Henri Toivonen, o finlandês mais voador, faria hoje 68 anos…

Por a 25 Agosto 2024 12:30

Henri Toivonen pode não ter sido o arquetipo do “finlandês voador”, pois normalmente quem se associa a esta expressão são pilotos mais velhos, como Timo Makinen, Ari Vatanen ou Markku Alen.

Porém, não devia a ninguém em termos de capacidade de rodar sempre a fundo, quanto a coragem e disponibilidade. Para ele, apenas havia uma forma de pilotar: de pé em baixo. As suas passagens pelas estradas de Sintra, pulverizando todos os recordes, ainda hoje se encontram na memória de todos os amantes verdadeiros de ralis. Quem teve oportunidade de estar num dos três troços de Sintra, no dia 7 de março de 1984, nunca há de esquecer o que viu, aquando da passagem do Lancia 037 Rally com o número 10 nas portas. Um espetáculo absolutamente fascinante, que terminou à sexta classificativa, contra um muro da descida da Rampa da Pena.

Para trás ficou uma média de 138.46 km/h na Lagoa Azul, 108.33 km/h na ‘apertada’ Peninha e 96.43 km/h na sinuosa Sintra. Nestes 37 anos, não teriam sido muitos os pilotos com capacidade para suplantar estes tempos. A sua morte horrível, queimado dentro do Lancia Delta S4, lado a lado com o seu navegador, Sérgio Cresto, precipitaram o final dos monstruosos devoradores de gelo, asfalto e terra, que eram os Grupo B.

Das pistas para as florestais

Henri Toivonen nasceu numa família de pilotos, pois o seu pai, Pauli, era já então um dos principais vultos nos ralis finlandeses, tendo-se mesmo sagrado Campeão da Europa em 1968. Por isso, não é de estranhar que se tenha estreado aos 19 anos, no “seu” Rali dos 1000 Lagos, em 1975. Durante a sua carreira relativamente curta (apenas 12 temporadas…), fez parte de quatro equipas oficiais: Talbot (1980-81), Opel (1982-83), Porsche (1984) e Lancia (1985-86). Foi com a Talbot que venceu o seu primeiro rali do Campeonato do Mundo, o RAC, em 1980. Participou em apenas 40 provas pontuáveis para o Mundial e venceu somente três: para lá desse RAC, Toivonen subiu ao lugar mais elevado do pódio de chegada de novo no RAC, na sua estreia em 1985 com o Lancia Delta S4 e, pouco depois, no Monte Carlo de 1986, prova em que pela primeira vez teve a seu lado Sergio Cresto.

Porém, o que a maior parte das pessoas não sabe é que Henri Toivonen não começou a correr nos ralis. Claro que começou por conduzir o carro do seu pai aos cinco anos, mas “a sério” iniciou-se no “karting”, antes de vencer uma Taça de Velocidade no seu país, em carros de Turismo. Depois, virou-se para os monolugares, ficando em segundo lugar no campeonato finlandês de Fórmula Super V. Porém, a segurança nos circuitos nessa altura era quase nula e a família obrigou-o a abraçar uma carreira nos ralis a tempo inteiro – uma ironia do destino, ficou a saber-se mais tarde.

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