Bernardo Sousa: “Discutimos ralis com pilotos fortíssimos e que têm meios incomparáveis”

Bernardo Sousa e Hugo Magalhães optaram por não continuar em prova depois da saída de estrada que os levou a perder o segundo lugar do WRC2 na etapa de ontem do Rali de Gales/GB. O Ford Fiesta RRC já vinha com problemas de caixa e diferencial e a dupla portuguesa optou por não continuar em prova sem perceber a origem da anomalia, até porque o resultado final já estava comprometido.

“Vínhamos com um barulho estranho na transmissão e a caixa também não estava a funcionar normalmente. Numa esquerda o carro pura e simplesmente não respondeu. Fomos em frente e ficámos atascados, algo que aconteceu com vários pilotos ao longo deste rali, que é um dos mais duros do ano. O nosso grande azar foi não ter espectadores por perto e assim não conseguimos voltar à estrada”, explicou Bernardo Sousa.

Entre a elite

Depois do segundo lugar em França, onde liderou a prova do WRC2, o campeão nacional de 2010 voltou a mostrar que não está muito longe dos melhores pilotos da categoria em termos de andamento, vencendo quatro especiais em Gales e colocando-se no segundo lugar atrás do eventual vencedor Jari Ketomaa, antes da fatídica saída na última especial de sábado.

“São coisas que acontecem nos ralis mas as pessoas têm de perceber o nível em que nós estamos a competir. Ao longo do ano discutimos ralis com pilotos fortíssimos e que têm meios incomparáveis com os nossos. Só para dar um exemplo, o nosso chassis é de 2011 enquanto os principais pilotos do WRC2 têm carros praticamente novos a cada rali, estruturas com outros meios e orçamento. Além disso, como o carro foi desmontado nas nossas oficinas depois da Catalunha, só conseguimos ter o carro em Gales na segunda-feira à noite e nem testámos antes do shakedown. Por tudo isto, acho que voltámos a provar que merecemos estar no Mundial e é aqui que quero continuar em 2015”, referiu o madeirense de 27 anos.

Foto: André Lavadinho @World