Como foi o acidente de Bruno Magalhães
Bruno Magalhães teve em Sanremo um dos poucos acidentes da sua carreira, e, tendo em conta as circunstâncias como tudo aconteceu, felizmente para as cores portuguesas não há, sequer, escoriações a registar, e mesmo após o violento embate, o Peugeot 207 S2000 continuou a andar, acabando a equipa decidido encostar devido ao súbito aquecimento da temperatura do motor, o que levaria à sua quebra se Bruno Magalhães tentasse continuar.
Tudo aconteceu no maior troço da prova, Ginestra, de 44,0 quilómetros, numa altura em que o piloto português estava, de acordo com as cronometragens intermédias, a realizar um tempo entre os primeiros quatro mais rápidos, isto cerca do quilómetro trinta, e tinha até ultrapassado o concorrente que rodava à sua frente, Janos Toth, também em 207 S2000.
Pouco depois, tudo se precipitou: Numa esquerda cega feita em quarta a fundo, Bruno deparou com o carro de Brice Tirabassi atravessado na estrada. Para quem não conhece, estas estradas são do estilo Sintra, muito estreitas e sinuosas, pelo que o embate foi inevitável, já que o piloto da Peugeot Portugal nem sequer teve tempo para reagir. Bateu de frente, na lateral do 207 S2000 de Tirabassi, de tal forma que o projectou para fora de estrada.
A dupla do Peugeot francês teve problemas que o levaram a ficar com o carro atravessado na estrada, mas não procedeu como é normal nestas situações e na altura do embate, ao invés de existir alguém a sinalizar o perigo – estavam três pessoas – a dupla de concorrentes e um comissário, a tentar indireitar o carro para prosseguir em prova. Resultado, um violento embate, a desistência de ambos, e uma situação que não devia acontecer, especialmente quando há pessoas que podem sinalizar o perigo, como se impunha.
“Estava a andar muito depressa e a fazer uma boa classificativa, pois era a primeira vez que repetia estas especiais, o que me deu maior confiança. Alcancei e ultrapassei o concorrente que ia à minha frente, e inclusivamente estava a ganhar tempo ao Cavigioli, que tinha partido dois minutos antes. Quando tudo estava a correr tão bem, à saída de uma curva numa zona muito rápida, fomos completamente surpreendidos com um carro atravessado no troço, sem os obrigatórios avisos e foi impossível evitar o choque. Estou muito triste porque o nosso Peugeot 207 estava a proporcionar-nos uma actuação muito boa, e amplamente reconhecida. É lamentável o que aconteceu porque bastaria que o co-piloto nos tivesse avisado, como é obrigado pelos regulamentos”, explicou o piloto que estava a mostrar o seu grande talento, frente ao melhor lote de concorrentes do campeonato intercontinental do IRC.
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