Pedro Gomes vence perante grande multidão
Organizada pela Secção de Desportos motorizados do Futebol Clube do Porto, e com o patrocínio da Câmara Municipal de Famalicão e da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting, a 2ª Super Especial de Famalicão superou as expectativas de 2006, ao reunir um lote imenso de grandes nomes do desporto motorizado nacional.
Um ano depois do grande êxito desportivo que foi a 1ª edição, desta feita os participantes ultrapassaram a centena, presenciados por mais de 15 mil espectadores que não arredaram pé até à passagem do derradeiro carro, o vencedor de 2006 – Joaquim Jorge em Ford Escort, que passou o testemunho ao seu compatriota José Pedro Gomes.
No final do convívio de várias gerações e carros de campeonatos muito diversos, José Pedro Gomes foi o mais rápido a cumprir os 1800 metros do percurso idealizado nas ruas circundante à zona desportiva e escolar de Famalicão. O piloto do Ford Escort, que debita mais de 500 cv – carro utilizado pelo piloto de Famalicão no Nacional de Montanha, venceu com uma margem de apenas 0,6s para o Renault Clio RS de António Areal.
As diferenças entre os dez primeiros não excederam os quatro segundos, demonstrativo do excelente nível competitivo evidenciado pela centena de pilotos que brilhou na tarde solarenga da cidade de Famalicão. Com as ruas repletas de publico foram muitos os pilotos que colocaram toda “a carne no assador” para levar o melhor tempo. Ao contrário da primeira edição, os Escort’s não conseguiram sobrepor-se aos mais modernos e poderosos 4×4. Apenas António Areal se intrometeu na “luta” dos carros de tracção total, ao colocar o Renault Clio RS no segundo posto, á frente de António Teixeira com um Mitsubishi EVI a debitar muitos cavalos, que assim repetiu o pódio de 2006. Um lugar abaixo terminou o famalicense Miguel Campos. Um regresso saudoso e muito aplaudido ás ruas da cidade que o viu nascer para os automóveis. Mesmo ausente à alguns meses da competição, Campos não se mostrou enferrujado, e com, um carro que não conhece, obteve o quarto posto. Logo atrás do famalicense, posicionou-se Miguel Ferreira da Silva. A taça das senhoras ficou dentro de portas, na posse de Natália Rio em representação do Team Famalicão
José Pedro Gomes “O resultado estava em segundo plano, foi muito mais importa estar presente porque, este tipo de acções fazem todo o sentido, levando os automóveis para junto do público. Esta foi uma vitória muito difícil devido ao tipo de traçado, pois era muito difícil colocar os cavalos do meu Ford Escort no chão. Espero voltar no próximo ano, pois é destas iniciativas que precisamos para promovermos ainda mais o nosso desporto junto das massas”.
Troféu António Dias Costa para José Pedro Gomes
Uma das novidades desta segunda edição foi a criação do prémio especial destinado ao melhor piloto famalicense em prova. Anualmente este prémio assumirá uma denominação diferente, mas sempre homenageando figuras, instituições ou eventos ligadas ao desporto motorizado do concelho. Em 2007, o melhor piloto famalicense levantou o “Troféu António Dias Costa”, um ilustre famalicense e conhecido piloto, referência incontornável do pioneirismo do automobilismo em Portugal. Ao volante de um Citroen C6, foi ele o primeiro português a participar no Rally de Monte Carlo em 1933. Vencedor do I Rali às Pedras Salgadas em 1932, a ele se deve a realização, em 1934, do primeiro Rali de Famalicão. Um êxito retumbante segundo as crónicas da época.
Tarde de pura magia
Uma cidade onde fervilha a paixão pelos automóveis, do coleccionismo á competição, com tradição organizativa, resolve inovar, ousar e fazer do sonho realidade. Fazer uma classificativa de rallye dentro de uma cidade, com condições de segurança próximas das de um circuito, era inimaginável até á pouco tempo atrás, mas quando a vontade de fazer é uma “religião”, não existem entraves nem vaidades e o mundo avança.
A fórmula é antiga, o automobilismo nos primórdios era assim, depois o mercantilismo foi estragando progressivamente a boa relação do publico com as provas e daí ao deserto que hoje se verifica nas nossas pistas permanentes e na maioria dos rallyes do campeonato nacional, foi um ápice. Trazer o espectáculo, a emoção o circo todo para dentro da cidade foi como que o regresso ás origens ou por muito contraditório que pareça o regresso ao futuro.
Vila Nova de Famalicão deu um exemplo extraordinário de como se deve fazer quando se quer refazer paixões e dar início a paixões novas. A organização permitiu que o público visse e cheira-se os carros em parque fechado, que os jovens os tocassem, falaram e fotografaram os seus ídolos, até pouco tempo antes da prova começar, a liberdade foi total. Assim o automobilismo ganhou por certo novos milhares de adeptos nesta tarde inesquecível para quantos tiveram feliz ideia de assistir a esta prova.
Depois o aspecto competitivo, com uma luta fabulosa entre carros de gerações tão distintas como dos “Ford Escort” de 1974 aos Mitsubishi ou Subarus actuais, ou os poderosos pesos pesados do campeonato nacional de montanha.
Houve espectáculo a rodos, momentos de condução de grande beleza e virtuosismo a roçar a magia, parece adjectivo a mais, mas, tudo é pouco para fazer das imagens palavras e transcrever de um geito fidedigno tudo o que os olhos viram e a mente gravou. Votos de que casamento da Secção de Desportos Motorizados do F. C. do Porto e o Município de Famalicão se mantenha por muitos anos, para o engrandecimento da modalidade, alegria e festa dos pilotos e patrocinadores e gáudio dos muitos milhares de pessoas que numa demonstração de civismo invulgar assistiram a um evento memorável.
Classificação final
1º José Pedro Gomes (Ford Escort Cosworth), 1m44,107s
2º António Areal (Renault Clio RS), 1m44,730s
3º António Teixeira (Mitsubishi Lancer Evo VI), 1m44,882s
4º Miguel Campos (Mitsubishi Lancer Evo VII), 1m45,162s
5º Miguel Ferreira da Silva (Mitsubishi Lancer Evo V), 1m45,430s
6º António Areal (Toyota Corolla T Sport), 1m45,486s
7º José Pedro Miranda (Caterham Seven), 1m45,581s
8º Ricardo Costa (Mitsubishi Lancer Evo VIII), 1m47,741s
9º José Arantes (VW Golf GTI), 1m48,073s
10º Nuno Mota (Austin 1275 GT), 1m48,289s
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