Rali de Portugal volta a partir de Lisboa 37 anos depois
Dessa forma, os adeptos lisboetas voltam a ter oportunidade de ver competição a sério à porta de casa, num evento que certamente reunirá muitos milhares de espetadores naquela zona privilegiada da cidade de Lisboa, permitindo assim a todos os adeptos da capital um convívio com a caravana do Campeonato do Mundo de Ralis (WRC), de que há muitos anos estavam afastados.
Recorde-se que Lisboa esteve ligada às primeiras edições do Rally TAP, sendo um dos locais de partida dos diversos percursos de concentração que marcaram esses anos da prova, com o Parque Eduardo VII a servir de palco a momentos que atraíam largos milhares de pessoas.
O último ano em que o rali teve partida efetiva de Lisboa foi em 1974, precisamente em plena “crise energética”, em que o combustível especialmente importado da Venezuela permitiu a realização do evento ganho pelo italiano Rafaelle Pinto. De qualquer forma, entre 1990 e 1992 os terrenos do Jamor receberam por três vezes a super-especial, e essa foi mesmo a última vez que os adeptos de Lisboa tiveram o rali à porta…
A partir desse ano, Lisboa perdeu toda e qualquer ligação à parte desportiva da prova, ainda que ainda antes disso, o Rali se tivesse mantido por perto, no Estoril e em Sintra, situação que agora é recuperada pelo Automóvel Club de Portugal (ACP), numa altura em que o WRC inicia um novo ciclo na sua história, com uma nova regulamentação técnica e novos carros.
Reconhecimentos em carros elétricos
Depois dos reconhecimentos das classificativas algarvias e da realização, no dia 23 de Março, quarta-feira, do “shakedown”, como habitualmente no Algarve, a caravana rumará até Lisboa para um primeiro dia de prova bem diferente do habitual.
Tudo começará pelas 10h00 do dia 24 de Março, com o reconhecimento da super especial, realizado em carros elétricos, o que permitirá uma importante redução de emissão de CO2, contribuindo, deste modo, para um rali mais “verde”.
Terá depois lugar uma sessão de autógrafos, um momento sempre importante no convívio entre os grandes nomes do WRC e os fans, desejosos de estar o mais perto possível dos seus ídolos e de recolherem uma recordação desse momento.
Da parte da tarde, os primeiros carros a entrar em pista serão os “clássicos desportivos”, numa tradição que se mantém pelo terceiro ano consecutivo, carros intimamente ligados à história do Rally de Portugal e que proporcionam sempre um espetáculo muito interessante.
Uma vez terminada a exibição desses modelos de outros tempos, terá lugar a “Driver´s Parade”, com a apresentação dos mais populares pilotos, num espetáculo sempre com bastante “glamour”.
Três carros ao mesmo tempo
Após a apresentação das equipas terá lugar a primeira prova de classificação da edição de 2011 do Vodafone Rally de Portugal, uma super especial com uma distância superior a três quilómetros, num percurso que promete bastante espetáculo
Os concorrentes alinharão em séries de, no mínimo, três equipas, num sistema de perseguição linear – e não em percursos opostos, como sucedeu no passado – mas com partidas individuais. A super especial utilizará os arruamentos fronteiros ao Mosteiro dos Jerónimos, Centro Cultural de Belém e Museu da Marinha e será disputada em três voltas, com rotundas, chicanes e saltos a proporcionar certamente um grande espetáculo para todos os presentes e para os que estiverem em casa a seguir a transmissão da RTP.
De referir que, uma vez concluída esta super especial, toda a caravana rumará ao Estádio Algarve, local onde a prova retomará o seu figurino tradicional. A prova conta com 3 etapas (7 secções) e um percurso total de 1360 km, integrando 17 provas de classificação que perfazem 385 km, o que representa quase 30% do itinerário do rali.
Porto Road Show no fim de semana
A exemplo do que sucedeu o ano passado, o ACP está a preparar com a Câmara Municipal do Porto a realização, pela segunda vez do Porto Road Show, um evento de demonstração que tanto êxito teve o ano passado, pelo que os adeptos do Porto/Norte, que segundo um Estudo da Universidade do Algarve perfazem grande parte dos espetadores presentes na prova a Sul, no Algarve, poderão perfeitamente começarão o ‘seu’ rali no Porto, acompanhá-lo em Lisboa e rumar depois ao Algarve numa verdadeira “Volta a Portugal”.
No início da apresentação, Carlos Barbosa, presidente do ACP revelou que já recebeu as conclusões do habitual estudo da Universidade do Algarve relativamente ao impacto da prova portuguesa do Mundial de ralis na nossa economia, tendo esta chegado à conclusão que o Vodafone Rally de Portugal 2010 gerou 85 milhões de euros de retorno para Portugal, mais 83 que o investimento do Estado português na prova. Como lucro, não está nada mau…
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