Ricardo Leal dos Santos: “Quero lutar pelo pódio dos privados”
A poucas horas de partir para a Argentina, Leal dos Santos garantiu que o facto de ser o principal piloto luso na contenda não lhe retira o sono e que os objectivos deste ano passam por lutar por um lugar no pódio das equipas privadas 4×4 e pela posição de melhor piloto nacional.
“O objectivo é lutar por um lugar no pódio entre as equipas privadas 4×4, naquilo que vai ser uma grande luta, e tentar ficar entre os 20 primeiros da geral, mas aqui já estou a ser muito optimista”, começa por afirmar Leal dos Santos, que deixou em definitivo as ‘aventuras’ a solo no rali mais duro do mundo. A esse respeito, o piloto acredita que o facto de ter efectuado algumas provas sozinho – quer nos quads, quer nos autos – lhe proporcionou uma evolução bastante importante a vários níveis.
“Ao longo das minhas experiências a solo tive uma aprendizagem bastante significativa da prova ao nível da leitura dos terrenos e da capacidade de ‘improvisação’, até mais do que muitos pilotos de motos. Pode-se dizer que aprendi em dois anos aquilo que a maior parte dos pilotos profissionais aprende em dez”, observou, lembrando que “isso já foi visível em Portalegre, prova na qual andei muito bem”.
Essa capacidade de leitura dos terrenos poderá assumir, neste novo Dakar, uma importância fundamental, tanto mais que o terreno é desconhecido para todos. “É uma vantagem para nós porque partimos todos do zero. E nós até preferimos assim. A disciplina chama-se Todo-o-Terreno e é por isso que deveria variar mais. Em Africa as pistas acabavam por ser sempre as mesmas e já pouco havia de descoberta, o que para mim era mau porque não as conhecia tão bem quanto os meus adversários”, explicou Leal dos Santos, acrescentando que “saímos muito valorizados com este formato”.
“O ideal seria mudar de sitio todos os anos, e até de Hemisfério, naquilo que seriam oportunidades de visitar locais a que a maior parte das pessoas não vai, uma vez que temos carros preparados especificamente para o efeito, ao mesmo tempo que se resgatava o espírito de descoberta da prova”, afirmou.
“O melhor Dakar de sempre… daqueles sem Lisboa”
Sobre as dificuldades que esperam os pilotos na Argentina e Chile, o português reconhece uma combinação de três problemas que deverão ser cruciais no resultado final: “primeiro, a altitude, que em pista chega aos 3250m e em ligação aos 4700m, algo que deverá provocar alguns problemas aos motores, em segundo, a areia e em terceiro o calor, uma vez que vamos apanhar o Verão naquele continente”. Ainda assim, reconhece um ponto “no qual deverá ficar logo metade da caravana”: as dunas do deserto do Atacama, tão ou mais difícil do que as da Mauritânia.
Contudo, advoga que “este vai ser o melhor Dakar de sempre dos que não partiram de Lisboa”. “Só se partisse de Lisboa é que este Dakar seria ainda melhor. Estão lá todos os pilotos de topo – excepto o [Carlos] Sousa – e seria bom que pudéssemos voltar a ter uma partida de Lisboa, o que pode voltar a acontecer se a ‘febre’ do Dakar se voltar a instalar em Portugal”, observou Leal dos Santos, que classifica as etapas disputadas em solo português como “uma loucura”.
Referindo-se ao facto de a participação portuguesa em 2009 ser inferior à dos últimos dois anos, o lisboeta garante que o “cancelamento da prova de 2008 deixou muitas marcas nos patrocinadores, que este ano se retraíram face aos anos anteriores, o que também não foi ajudado pela crise mundial que se vive actualmente”. Ainda assim, lembra que o número não é assim tão reduzido “porque se formos a ver antes de o Dakar partir de Lisboa costumavam ser cerca de seis os pilotos inscritos e este ano até são mais os portugueses envolvidos”.
Sobre os favoritos à vitória geral, Leal dos Santos aponta os ‘suspeitos do costume’: “a Mitsubishi e o Stéphane Peterhansel têm de ser considerados os favoritos, quer pelo novo carro, o Racing Lancer, quer pela sua experiência. Mas a Volkswagen também tem de ser tida em conta”.
Por fim, a estratégia para a prova sul-americana foi-nos dada por Leal dos Santos: “começar a atacar nas primeiras especiais lisas, para depois nos retrairmos naquelas que vão ser demolidoras e muito duras e quando percebermos que podemos atacar, voltar a fazê-lo sem correr riscos desnecessários”, apontou.
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