Ferrari, McLaren e BMW: Quem escondeu melhor o jogo?
As equipas candidatas à vitória na Austrália esconderam o jogo na última grande sessão de testes antes do início da temporada. Tanto a Ferrari como a McLaren, mas também a BMW, não fizeram a menor tentativa para marcar tempos que impressionassem a concorrência, pelo que os testes da semana passada acabaram com Trulli na frente da tabela de tempos, batendo Hamilton, enquanto Coulthard e Rosberg ficaram nos lugares seguintes
Para se encontrar o primeiro Ferrari, o de Raikkonen, é preciso descer até ao nono tempo da semana, enquanto Massa foi apenas 13º, atrás até do Force India de Fisichella e o visitante Schumacher ficou com o 15º tempo, a mais de 1,6s da marca de Trulli. Quanto aos pilotos da BMW, Kubica foi o mais rápido com a 14ª marca da semana, enquanto Heidfeld ficou apenas com o 19º lugar na tabela de tempos, o que mostra bem até que ponto os alemães também esconderam o seu jogo.
Ferrari continua mais forte
Com as marcas absolutas a revelarem pouco sobre o momento de cada equipa, foi necessário observar atentamente as simulações de Grande Prémio para se perceber melhor qual a capacidade de cada piloto e carro a duas semanas do início do Mundial. E voltou a ficar bem claro que Kimi Raikkonen é o mais forte nesta altura, mesmo se a sua única simulação de Grande Prémio foi brevemente interrompida por um problema de caixa de velocidades, depois de apenas seis voltas.
Mas quando voltou á pista o finlandês mostrou um andamento impressionante, ao ponto da sua melhor volta da semana ter sido feita na última volta do seu “Grande Prémio”. Mais ninguém conseguiu rodar em menos de 1m22s em condições de corrida, mas Raikkonen chegou a 1m21,7s na sua melhor volta, depois de ter efectuado a fase final da simulação na casa de 1m21,9s.
Sem ter a nova aerodinâmica, mas dispondo de novidades mecânicas, a nível do sistema hidráulico e da caixa de velocidades, Massa completou dois Grandes Prémios em simulação e se o primeiro foi feito em tempos cerca de 0,3s por volta mais lentos que os de Raikkonen, o segundo foi menos conseguido, com o brasileiro a queixar-se de ter apanhado muitos pilotos lentos na maior parte das voltas, mas admitindo também ter cometido alguns erros.
Hamilton não está longe
Na McLaren os dois MP4/23 também estiveram em configurações diferentes, com Hamilton a testar mais novidades de aerodinâmica – nomeadamente uma nova asa traseira. Ambos os pilotos efectuaram séries curtas, rodando com menos gasolina que o habitual mas longe de chegarem a andar em condições de qualificação, pelo que também foi nas séries mais longas que se viu o verdadeiro potencial da McLaren.
Nestas condições foi Hamilton quem mais impressionou. O inglês efectuou a sua única simulação de Grande Prémio da semana na mesma altura em que Massa fazia um exercício semelhante (o segundo e o pior do brasileiro), sendo consistentemente mais rápido que o piloto da Ferrari. Hamilton acabou por andar em tempos semelhantes aos que Massa conseguira na véspera, mas também ficou longe dos tempos que Raikkonen acabou por efectuar no último dia de trabalho.
Muita luta pelo terceiro lugar
A luta pelo terceiro lugar entre os construtores parece ter-se aberto a cinco equipas, mesmo se o consenso geral é que a BMW e a Williams têm vantagem sobre as suas rivais. Mas a Toyota, Red Bull e Renault não estão muito longe, o que faz antever uma enorme emotividade na discussão dos últimos seis lugares disponíveis entre os dez primeiros da qualificação e os últimos quatro lugares pontuáveis na fase inicial do campeonato.
Em Barcelona foi Trulli que espantou toda a gente ao ser claramente o mais rápido em pista, mas se o italiano admitiu ter rodado em condições de qualificação, ficou no ar a ideia do seu TF108 ter estado abaixo do peso mínimo quando o 1m20,801s foi conseguido, pois dum momento para o outro o veterano piloto retirou meio segundo à sua melhor marca até então.
O facto de Glock ter ficado a 1,3s do seu companheiro de equipa reforçou essa ideia, mas pela observação em pista ficámos com a ideia que o TF108 evoluiu muito e que se Trulli já encontrou o um bom acerto para o seu chassis, o campeão da GP2 ainda está à procura das melhores afinações para o seu estilo de pilotagem.
Na Williams o novo pacote aerodinâmico só esteve disponível nos últimos dois dias de testes, mas Rosberg voltou a mostrar-se impressionante nas séries de voltas mais curtas. Em contrapartida, por uma vez, o andamento em condições de corrida foi claramente inferior ao da Ferrari e da McLaren, mesmo se o alemão e Nakajima continuaram a andar em tempos competitivos.
A consistência da BMW
Quem só andou em condições de corrida foi a BMW, pois os seus F1.08 saíram sempre para a pista com 60 quilos de gasolina a bordo. Isso quer dizer que em condições de qualificação (com apenas oito quilos a bordo), os seus pilotos poderiam ter sido 1,6s mais rápidos do que foi o caso, deixando no ar a ideia de que nesta altura os carros alemães são os terceiros mais competitivos do plantel.
Na Red Bull foi Coulthard quem mais andou com as novidades aerodinâmicas, apesar de Webber as ter testado no dia em que o escocês teve de repousar (Ier em separado), e a progressão registada agradou á equipa. Já na Renault as novidades experimentadas por Alonso acabaram por ser abandonadas para a última tarde de testes, dando a ideia que não tinham provado na pista aquilo que a equipa esperava, o que talvez justifique as palavras mais pessimistas do espanhol, de que vos damos conta em separado.
Por fim, a Toro Rosso teve apenas um carro com novidades mecânicas, mostrando-se mais fiável que nos testes anteriores, enquanto a Honda efectuou muitos quilómetros e testou novas asas e deflectores, sem, no entanto, conseguir fazer progredir de forma evidente o pouco competitivo RA108.
Luís Vasconcelos em Montmeló
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