ANTEVISÃO 2009: Passar ao lado da crise

Por a 31 Dezembro 2008 11:35

Ninguém fica indiferente ao cenário de crise global e no desporto motorizado o sinal de alarme soou de forma ruidosa com as saídas abruptas da Honda da Fórmula 1 e da Subaru e da Suzuki do Mundial de Ralis. Curiosamente, o pelotão do MotoGP até terá mais uma moto do que em 2008 – no caso, a Ducati privada do regressado Sete Gibernau. Mas os responsáveis do campeonato já perceberam que só com a limitação dos custos operacionais e o aumento da espectacularidade do seu “produto” conseguirão manter o MotoGP a salvo dos cortes radicais que têm chocado outras disciplinas da competição motorizada.

Carmelo Ezpeleta e a Dorna sabem que seria mais fácil, por exemplo, a Honda abandonar o escalão máximo do desporto automóvel do que o equivalente no motociclismo. Mas as declarações dos executivos japoneses referem a intenção de permanecer no MotoGP no futuro próximo, e ao mesmo tempo, o facto incontornável de que em 2009 a Honda vai vender menos motos… Pelo menos até agora o motociclismo tem-se mantido relativamente imune à recessão da indústria das motos. O único caso significativo foi o abandono da Ducati do campeonato britânico de Superbikes.

O que é novo em 2009

A principal novidade da próxima época é a introdução de um fornecedor único de pneus – no caso, a Bridgestone.  O contrato entre a Dorna e o construtor japonês vigora até 2011 e é uma tentativa de nivelar a competição e reduzir os custos. Durante as últimas épocas foi notório o menor rendimento dos Michelin em alguns circuitos, resultando inclusive nas mudanças de Valentino Rossi para a Bridgestone e, na fase final de 2008, de Dani Pedrosa. A maioria dos pilotos mostrou-se satisfeita com a introdução do “pneu único”, mesmo se isso significa o fim dos “pneus de qualificação” que proporcionavam aderência máxima durante um curto período de voltas. Segundo Ezpeleta, o próximo campo de intervenção será reduzir a intervenção da electrónica na condução das motos, provavelmente já a partir de 2010.

No início deste mês a Federação Internacional publicou a regulamentação da categoria que vai substituir as 250cc a partir de 2011. O novo “Moto2” será um campeonato de motos de 600cc a quatro tempos, com um peso mínimo de 135 quilos, ou seja, 13 quilos mais leves que o MotoGP. Um dos pontos mais interessantes da nova competição é a possibilidade de um concorrente adquirir o motor de outro piloto no final de uma corrida. O preço estipulado para a compra é de 20 mil euros. A electrónica será limitada ao mínimo indispensável, cabendo à FIM fornecer as unidades de gestão do motor e de recolha de dados, assim como o sistema de injecção de combustível.

As equipas em 2009

Repsol Honda

3 Dani Pedrosa

4 Andrea Dovizioso

A saída de Hayden só prova que Pedrosa era (e é) a única aposta real da HRC para o título mundial. O pequeno espanhol vai para a quarta temporada no MotoGP e, depois dos títulos nas 250cc e nas 125cc, precisa de mostrar à Honda que pode ser campeão na classe rainha. Longe desta responsabilidade deverá andar Andrea Dovizioso, apesar de ser expectável que o jovem italiano rode regularmente no top-5.

Tech 3 Yamaha

5 Colin Edwards

52 James Toseland

A principal alteração na Tech 3 foi a troca de engenheiros-chefe entre Colin Edwards e James Toseland. O “Tornado do Texas” continua a ser um dos homens mais regulares do campeonato, além de um excelente piloto de desenvolvimento. Já Toseland teve um ano de estreia algo irregular, mas é visto como um talento que pode explodir a qualquer momento.

Rizla Suzuki

7 Chris Vermeulen

65 Loris Capirossi

Depois dos rumores que davam conta da saída de um dos pilotos da equipa, a Suzuki renovou tanto com Vermeulen como Capirossi para 2009, deixando apeado o americano Ben Spies (entretanto recrutado pela Yamaha nas Superbikes). Vermeulen é um dos melhores pilotos do MotoGP à chuva, e obteve dois pódios em 2008. O veterano Capirossi entra na sua décima época na classe rainha mas o hipotético regresso da Suzuki às vitórias dependerá sobretudo do salto qualitativo da nova GSV-R.

