Primeiro-ministro britânico comenta o ‘Clarkson-gate’

A suspensão de Jeremy Clarkson pela BBC ganhou contornos inusitados no Reino Unido e até o primeiro-ministro David Cameron já comentou a polémica. “Não sei exactamente o que aconteceu. Ele é meu amigo e um grande talento”, referiu Cameron citado pela própria estação britânica.

Ontem, com um batalhão de jornalistas a poucos metros da sua residência, Jeremy Clarkson saiu de casa calmamente e quando se dirigia para um carro brincou com os repórteres: “Fui suspenso, não fui? Estou a caminho do centro de emprego”, acrescentando depois: “Pelo menos poderei ver o jogo do Chelsea esta noite”. De facto, horas depois foi fotografado nas bancadas de Stamford Bridge com um ar despreocupado.

O conhecido apresentador – que terá agredido ao soco um produtor da BBC por não ter uma refeição pronta após um dia de filmagens em Newcastle – colocou a BBC numa situação particularmente difícil, já que os restantes episódios da temporada não serão emitidos (para já). O Top Gear é uma verdadeira ‘mina’ de receitas para a BBC Worldwide, que além disso corre o risco de ser processada pelos distribuidores locais do programa (emitido em mais de 200 países). Só no Reino Unido o Top Gear é visto em média por cinco milhões de pessoas todos os domingos.

Por outro lado, a ITV e o Channel 4 já tentaram no passado contratar Clarkson e poderão aproveitar este episódio para convencer o inglês de 54 anos a criar um novo programa fora da BBC. Entretanto, uma petição online para o regresso do Top Gear já recolheu mais de meio milhão de assinaturas.