Ralis: “Os novos WRC podem ser um tiro no pé” – Rui Madeira
Rui Madeira foi um dos grandes destaques da edição que ainda está em banca do AutoSport, fazendo um balanço das principais incidências que marcaram, até ao momento, os campeonatos nacional e mundial de ralis. Numa última questão que acabou por não ser publicada, o antigo vencedor da Taça FIA de Grupo N, fazendo parceria com Nuno Rodrigues da Silva, mostrou-se preocupado com as novas regras que serão introduzidas no próximo ano, e que resultarão em carros mais potentes e agressivos:
“Em parte, sou contra. Porque acho que os carros já são tão competitivos e rápidos. Aliás, não é por acaso que têm acontecido alguns acidentes agora em testes. Muitos deles não têm sido abordados, porque os pilotos são profissionais e pagos pelas marcas. Tudo o que seja na parte da aerodinâmica, para alterar um carro e para dar aspecto de carro de corrida, sou sempre a favor. Agora pôr mais 60 ou 70 cv, que é o que se fala… Já aconteceram alguns acidentes fortes agora nos testes e penso que os carros já estão a andar demais. Esta é a minha perspectiva”.
TIRO NO PÉ
O piloto português levanta ainda algumas questões acerca da aerodinâmica reforçada, que poderá influenciar negativamente o espectáculo: “Vamos ver como vai ser a fiabilidade dos carros e como os pilotos vão reagir a troços de 40 ou 50 km com viaturas tão rápidas. Se as coisas vão correr pelo melhor ou não. Mas acho que é um risco muito grande. Uma forma mais justa seria introduzir uma melhoria gradual, de 20 ou 30 cv. Agora 60 ou 70 cv, além da aerodinâmica… pode ser um passo atrás. Acho que pode mesmo ser um tiro no pé. A tecnologia evoluiu muito, os carros cada vez são mais trancados, mais agarrados ao solo, e o que vemos na estrada parece quase impossível. Quem está de fora gosta de ver espectáculo, o carro a fugir de traseira ou de frente, e neste momento os carros estão muito direcionais, muito contidos aos trilhos, amarrados. Mas quando saem de estrada saem muito, muito depressa. É um risco”, concluiu.
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Opinião de quem lá anda agora :
Hayden Paddon @HaydenPaddon
Hayden Paddon Retweeted Bert Verstraete
The speed diff won’t be so big that it causes concerns for safety. The cars are built strong and FIA pushing hard
@HaydenPaddon #askpaddon Scary moment for you & bad crash for @SLefebvreRallye. #WRC2017 cars are even faster! Are you worried? @OfficialWRC
Hayden Paddon @HaydenPaddon
Hayden Paddon Retweeted Rally Paradise
Not at all. As drivers we understand the risks involved and personally the cars are not fast enough. More bhp = ����
Vamos em frente.;-)
Comentário de velho do restelo…
Claro que para o público, as novas regras prometem carros com performances mais excitantes e, por isso, teoricamente mais entusiasmantes e espectaculares. Os comentários postados reflectem isso mesmo, mas será que o Rui Madeira é assim tão bota de elástico?… Na minha opinião não é(vá, pontuem lá negativamente) e acho mesmo que os seus argumentos têm sentido. O ser humano é assim. Acontece uma desgraça e logo tudo é posto em causa, regras alteradas com excessiva prudência e desmedida apetência para tornar tudo absolutamente seguro. Depois passam os anos, e muito gradualmente tudo se vai redirecionando novamente para os limites…… Ler mais »
O seu cometário é do melhor que aqui tenho lido ultimamente porque além de estar bem escrito, tem uma linha coerente de raciocínio do início ao fim. Infelizmente não vemos por aqui muitos comentários como o seu, o que é pena. Quanto ao assunto em apreço, conheço o Rui Madeira e sempre o tive como um piloto ponderado quer no plano pessoal, quer desportivo e concordo absolutamente com aquilo que ele diz porque, para mim, estas alterações que a FIA pretende introduzir no WRC ‘cheiram-me’ a déjà-vu já que me estou a referir ao que aconteceu com os ‘abusos’ permitidos… Ler mais »
Eu estava no troço da Lagoa Azul, 1 km depois do Rio da Mula onde o Joaquim Santos teve o despiste.