LCR Honda

14 Randy de Puniet

Lucio Cecchinello mantém a aposta no imprevisível Randy de Puniet, piloto que o italiano conhece desde os tempos das 250cc. 2008 foi uma época modesta para de Puniet (15º), e se o francês quiser manter o estatuto de piloto do Mundial, terá de começar a mostrar resultados.

 

San Carlo Gresini

15 Alex de Angelis

24 Toni Elias

Shynia Nakano saiu para as Superbikes e Toni Elias regressou à equipa de Fausto Gresini para substituir o japonês. O talentoso espanhol já mostrou que pode surpreender nos seus melhores dias (veja-se Estoril 2006), mas é a irregularidade que o tem impedido de “explodir” definitivamente. E Alex de Angelis também tem algo a provar depois de um (algo desapontante) 14º lugar na primeira época no MotoGP.

 

Kawasaki Racing

21 John Hopkins

33 Marco Melandri

A mensagem vem de Tamba, no Japão, e é clara: só uma melhoria substancial de performance poderá salvar o lugar dos actuais responsáveis desportivo da Kawasaki.. Quem o afirma é Ichiro Yoda, director da marca nipónica no MotoGP, que terá a seu favor a melhor dupla de pilotos a que realisticamente a “Kawa” poderia aspirar. Se Hopkins e Melandri não levarem a Ninja ZX-RR aos pódios, alguém dificilmente levará.

Ducati Marlboro

27 Casey Stoner

69 Nicky Hayden

Apesar de ter sido batido por aquele que muitos consideram o melhor de todos os tempos, Casey Stoner vai querer a desforra em 2009. A Desmosedici continua a ser feita e pensada à sua medida… onde é que Nicky Hayden já terá ouvido isto? Para o piloto do Kentucky será a derradeira oportunidade de mostrar que o título de 2006 não foi um “flop”.

Pramac Racing

36 Mika Kallio

88 Niccolò Canepa

É a equipa das incógnitas. O que valem exactamente os rookies Kallio e Canepa? Do finlandês sabe-se que teve uma longa carreira nas cilindradas inferiores, com dois vice-campeonatos nas 125cc e um terceiro lugar nas 250cc. De Canepa diz-se que é a aposta do futuro da Ducati, que terá ficado convencida pelo título mundial de Superstock 1000 e por uma época de testes com a Desmosedici. Esperar para ver.

Fiat Yamaha

46 Valentino Rossi

99 Jorge Lorenzo

Com pneus iguais e um Jorge Lorenzo saudável (fisica e mentalmente), a Yamaha terá um autêntico “dream team” na sua box. Valentino Rossi é… Valentino Rossi, enquanto Lorenzo só terá de recuperar boa parte da confiança que foi deixando no asfalto, na gravilha e nas mesas de operações. O duelo promete.

Grupo Francisco Hernando

59 Sete Gibernau

A Ducati lá “cedeu” uma Desmosedici (e alguns técnicos) para o regresso de Gibernau, dois anos depois da suposta retirada do homem que lutou com Valentino Rossi pelos títulos de 2003 e 2004. A equipa será chefiada no terreno pelos irmãos Gelete e Pablo Nieto, mas ninguém sabe ao certo como será a readaptação de Gibernau.

Scot Racing Team

72 Yuki Takahashi

Com a passagem de Dovizioso para a equipa oficial, a Honda ajudou a promover um protegido de longa data à Scot Racing. Aos 24 anos, Takahashi foi quinto no último Mundial de 250cc mas a sua principal missão é continuar a presença dos pilotos nipónicos na principal categoria do Mundial de motociclismo.

Calendário MotoGP 2009

12 Abril Qatar (Doha/Losail)

26 Abril Japão (Motegi)

3 Maio  Espanha (Jerez de la Frontera)

17 Maio França (Le Mans)

31 Maio Itália (Mugello)

14 Junho Catalunha

27 Junho Holanda (Assen)

5 Julho  Estados Unidos (Laguna Seca)

19 Julho Alemanha (Sachsenring)

26 Julho Grã-Bretanha (Donington Park)

16 Agosto República Checa (Brno)

30 Agosto Indianápolis

6 Setembro San Marino & Riviera di Rimini (Misano)

20 Setembro Hungria (Lake Balaton)

4 Outubro Portugal (Estoril)

18 Outubro Austrália (Phillip Island)

25 Outubro Malásia (Sepang)

8 Novembro Valência (Ricardo Tormo)

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