Max Mosley: “Se não me chamasse Mosley ninguém diria que tinha feito uma festa Nazi”

Por a 8 Agosto 2009 13:22

Numa entrevista ao jornal alemão Bild, o presidente da FIA fez questão de limpar a sua imagem e também a de Bernie Ecclestone no que toca à questão da suposta admiração de ambos por ideologias fascistas. Recorde-se que há algumas semans também Ecclestone chocou o mundo ao afirmar que era adepto das ditaduras e que considerava que Adolf Hitler tinha feito as coisas avançarem.

“O Bernie não é adepto de Hitler. É verdade que o Hitler fez alguma coisa [de positivo], mas o que ele fez foi horrível. Tal como muitos empresários de sucesso, o Bernie foi ingénuo em assuntos políticos”, começou por dizer Mosley, que depois falou da relação com o seu pai, Oswald Mosley, antigo líder fascista no Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial.

“Acho que o seu principal desejo com a guerra era obter uma Europa Unida. Naquele tempo, eu apoiei-o, agora sou muito céptico. Os países são muito diferentes para que todos se possam unir debaixo da mesma bandeira. Antes da guerra ele tiha ideias fascistas. Depois [da guerra], para ele o fascismo nunca foi um problema”, observou, acrescentando que “ele julgava que tinha uma boa justificação para o que estava a fazer. Mas se se olhar para trás agora, foi tudo muito mau. Mas naquele momento pode-se entender porque ele o fez, ainda que não o apoie”.

Referindo-se ao escândalo sexual em que se viu envolvido, Mosley fez questão de deixar bem claro que a festa “não teve qualquer ligação com temáticas nazis mas sim com as humilhações que se praticavam nas escolas britânicas, como a caça aos piolhos.

“Era tudo sobre a Inglaterra e a Alemanha não teve nada a ver. Não existiam pessoas vestidas com fardas, mas casacos e saias comprados nas lojas. (…) Uma coisa é óbvia: Se eu não me chamasse Mosley, ninguém iria avançar com a ideia de que tinha algo a ver com os Nazis”, acrescentou.

“Não teve nada a ver com os campos de concentração nazis. Isso também foi provado por um tribunal inglês, que analisou todas as provas, analisou o vídeo e ouviu as senhoras como testemunhas. O perito confirmou que nenhuma pessoa razoável, visualizando o vídeo, acreditaria que teria algo a ver com o Nacional Socialismo. É uma cena clássica do Sado-Maso. Para além disso: na Inglaterra, a posse de uniformes nazis não é proibida. Pode-se comprá-los em toda parte, mesmo na loja onde as senhoras as compraram”.

Para Mosley, a avaliação do trabalho de uma pessoa não deveria decorrer do que faz na sua vida privada: “Digamos que era um padre, pastor ou um praticante de boas obras. Valeria a pena tornar pública a sua vida privada? A verdadeira questão é: ele faz um bom trabalho na sua vida pública e não prejudicou ninguém. Tudo o resto é completamente irrelevante”.

“O Michael faz sair o melhor de qualquer carro” 

Sobre o regresso de Michael Schumacher à F1, Mosley considerou que tal “é fantástico e dá à F1 um excelente impulso. Eu estava no meu apartamento no Mónaco e telefonei por acaso ao Bernie e, de repente, deu na televisão que o Michael Schumacher voltaria às pistas. Perguntei ao Bernie: ‘Ei, o Schumacher está de volta à Fórmula 1?’. Ele não sabia de nada, apenas respondeu ‘O quê? Nem pensar. Nunca’, ao que eu respondi ‘Mas, deu agora na televisão’. Ele será fantástico. O Michael não sabe pilotar devagar”.

Quanto à idade, Mosley considera que tal é irrelevante: “O grande Juan Manuel Fangio tinha 46 anos e foi campeão. O Ferrari não é um carro vencedor este ano. Mas o Michael é um vencedor. Ele pode vencer. Ele faz sair o melhor de cada carro mais vezes do que qualquer outro piloto. Lembremo-nos de Spa, GP da Bélgica, em 1991, com o Jordan. Era um carro lento – mas ele começou logo em sétimo”.

Enaltecendo que “nunca” acreditou na possibilidade das equipas da FOTA organizarem um campeonato paralelo, Mosley garantiu que tudo não passou de um jogo e que abandonaria em Outubro, de qualquer forma: “No próximo ano terei 70 anos. Apenas me aborreceu que as equipas tenham feito pressão para isso. Isso irritou-me e tornou-me desafiante. Eu prometi à minha família há muito tempo que iria deixar a FIA. 16 anos são muito tempo”, referiu, admitido que Jean Todt “é o melhor candidato para o lugar. Tem qualidades de liderança”.

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