Agora é que é!

Nas suas bodas de diamante, o Rali de Gales terá a honra da festa do título. Será no palco britânico que será conhecido o nome do Campeão do Mundo de 2007 e também o Campeão do Mundo de Produção deste ano.

Mas, sem dúvida, que o maior mediatismo ficará reservado para o ceptro de Pilotos, onde Sébastien Loeb parte claramente com o rótulo de favorito e Marcus Gronholm numa posição bastante inferiorizada. Por isso, em Gales, o rali será também um jogo do ”gato e do rato”, onde a estratégia poderá jogar um papel fulcral e, sobretudo, onde qualquer passo em falso de qualquer um dos candidatos poderá ser decisivo.

Contudo, nem só do factor humano dependerá o resultado. A fiabilidade do Citroen C4 e do Ford Focus entrarão também em linha de conta na definição do título pois se o carro francês der “parte fraca” (o que é pouco provável dado o ritmo que Loeb necessita de imprimir), Gronholm poderá terminar em beleza a sua carreira caso o Ford consiga aliar a sua competitividade à robustez. Por outro lado, Daniel Sordo e Mikko Hirvonen (a que se juntará Jari-Matti Latvala) tudo farão para “guardar as costas” aos seus chefes de fila e com o título de Marcas já decidido a favor da Ford, estarão mesmo à disposição dos respectivos “patrões” para dificultarem a vida ao “inimigo”.

Nesta “conflituosa arena” será difícil encontrar outros pilotos “dispostos” a brilhar, embora se adivinhe que tanto Petter Solberg, como Chris Atkinson não se importassem de salvar o ano da Subaru com um triunfo como aconteceu entre 2002 e 2005.

E o vencedor é…

Sébastien Loeb, se tudo correr em condições normais! Com seis pontos de vantagem, o francês é único que depende apenas de si próprio para chegar ao título, bastando-lhe um quinto lugar, mesmo se Gronholm vencer. Contudo, num rali tão difícil como o de Gales, há inúmeras variáveis matemáticas que podem definir a identidade do Campeão, sempre na condição de que Loeb usufruirá sempre de vantagem em caso de igualdade pontual (por ter maior número de vitórias). Aqui ficam todas as hipóteses.

Loeb é campeão se:

– Ganhar, for 2º, 3º, 4º ou 5º, independentemente do resultado de Gronholm;

– For 6º e Gronholm terminar em 2º ou acima disso;

– For 7º e Gronholm terminar em 2º ou acima disso;

– For 8º e Gronholm terminar em 3º ou acima disso;

– Não pontuar ou desistir e Gronholm terminar em 4º ou acima disso.

Gronholm é campeão se:

– Ganhar e Loeb não conseguir melhor que um 5º lugar;

– Ganhar e Loeb desistir;

– For 2º e Loeb ficar abaixo de oitavo;

– For 2º e Loeb desistir.

PONTOS A RETER

– O título de Pilotos será decidido entre Sébastien Loeb e Marcus Gronholm. Mas enquanto ao francês basta um quinto lugar, o finlandês da Ford tem que, pelo menos ficar em segundo e esperar que Loeb não termine nos sete primeiros.

– Este será, em princípio, o último rali da carreira de Marcus Gronholm que completará em Gales a 130ª participação num rali do Mundial e tentará chegar à sua 31ª vitória e ao terceiro título Mundial.

– Com o terceiro (Mikko Hirvonen) e o quarto lugar (Daniel Sordo) definidos só a partir da quinta posição do campeonato é que existe indefinição. Apenas os irmãos Solberg vão lutar por essa posição, enquanto que a luta pelo sexto lugar do campeonato ficará reservada a quatro pilotos (ao próprio Henning Solberg, a Jari-Matti Latvala e a Chris Atkinson).

– Depois da estreia em asfalto na Córsega, a Suzuki está de regresso com o SX4 WRC para a estreia do carro em terra, desta vez com Sebastian Lindholm.

– O Rali de Gales marcará o fim de uma era no Mundial de Ralis. Será o último rali onde a Pirelli não terá o monopólio dos pneus das equipas oficiais e a última prova disputada com “mousse” anti-furo nos pneus.

– No PWRC, o título vai decidir-se entre Toshi Arai e Gabriel Pozzo. Mas enquanto o japonês poderá ser campeão em casa uma vez que não se deslocará a Gales, a Pozzo só a vitória interessa, caso contrário o título irá mesmo para Arai.