosport com inúmeras vantagens e descontos que permitirá a cada membro aceder a todos os artigos do site Autosport e ainda recuperar (varias vezes) o custo de ser membro.
Os membros do Clube Autosport receberão um cartão de membro com validade de 1 ano, que apresentarão junto das empresas parceiras como identificação.
Lista de Vantagens:
-Acesso a todos os conteúdos no site Autosport sem ter que ver a publicidade
-Desconto nos combustíveis Repsol
-Acesso a seguros especialmente desenvolvidos pela Vitorinos seguros a preços imbatíveis
-Descontos em oficinas, lojas e serviços auto
-Acesso exclusivo a eventos especialmente organizados para membros
Saiba mais AQUI