Campeonato português de Drift proporcionou espetáculo em Lousada

Na curva 1, o júri pedia a linha exterior da pista, ao passo que na reta exterior 3 ‘check points’ alternados em cada lado do circuito. O gancho exigia a trajetória interior, assim como a terceira e última curva do traçado. Pontos críticos da avaliação do júri são a velocidade, o ângulo em relação ao eixo da via e a proximidade aos ‘check points’ ou linha ideal, utilizando, para o efeito, referências visuais para os pilotos. O asfalto do circuito estava bastante limpo gerando maior aderência, o que tornou o drift mais exigente, colocando à prova os pilotos que compõem a caravana da CPD.

As qualificações foram intensamente disputadas, onde José Lopes, Nelson Rocha e Martin Nos ficaram separados por apenas meio ponto, assegurando assim o 1º, 2º e 3º lugar das qualificações. O jovem piloto André Silva da Bypower, viu-se obrigado a abandonar a prova devido a avaria no diferencial do seu Nissan, situação que apenas obriga a uma maior agressividade para perseguir o título, dado que todos os pilotos terão a possibilidade de desconsiderar o pior resultado das 5 provas, sendo a classificação final do campeonato constituída pelos quatro melhores resultados.

Muito próximos dos três primeiros ficaram Firmino Peixoto e Paulo Gaipira, com o piloto do BMW azul a demonstrar que está no Drift para se afirmar. A segunda metade do pelotão teve também os seus momentos, pela positiva e pela negativa. Mota transfigurou-se dos treinos para as qualificações, passando a tirar proveito dos mais de 600 cv do seu BMW na linha da curva 1. Raphael Fulco não esteve no seu melhor, enquanto Jonito apenas conseguiu uma passagem limpa, o que o relegou para o último lugar das qualificações.

Seguiram-se as batalhas, em que os pilotos se perseguem em pista, em vezes alternadas, solicitando-se que seja cumprido o percurso definido pelo júri, avaliando-se ainda a agressividade, que seria traduzida na proximidade ao piloto da frente.

A primeira batalha foi entre Firmino Peixoto e Paulo Gaipira, tendo o primeiro passado às meias-finais, tendo em conta que, na segunda manga desta batalha, Gaipira tem um acidente na curva 1 que inutiliza o BMW. A segunda batalha colocou frente a frente o campeão português em título Nelson Rocha e Raphael Fulco, tendo este último feito um pião na primeira manga, o que fez com que o total da pontuação fosse para o atual campeão. Na segunda manga, Fulco leva a melhor, mas o total das duas mangas apura Nelson Rocha para as semifinais. A terceira batalha foi impressionante, com Mota e Martin Nos a necessitaram de seis mangas de batalhas para apurar quem passava à fase seguinte, tendo a vitória sido atribuída ao piloto galego, isto porque Mota teve um problema na caixa de velocidade do seu BMW, o que o impediu de disputar o lugar nas semifinais. A 4ª batalha, entre Jonito e José Lopes, foi fácil para o vice-campeão, dado que Jonito fez pião em ambas as mangas.

Nas meias-finais encontraram-se Firmino Peixoto com Nelson Rocha e Martin Nos com José Lopes. Na primeira meia-final, Nelson Rocha leva a melhor sobre Firmino Peixoto, fruto de uma boa aproximação ao Toyota de Firmino Peixoto e também de melhores ângulos. Na segunda semifinal, José Lopes leva de vencida Martin Nos, resultado de uma falha do galego no gancho, apesar da sua maior agressividade. A disputa do 3º e 4º lugar teve lugar entre Firmino Peixoto e Martin Nos, na qual o piloto espanhol foi mais consistente e Firmino Peixoto perdeu distância na primeira manga da batalha, reforçando o terceiro lugar do Martin Nos.

Na final, entre Nelson Rocha e José Lopes, foram necessárias duas sessões de batalhas para apurar o vencedor da prova. Passadas as primeiras duas mangas, em que existiu um empate, Nelson Rocha apresenta-se com uma agressividade que lhe permite levar de vencida o seu rival, triunfa na prova e destaca-se na liderança do campeonato.

A caravana ruma agora para o circuito de Montalegre, onde a 28 e 29 de julho se disputará a 4ª ronda do Campeonato Português de Drift.