Ruben Faria sorriu ao ouvir Marc Coma falar do Dakar 2016
A caminho do seu nono Dakar (sétimo na América do Sul), Ruben Faria integra o projeto oficial da Husqvarna, uma marca que pertence ao grupo KTM e que confiou no piloto português para uma formação onde também estão o chileno Pablo Quintanilla e o bicampeão do Mundo de Enduro, o francês Pela Renet.
“É um projeto novo em termos de imagem mas na prática já existe todo o know how técnico e de moto da KTM”, começa por explicar Ruben Faria. “Eles perguntaram-me se estaria interessado neste novo projeto e eu gostei imediatamente da equipa. Não só pelo prestígio da Husqvarna, que é a segunda marca de motos mais antiga do mundo, mas principalmente porque não é uma coisa completamente nova e no Dakar temos que ter garantias em termos de equipa e de material. Fiz o Rali de Marrocos com a moto e senti-me bem”, apontou o piloto algarvio.
Duro…
Sem Cyril Despres e Marc Coma (agora diretor desportivo) no pelotão das motos, Ruben Faria acredita que poderá haver uma surpresa na próxima edição: “Sem o Cyril e o Coma, este será o Dakar mais ‘aberto’ dos últimos anos em termos de luta pelos primeiros lugares. Estão a chegar cada vez mais pilotos rápidos vindos do motocross e do enduro e depois há vários pilotos com experiência e qualidade para ganharem um Dakar. Eu também não escondo o sonho de vencer o Dakar até porque já fui 2º classificado em 2013 e isso é algo que marca qualquer piloto. Mas sei que cada etapa é um desafio enorme, uma caixinha de surpresas, e ninguém pode dizer de antemão que vai ganhar o Dakar”, referiu.
Sobre o percurso de 2016, Faria acredita que a saída do Chile do percurso não vai atenuar as dificuldades. “Estive na apresentação oficial em Paris e vi o Marc Coma sorrir quando falava de algumas etapas; quem o conhece já sabe o que aquilo significa: vai ser muito, mas mesmo muito duro. Ele falou inclusive numa ‘super-Fiambalá’, que é uma etapa tradicionalmente duríssima na Argentina e que em 2016 poderá ser ainda pior.
“Além disso, teremos uma etapa-maratona onde ninguém pode mexer nas motos, uma coisa inédita desde que eu corro, e outra etapa-maratona habitual, com assistência dos próprios pilotos. Fisicamente eu sinto-me bem. O ano passado foi bem pior porque parti uma clavícula dois meses antes do Dakar e corri com uma série de parafusos e placas no ombro. Foi uma das experiências mais duras da minha carreira mas cheguei ao final e fui 6º. Estou curioso para ver o que vai acontecer este ano”, concluiu o piloto da Husqvarna.
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