«Ninguém ousa pensar num Mundial de F1 sem o GP do Mónaco»

Cada vez mais se fazem ouvir vozes acerca da falta de ultrapassagens na Fórmula 1 e o GP do Mónaco é o caso extremo dessa situação, já que a corrida é, quase sempre, uma longa procissão a alta velocidade e trocas de posições só decorrentes das diversas estratégias de corrida. Mas o problema não é só no Principado e em contraponto, todo o ambiente que envolve o fim-de-semana monegasco continua a ser único. Eis o que pensa Luís Vasconcelos sobre essa situação.

«O que costuma ser questionado é a qualidade do espectáculo por não se registarem ultrapassagens no Mónaco. Mas se isso fosse um mal exclusivo da pista monegasca muito bem estaria a Fórmula 1 actual; na verdade são raras as pistas onde as ultrapassagens são relativamente fáceis e basta olhar para o G. P. de Espanha, disputado numa pista larga e onde até fizeram uma chicane para aumentar as hipóteses de ultrapassagem, para se perceber que o mal está no conceito dos carros e não dos circuitos.»

«É claro que o Mónaco é um caso extremo, pois não é complicado a um piloto lento, mas muito defensivo, manter um conjunto carro-piloto bem mais rápido atrás de si – lembremo-nos de Bernoldi e Coulthard em 2001 e até de Montagny e Monteiro no ano passado. Na verdade os pilotos não se queixam, a não ser que tenham uma corrida muito frustrante mas para dizer a verdade este ano nem sequer Raikkonen ou Rosberg – os que mais sofreram atrás de carros mais lentos – se lamentaram, aceitando que o que tinham passado fazia parte do jogo. O prazer de pilotar no Mónaco, sobretudo na qualificação, sobrepõe-se a estas frustrações e ninguém ousa pensar num Mundial de Fórmula 1 sem este Grande Prémio.»