Foi desta forma que se chegou aos grupo B do antigamente. Aqueles carros desafiavam as leis da fisica por a construção não estar ao nivel da potência. Quando os pilotos ultrapassavam os seus limites ou os da física os acidentes só não eram mais graves porque a velocidade em curva era menor que nos actuais WRC. Contudo poderá estar-se no limite do equilibrio, e como diz o Rui, se ele for ultrapassado, poderemos começar a ter acidentes bem mais graves tanto para tripulações como para espectadores. Mas como diz aquele senhor de 86 anos os pilotos são pagos para correr… Ler mais »
Se os carros andam pouco é que andam pouco, se aumentam a potência já é perigoso…quem atura esta gente?!!! Os mesmos que dizem ter saudades dos grupos B devem estar agora a dizer que o Madeira tem razão porque é o Madeira a dizer…se fosse o Zé da esquina a dar a mesma opinião já era um ignorante…
Mas quem é que disse que os carros andam pouco? Essas pessoas que possam ter dito isso de certeza que não vão ver as provas in loco e não se apercebem da real velocidade e capacidade de aceleração que os actuais WRC têm. O seu comentário tem uma afirmação certíssima quando refere que “o Madeira tem razão porque é o Madeira a dizer…se fosse o Zé da esquina a dar a mesma opinião já era um ignorante…”. É isso mesmo, o Rui Madeira sabe do que é que está a falar porque andou lá ‘dentro’ ao mais alto nível e… Ler mais »
Pois…e o Loeb e o Paddon são 2 ignorantes quando têm opinião diferente….eles que andam ao mais alto nível atualmente devem ser desconhecedores da realidade atual…o Madeira que foi campeão de grupo N há 20 anos atrás é que está mesmo experimentado com os WRC atuais…enfim, o habitual fado português da desgraça. Daqui a um ano dou-lhe a resposta..a si e aos outros “seguidores” da opinião do Madeira…
Que eu saiba, o Loeb e o Paddon não são propriamente o ‘Zé da esquina’ e respeito igualmente a opinião deles mas, como referi noutro comentário neste mesmo tópico, se a FIA viesse a introduzir essas alterações e a permitir uma enorme – mais de 25% – escalada de potência nos novos WRC, estaria a reviver um ‘filme’ que já vi em 1985 e ’86 quando a então FISA permitiu os ‘abusos’ praticados nos Grupo B quando estes entraram numa espiral de potência e não só e que terminou da maneira como alguns de nós sabemos (outros parece-me que não).… Ler mais »
Caro rfz, parece que para si o mais importante é dar a resposta a alguém. Ou seja, ter a presunção da razão. Para quem pensa como o Rui Madeira, trata-se de usar alguma prudência, porém seguindo o evidente caminho da evolução. Ao contrário do que diz, o Rui Madeira está bem a par da performance dos carros actuais, tendo conduzido vários R5 e mantendo contacto muito estreito com a modalidade. A sua competência e a informação a que tem acesso, é dum nível bastante mais elevado do que aquela reservada aos mais atentos, mas contudo simples adeptos como eu. Talvez… Ler mais »
Infelizmente tenho de concordar com o Rui Madeira… o aumento de potencia tão acentuado junto com a carga aerodinamica, vai tornar os carros menos espectaculares… em asfalto serão autenticos DTM. Os carros actuais já não estão ao alcance de jovens que teem varias epocas de WRC2… muito poucos são os que vingam depois no WRC. Os acidentes vão aumentar e não será facil a passagem de um R5 para um WRC2017.